Quando olho para trás e revisito as operações de M&A que conduzi ao longo da minha trajetória, que já somam mais de R$ 7 bilhões, percebo a constante de que nenhum grande negócio foi construído sozinho. Pode soar óbvio, mas ainda encontro empresários e até advogados que acreditam que basta uma boa negociação ou um contrato bem redigido para que tudo dê certo. Não é assim.

Fusões e aquisições são, por natureza, complexas. Exigem leitura de mercado, análise financeira, visão estratégica, entendimento regulatório e, sobretudo, a capacidade de integrar pessoas diferentes em torno de um mesmo objetivo. Nesse ambiente, o advogado deixa de ser somente um guardião jurídico e passa a atuar como um aliado estratégico, alguém que conecta pontos, antecipa riscos e abre caminhos para que a transação aconteça com segurança e agilidade.

Na prática, o que vejo é que as melhores operações são aquelas feitas a quatro mãos, ou até a várias mãos. Quando advogados trabalham lado a lado com especialistas em finanças, compliance, estratégia e até em comunicação, o resultado é outro. Ganha-se em profundidade de análise, em velocidade de resposta e, principalmente, em confiança entre as partes.

O que temos observado é que a colaboração entre áreas importa, e muito. Uma pesquisa da Deloitte apontou que cerca de 30% das operações de M&A fracassam por falta de uma due diligence adequada — processo estruturado de análise e verificação (jurídica, financeira, contábil, tributária, trabalhista, ambiental etc.) feito para identificar riscos e oportunidades antes de concluir uma operação de M&A —, o que mostra como essa etapa é determinante para reduzir riscos.

Um estudo da McKinsey indica que transações acompanhadas por due diligence completa têm 50% mais chances de atingir ou superar as metas financeiras, enquanto a PwC aponta que empresas que investem nesse processo possuem 18% mais probabilidade de sucesso e que 83% dos executivos consideram a prática essencial para alcançar sinergias.

Já foi comprovado inúmeras vezes que a falta de due diligence leva a uma taxa de fracasso em fusões e aquisições entre 70% e 90%, segundo estudos e análises de mercado amplamente citados em relatórios de consultorias e publicações acadêmicas sobre M&A.

Um bom exemplo histórico do que pode acontecer quando a integração não é bem planejada é a fusão de 2000 entre a America Online (AOL) e a Time Warner. Avaliada em US$ 165 bilhões, essa operação é considerada o fracasso de fusões e aquisições mais caro da história. A transação acabou em separação em 2009, em grande parte devido a objetivos desalinhados, diferenças culturais e superestimação das sinergias entre as duas empresas. Casos como esse reforçam a importância de atuação integrada, comunicação clara e due diligence rigorosa para reduzir riscos e garantir que o valor pretendido seja realmente alcançado.

Na Zaxo, acompanhamos casos em que essa sinergia foi decisiva. Em uma operação recente, por exemplo, havia um ponto sensível em que o comprador estava preocupado com passivos ocultos e o vendedor, ansioso por não perder valor na mesa de negociação. Foi a integração entre jurídico e financeiro que permitiu estruturar uma solução equilibrada, que garantiu proteção a ambos os lados e viabilizou o acordo. Sem essa atuação colaborativa, o negócio provavelmente teria travado.

É por isso que insisto: M&A é também sobre construir relações de confiança. E confiança só nasce quando existe diálogo entre profissionais, quando todos se sentem parte da mesma construção. Advogados que se isolam perdem a chance de agregar valor e de se tornarem protagonistas em decisões estratégicas.

Em um ambiente de negócios cada vez mais volátil, a lógica de trabalhar sozinho está ultrapassada. Operações de M&A são complexas, reguladas e carregam impactos de longo prazo. Um erro ou omissão pode significar perdas milionárias. Mas a boa notícia é que, quando diferentes especialistas se unem, esses riscos se transformam em oportunidades.

O futuro das operações de fusão e aquisição exige cada vez mais essa postura colaborativa. Investidores e empresas não procuram apenas bons técnicos, procuram parceiros que consigam enxergar o todo, conectar disciplinas e transformar riscos em oportunidades.

Na minha visão, advogados que compreendem isso estão à frente. Eles não apenas entregam segurança jurídica, mas também ajudam a desenhar negócios mais sólidos, mais inteligentes e mais sustentáveis no longo prazo.

Fusões e aquisições não são apenas sobre empresas que mudam de dono, são sobre pessoas e competências que se unem para criar algo maior. Porque, no fim do dia, M&A bem-sucedido é sempre um trabalho em equipe.

Por Leonardo Grisotto, cofundador e sócio da ZAXO.

Quando olho para trás e revisito as operações de M&A que conduzi ao longo da minha trajetória, que já somam mais de R$ 7 bilhões, percebo a constante de que nenhum grande negócio foi construído sozinho.

Pode soar óbvio, mas ainda encontro empresários e até advogados que acreditam que basta uma boa negociação ou um contrato bem redigido para que tudo dê certo. Não é assim.

Fusões e aquisições são, por natureza, complexas. Exigem leitura de mercado, análise financeira, visão estratégica, entendimento regulatório e, sobretudo, a capacidade de integrar pessoas diferentes em torno de um mesmo objetivo.

Nesse ambiente, o advogado deixa de ser somente um guardião jurídico e passa a atuar como um aliado estratégico, alguém que conecta pontos, antecipa riscos e abre caminhos para que a transação aconteça com segurança e agilidade.

Na prática, o que vejo é que as melhores operações são aquelas feitas a quatro mãos, ou até a várias mãos. Quando advogados trabalham lado a lado com especialistas em finanças, compliance, estratégia e até em comunicação, o resultado é outro. Ganha-se em profundidade de análise, em velocidade de resposta e, principalmente, em confiança entre as partes.

O que temos observado é que a colaboração entre áreas importa, e muito.

Uma pesquisa da Deloitte apontou que cerca de 30% das operações de M&A fracassam por falta de uma due diligence adequada, processo estruturado de análise e verificação (jurídica, financeira, contábil, tributária, trabalhista, ambiental etc.) feito para identificar riscos e oportunidades antes de concluir uma operação de M&A, o que mostra como essa etapa é determinante para reduzir riscos.

Um estudo da McKinsey indica que transações acompanhadas por due diligence completa têm 50% mais chances de atingir ou superar as metas financeiras, enquanto a PwC aponta que empresas que investem nesse processo possuem 18% mais probabilidade de sucesso e que 83% dos executivos consideram a prática essencial para alcançar sinergias.

Já foi comprovado inúmeras vezes que a falta de due diligence leva a uma taxa de fracasso em fusões e aquisições entre 70% e 90%, segundo estudos e análises de mercado amplamente citados em relatórios de consultorias e publicações acadêmicas sobre M&A.

Um bom exemplo histórico do que pode acontecer quando a integração não é bem planejada é a fusão de 2000 entre a America Online (AOL) e a Time Warner. Avaliada em US$ 165 bilhões, essa operação é considerada o fracasso de fusões e aquisições mais caro da história.

A transação acabou em separação em 2009, em grande parte devido a objetivos desalinhados, diferenças culturais e superestimação das sinergias entre as duas empresas.

Casos como esse reforçam a importância de atuação integrada, comunicação clara e due diligence rigorosa para reduzir riscos e garantir que o valor pretendido seja realmente alcançado.

Na Zaxo, acompanhamos casos em que essa sinergia foi decisiva. Em uma operação recente, por exemplo, havia um ponto sensível em que o comprador estava preocupado com passivos ocultos e o vendedor, ansioso por não perder valor na mesa de negociação.

Foi a integração entre jurídico e financeiro que permitiu estruturar uma solução equilibrada, que garantiu proteção a ambos os lados e viabilizou o acordo. Sem essa atuação colaborativa, o negócio provavelmente teria travado.

É por isso que insisto: M&A é também sobre construir relações de confiança. E confiança só nasce quando existe diálogo entre profissionais, quando todos se sentem parte da mesma construção.

Advogados que se isolam perdem a chance de agregar valor e de se tornarem protagonistas em decisões estratégicas.

Em um ambiente de negócios cada vez mais volátil, a lógica de trabalhar sozinho está ultrapassada. Operações de M&A são complexas, reguladas e carregam impactos de longo prazo. Um erro ou omissão pode significar perdas milionárias.

Mas a boa notícia é que, quando diferentes especialistas se unem, esses riscos se transformam em oportunidades.

O futuro das operações de fusão e aquisição exige cada vez mais essa postura colaborativa. Investidores e empresas não procuram apenas bons técnicos, procuram parceiros que consigam enxergar o todo, conectar disciplinas e transformar riscos em oportunidades.

Na minha visão, advogados que compreendem isso estão à frente. Eles não apenas entregam segurança jurídica, mas também ajudam a desenhar negócios mais sólidos, mais inteligentes e mais sustentáveis no longo prazo.

Fusões e aquisições não são apenas sobre empresas que mudam de dono, são sobre pessoas e competências que se unem para criar algo maior. Porque, no fim do dia, M&A bem-sucedido é sempre um trabalho em equipe.

Por Leonardo Grisotto, cofundador e sócio da ZAXO.

Ao refletir sobre minha trajetória em operações de fusões e aquisições, que totalizam mais de R$ 7 bilhões, percebo que nenhum grande negócio é realizado de forma isolada.

Parece óbvio, mas ainda vejo empresários e advogados que pensam que uma boa negociação ou um contrato bem elaborado são suficientes para garantir o sucesso. Na verdade, isso não é verdade.

Fusões e aquisições são processos intrinsecamente complexos. Elas requerem uma análise de mercado, avaliação financeira, visão estratégica, compreensão das regulamentações e, acima de tudo, a habilidade de unir diferentes pessoas em torno de um objetivo comum.

Nesse contexto, o advogado não é apenas um guardião legal, mas sim um parceiro estratégico, alguém que conecta informações, antecipa riscos e facilita a transação de forma segura e rápida.

Na prática, percebo que as melhores operações são aquelas realizadas em colaboração. Quando advogados trabalham em conjunto com especialistas em finanças, compliance, estratégia e comunicação, o resultado é significativamente melhor. Isso traz uma análise mais profunda, respostas mais rápidas e, principalmente, aumenta a confiança entre as partes envolvidas.

Observamos que a colaboração entre diferentes áreas é crucial.

Uma pesquisa da Deloitte revelou que aproximadamente 30% das operações de M&A falham devido à falta de uma due diligence adequada, um processo estruturado de análise e verificação (jurídica, financeira, contábil, tributária, trabalhista, ambiental, etc.) que identifica riscos e oportunidades antes da conclusão de uma transação. Isso demonstra a importância dessa etapa para mitigar riscos.

Um estudo da McKinsey mostrou que transações com due diligence completa têm 50% mais chances de atingir ou superar as metas financeiras. Além disso, a PwC constatou que empresas que investem nesse processo têm 18% mais probabilidade de sucesso, e 83% dos executivos consideram essa prática essencial para alcançar sinergias.

Estudos e análises de mercado amplamente citados indicam que a ausência de due diligence resulta em uma taxa de fracasso em fusões e aquisições que varia entre 70% e 90%.

Um exemplo notório do que pode ocorrer quando a integração não é bem planejada é a fusão de 2000 entre a America Online (AOL) e a Time Warner. Avaliada em US$ 165 bilhões, essa operação é considerada uma das maiores falhas em fusões e aquisições da história.

A transação resultou em separação em 2009, em grande parte devido a objetivos desalinhados, diferenças culturais e superestimação das sinergias entre as duas empresas.

Casos como esse reforçam a necessidade de uma atuação integrada, comunicação clara e uma due diligence rigorosa para minimizar riscos e garantir que o valor esperado seja realmente alcançado.

Na Zaxo, temos acompanhado situações em que essa sinergia foi fundamental. Em uma operação recente, por exemplo, havia uma preocupação do comprador com passivos ocultos, enquanto o vendedor estava ansioso para não perder valor na negociação.

A integração entre as áreas jurídica e financeira possibilitou a criação de uma solução equilibrada, que garantiu proteção para ambos os lados e viabilizou o acordo. Sem essa colaboração, o negócio provavelmente teria sido interrompido.

Por isso, enfatizo: M&A também se trata de construir relações de confiança. E a confiança surge quando há diálogo entre os profissionais, quando todos se sentem parte do mesmo projeto.

Advogados que se isolam perdem a oportunidade de agregar valor e se tornarem protagonistas em decisões estratégicas.

Em um cenário de negócios cada vez mais instável, a ideia de trabalhar sozinho está ultrapassada. Fusões e aquisições são processos complexos, regulados e com impactos de longo prazo. Um erro ou omissão pode resultar em perdas significativas.

Por outro lado, a boa notícia é que, quando diferentes especialistas se unem, esses riscos podem se transformar em oportunidades.

O futuro das operações de fusão e aquisição demanda cada vez mais essa abordagem colaborativa. Investidores e empresas buscam não apenas bons técnicos, mas parceiros que consigam ver o todo, conectar disciplinas e transformar riscos em oportunidades.

Na minha perspectiva, advogados que entendem isso estão à frente. Eles não apenas oferecem segurança jurídica, mas também ajudam a moldar negócios mais sólidos, inteligentes e sustentáveis a longo prazo.

Fusões e aquisições não são apenas sobre a mudança de propriedade de empresas, mas sobre pessoas e competências que se unem para criar algo maior. Afinal, um M&A bem-sucedido é sempre um esforço coletivo.

Fusões e aquisições no agro ganham força global

O mercado de Fusões e Aquisições (M&A) no setor agropecuário atingiu US$ 76 bilhões em transações globais em 2024, com 977 operações registradas em todo o mundo, segundo a GlobalData. O crescimento reflete a busca por consolidação, verticalização e inovação tecnológica em um setor que mantém produção constante e forte demanda internacional.

Dados da Capstone Partners indicam que o rendimento bruto da agricultura mundial deve alcançar US$ 4,8 trilhões em 2025, com os Estados Unidos respondendo por US$ 587 bilhões desse total.

Cenário brasileiro impulsiona investimentos estratégicos

No Brasil, o agro continua sendo uma âncora econômica e atrai capital nacional e estrangeiro. Entre janeiro e maio de 2025, foram registradas 596 operações de M&A, alta de 15% em relação ao mesmo período de 2024, segundo a PwC Brasil.

O segmento agropecuário, especificamente, registrou 12 transações em 2024, o melhor desempenho dos últimos cinco anos, com crescimento de 140% em relação a 2023, de acordo com a KPMG. No primeiro semestre de 2025, foram cinco operações, queda de 28,6% frente ao mesmo período de 2024, evidenciando a sensibilidade do mercado a fatores conjunturais.

Setor de fertilizantes e grandes negócios em destaque

O segmento de fertilizantes liderou as operações em 2024, com nove transações, sendo cinco nacionais, três envolvendo estrangeiros adquirindo empresas brasileiras, três de brasileiros comprando ativos internacionais e uma entre dois grupos estrangeiros.

Entre os negócios mais relevantes, destacam-se:

Segundo Ronaldo Rodrigues, senior associate da Zaxo Group, o agro brasileiro oferece valores atrativos e retornos robustos a médio e longo prazo, mesmo em períodos de instabilidade econômica.

Agtech entra no top 10 de investimentos na América Latina

Em 2024, o setor de Agtech entrou pela primeira vez no ranking das dez principais verticais de tecnologia da América Latina, ocupando a oitava posição. Segundo a LAVCA, foram US$ 119 milhões investidos, com 37 rodadas de aporte, representando 2,6% do total de recursos na região.

O crescimento reflete o interesse por tecnologias como:

O destaque de Agtech demonstra o papel do agronegócio como motor econômico e vetor de inovação, alinhando produtividade, sustentabilidade e eficiência, fatores que atraem investidores estratégicos.

Estratégias de M&A aproveitam períodos de instabilidade

A análise da Zaxo Group, baseada em estudo de Rodrigues, mostra que a volatilidade macroeconômica pode ser transformada em vantagem estratégica:

Jefferson Nesello, sócio-fundador da Zaxo, compara o ciclo de M&A ao da agricultura: “Assim como no campo, há momentos de plantar e colher. A instabilidade econômica pode preparar o solo para aquisições estratégicas e colheitas mais ricas no futuro.”

Leonardo Grisotto, também sócio-fundador, reforça que ativos de alto potencial no agro se valorizam mesmo em cenários adversos, criando ambiente ideal para negociações inteligentes e planejamento estratégico de longo prazo.

Instabilidade geopolítica e econômica não freiam fusões e aquisições, que seguem como estratégia-chave para crescimento e inovação

Apesar de um cenário global marcado por incertezas — incluindo o impacto do novo governo americano, que elevou o índice de incerteza econômica a níveis comparáveis aos da pandemia de Covid-19, e o prolongamento de conflitos armados em diferentes regiões — as operações de fusões e aquisições (M&A) continuam a se expandir em ritmo surpreendente. Para investidores atentos, esse ambiente volátil tem se revelado fértil para oportunidades estratégicas e reposicionamento de portfólios.

Segundo dados da Bloomberg e do S&P Global, o volume global de transações de M&A deve encerrar 2025 com crescimento entre 5% e 7% em relação a 2024. Os principais motores dessa expansão são a busca por eficiência operacional, a aceleração da transformação digital e o avanço de tecnologias disruptivas, como inteligência artificial e energia limpa.

“Mesmo em meio à instabilidade global, o mercado de M&A segue bastante ativo. O que observamos é uma mudança de perfil no apetite dos investidores, mais voltado para operações seletivas, com racional estratégico claro e foco em setores resilientes”, afirma Jefferson Nesello, sócio-fundador da Zaxo, assessoria especializada em M&A que opera com quatro escritórios no Brasil e que faz parte de uma rede global que conta com escritórios em 23 países.

No cenário internacional, os setores que mais se destacam em número e valor de transações são:

No cenário internacional, três das maiores e mais relevantes transações de M&A anunciadas ou concluídas em 2025 foram:

Chevron adquiriu a Hess Corporation

Brookfield Infrastructure comprou a Colonial Enterprises (Colonial Pipeline)

Nippon Steel adquiriu a U.S. Steel

Essas operações se destacaram por seus volumes, pelo impacto na reorganização dos setores estratégicos globais e por reforçarem tendências de consolidação e internacionalização em energia, infraestrutura e indústria pesada.

Brasil na rota dos investimentos

No Brasil, o movimento de M&A também mostra resiliência. De janeiro a maio de 2025, foram registradas 596 transações, um aumento de 15% em relação ao mesmo período de 2024, segundo o levantamento da PwC Brasil. Os setores mais ativos foram:

A maior parte das operações foi conduzida por empresas nacionais (81%), com apenas 17% dos investimentos vindos de fundos de private equity. O estado de São Paulo lidera com 52% das transações, seguido por Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

“Crises mundiais instigam os investidores a procurarem oportunidades fora dos mercados óbvios. O Brasil é um mercado de oportunidades praticamente infinitas — o que falta é conectar o ativo ao investidor certo”, destaca Nesello.

No cenário nacional, as operações anunciadas ou concluídas recentemente de maior destaque foram:

Fusão Marfrig e BRF: A criação da gigante da proteína MBRF, resultante da incorporação via troca de ações das operações das duas empresas, foi a maior movimentação corporativa do ano, envolvendo valores bilionários e destacando-se pelo impacto no agronegócio e na alimentação.​

Aquisição da Linx pela TOTVS: Em julho, a TOTVS adquiriu a Linx por cerca de R$ 3,05 bilhões, consolidando-se como referência em soluções de software de gestão e ampliando sua liderança no ecossistema de tecnologia para o varejo.​

Reestruturação Casa Bahia e Mapa Capital: Houve a conversão de R$ 1,6 bilhão em dívidas em participação acionária, com a Mapa Capital tornando-se acionista majoritária, representando uma das maiores transações do ano no varejo e demonstrando força nas operações de reestruturação.​

Esses negócios se destacaram pelo volume financeiro, abrangência estratégica e por envolverem setores dinâmicos e essenciais da economia brasileira em 2025.

Jefferson Nesello, sócio-fundador da Zaxo: ““É quando os valuations se tornam mais razoáveis que os investidores estratégicos conseguem entrar em negócios promissores, garantindo retorno de longo prazo”.

Due diligence mais robusta e multidisciplinar

Com o aumento da complexidade regulatória e geopolítica, os processos de due diligence também evoluíram. “Essas adaptações decorrem da necessidade de avaliação contínua mesmo após o fechamento da operação. A due diligence hoje é uma ferramenta estratégica de controle e conformidade, especialmente em práticas de ESG”, explica Sérgio Fogolin, sócio do Siqueira Castro Advogados.

Outro especialista do setor, o advogado Paulo Henrique Carvalho Pinto, sócio do Machado Meyer, complementa: “O trabalho de due diligence tem sido ampliado para incluir não apenas áreas do direito, mas também o mapeamento de riscos macroeconômicos e regulatórios. Isso é fundamental para uma precificação correta do ativo e para negociações mais equilibradas.”

A análise de cláusulas como MAC (Material Adverse Change) também ganhou protagonismo. “É importante prever que, se o impacto de mudanças regulatórias for desproporcional à sociedade-alvo em relação aos concorrentes, o comprador tenha uma porta de saída”, afirma Carvalho Pinto.

Oportunidades em meio à instabilidade

Embora o Brasil enfrente desafios como alta de juros, indefinições sobre a reforma tributária e desequilíbrio fiscal, o cenário global de instabilidade tem gerado uma queda no valor das empresas brasileiras — o que, paradoxalmente, atrai compradores estratégicos.

“Valuations ajustados sempre geram oportunidades — mas apenas para quem tem disciplina e leitura correta de risco e retorno”, afirma Nesello, que complementa: “A volatilidade reduz preços nominais, mas os ativos de qualidade continuam com fundamentos sólidos”.

Além disso, a realização da COP30 no Brasil e o fortalecimento da agenda ESG têm impulsionado transações em setores como energia limpa, mobilidade elétrica e saneamento. Investidores institucionais e fundos de private equity priorizam empresas com políticas claras de governança e sustentabilidade, reduzindo riscos e ampliando a competitividade de longo prazo.

Lições para investidores

Em momentos de incerteza, fusões e aquisições se consolidam como ferramentas estratégicas para:

“O M&A deixou de ser apenas uma ferramenta de crescimento não orgânico. Hoje, ele é um instrumento de transformação e reposicionamento competitivo”, conclui Nesello. “As companhias que tratam M&A como parte do seu DNA são as que saem mais fortes das crises”.

Em tempos incertos, quem se move com inteligência pode sair na frente.

E para ajudar na compreensão dos aspectos jurídicos das operações de M&A no cenário atual de incerteza extrema, a GZM conversou com dois especialistas do tema no Brasil, Sérgio Fogolin, especialista do setor e sócio do Siqueira Castro Advogados, e Paulo Henrique Carvalho Pinto, sócio da área de M&A e Private Equity do escritório Machado Meyer. Trechos da conversa estão citados na matéria e a seguir confira as entrevistas na íntegra:

GZM: As práticas de due diligence e gestão de risco estão sendo adaptadas para lidar com os novos desafios regulatórios, cambiais e geopolíticos?

Sérgio Fogolin: Sim, sem dúvida. Essas adaptações decorrem da evolução natural diante desses desafios e novas necessidades de análise. Podemos citar a necessidade de aplicação do processo de due diligence como uma ferramenta de avaliação e controle contínuo mesmo após o fechamento da operação. Essa forma de aplicar a due diligence propicia e fortalece uma maior conformidade das atividades desenvolvidas pelas empresas e pessoas com prática, por exemplo, de ESG (Ambiental, Social e Governança), minimizando eventuais contingências jurídicas e riscos reputacionais.

Além disso, esses novos desafios trazem a necessidade de aplicação de novas tecnologias para acelerar e tornar mais assertiva a conclusão da due diligence, criando-se modelos de análise do risco financeiro e cambial com base nos possíveis cenários geopolíticos, especialmente os de crise. Tudo isso se traduz em uma abordagem estratégia preventiva multidisciplinar atualizada constantemente com o uso de tecnologia de ponta.

Paulo Henrique: Sim, sem dúvidas, o trabalho de due diligence tem sido ampliado para incluir não apenas “áreas do direito”, mas também o mapeamento e avaliação de riscos potenciais ao negócio da sociedade alvo. Por exemplo, mudanças de zoneamento de uma região em que está localizado o ativo, discussões relacionadas à terceirização em curso no STF, são temas que impactam determinados setores de atuação e, portanto, precisam estar no radar do advogado para que possa ser reportado ao cliente como um potencial risco ao negócio e possa ser mensurado para negociação com a contraparte. 

No cenário atual, é fundamental que a due diligence cubra também esse tipo de discussão no judiciário e temas macroeconômicos, de forma que a parte possa tomar uma decisão de forma embasada e estruturada, inclusive para precificação correta do ativo e discussões relacionadas à indenização.

GZM: Como os riscos regulatórios e geopolíticos atuais — como mudanças de governo, sanções internacionais ou conflitos armados — afetam a condução da due diligence jurídica em operações de M&A?

Sérgio FogolinTais riscos têm impactado a condução e definição de limites da realização da due diligence. Especialmente em termos de limites da aplicação da due diligence em operações internacionais se faz necessário uma avaliação de todo o compliance regulatório que as partes da operação se submetem, a existência de embargos e restrições comerciais que possam afetar a empresa-alvo e/ou seus fornecedores, solidez jurídica no que se refere à manutenção das regras aplicáveis ao negócio e empresas envolvidos, e histórico de alterações significativas de políticas econômicas que possam afetar, de alguma forma, a empresa-alvo. Com isso, o custo da realização da due diligence tende a aumentar em face da necessidade de contratação de novos estudos e análises demandadas pela operação.

Paulo Henrique: É preciso compreender o setor de atuação da sociedade alvo e como ele pode ser impactado por questões regulatórias e pelo cenário de volatilidade atual. Há setores que, pela sua natureza, têm uma maior suscetibilidade a riscos regulatórios e geopolíticos, de forma que se torna fundamental que a due diligence envolva, por exemplo, avaliação de mudanças de lei ou precedentes sob discussão no judiciário e que possam impactar o negócio da sociedade alvo. 

Isso torna fundamental a revisão de aspectos na due diligence que, anteriormente, estavam fora do radar; por exemplo, revisão de hipóteses de vencimento antecipado ou aceleração de dívidas costumavam ser focadas em temas relacionados à operação, mas hoje em dia analisamos temas macroeconômicos e regulatórios que estejam relacionados ao negócio da sociedade alvo. 

À época da eclosão da guerra Rússia-Ucrânia, em decorrência das sanções impostas por outros países à Rússia, operações envolvendo setores com forte ligação ao país passaram a ter um maior escrutínio de investidores, de forma a melhor mensurar o impacto que pode haver no negócio da sociedade alvo. Por essa razão, o escopo do trabalho de due diligence se ampliou para cobrir também o impacto decorrente de temas não jurídicos, mas que de alguma forma possam ter impactar o negócio da sociedade alvo, seja em decorrência da rescisão de relacionamentos comerciais, restrições de atuação que possam ser impostas, dentre outras.

Fundamental também entender o perfil do cliente. Investidores locais ou estrangeiros com uma forte presença no país, e que, portanto, já conhecem o ambiente regulatório, volatilidade cambial, entre outros aspectos da nossa economia, na maior parte das vezes, costumam ser mais tolerantes ao “risco Brasil”. 

Investidores institucionais, que têm políticas mais restritivas de investimento, precisam “prestar contas”/justificar o investimento e, portanto, tomam o trabalho de due diligence como fundamental para entender riscos ao negócio, o que exige um trabalho de convencimento/esclarecimento de que os potenciais riscos ao negócio foram integralmente mapeados (sejam eles jurídicos, regulatórios ou geopolíticos).  

Paulo Henrique Carvalho Pinto, sócio da área de M&A e Private Equity do escritório Machado Meyer: ““O trabalho de due diligence tem sido ampliado para incluir não apenas áreas do direito, mas também o mapeamento de riscos macroeconômicos e regulatórios“.

GZM: Quais cuidados adicionais devem ser tomados na análise de contratos, passivos contingentes e litígios em andamento, especialmente em setores mais expostos à volatilidade econômica ou à regulação intensa?

Sérgio FogolinInicialmente, ter acesso a todos as informações e instrumentos necessários de forma transparente deve ser a primeira premissa. A verificação detalhada de todos os instrumentos relevantes, passivos e litígios com contingências específicas ou com capacidade de gerar tais contingências, com o consequente e adequado enquadramento de possibilidade de perda (em provável, possível ou remoto) trará mais conforto para a tomada de decisão, pois a situação da empresa-alvo será conhecida de forma mais abrangente, com uma maior acuracidade das provisões contábeis e respectivos impactos financeiro e reputacional.

Paulo Henrique: Importante mapear temas sob discussão que possam ter um impacto relevante na companhia e, eventualmente, quão sustentável é o negócio em caso de uma mudança regulatória. Por exemplo, discussões envolvendo a terceirização para determinados setores têm impacto direto em como o negócio é operado, mas também em como o judiciário vai interpretar eventuais litígios já em curso e o impacto financeiro que isso terá na sociedade alvo no dia seguinte. 

Ter clareza sobre esses aspectos é fundamental para que comprador e vendedor possam negociar alocação de risco; quem assumirá a conta em caso de uma mudança de lei que cause uma série de perdas no âmbito das ações em curso? Apesar de não haver regra, é comum, em operações regidas por lei brasileira, que os vendedores assumam o risco pelo período em que foram sócios na sociedade. 

A negociação em torno do pacote de indenização e garantia costuma ser intensa e, em um cenário em que perdas causadas por mudanças fora do controle das partes possam ser mais comuns, como é o caso de setores mais expostos à volatilidade econômica ou à regulação intensa, torna-se fundamental que as partes tenham clareza e mapeamento de todos os riscos envolvidos para que conscientemente possam avaliar aquilo lhe é aceitável.

GZM: De que forma cláusulas contratuais como MAC (Material Adverse Change) e garantias legais podem ser adaptadas para proteger compradores diante de cenários imprevisíveis e mudanças abruptas no ambiente jurídico?

Sérgio FogolinVemos como extremamente necessário estabelecer critérios objetivos e redação clara das cláusulas que venham a definir a ocorrência da MAC. Podemos citar como fundamentais condições, a delimitação do tempo de ocorrência da MAC, a definição da materialidade, como, p.ex., mudanças legislativas que afetem a operação e/ou a equação financeira desenhada para a aquisição pretendida, perda de receita em determinado patamar, perda de clientes-chaves, aplicação de sanção internacionais e instabilidade econômica e/ou política que efetivamente gerem efeitos adversos para as premissas da operação. 

Dessa forma, prever condições contratuais específicas, estabelecer e alocar responsabilidades para as partes de forma a atender as condições comerciais/financeiras estabelecidas para a operação e contar com mecanismos de compensação objetivos e sólidos são condições fundamentais para que uma cláusula MAC tenha solidez jurídica e comercial, possa gerar conforto, aceitação pelas partes envolvidas e, assim, ser aplicada de forma adequada somente quando necessária.

Paulo Henrique: Costumeiramente, as cláusulas de MAC preveem que itens fora do controle das partes não devem ser considerados para fins de verificação de um evento, como, por exemplo, mudanças regulatórias ou de lei. Além disso, desde eventos mais recentes, como a pandemia do COVID-19, a guerra Rússia-Ucrânia, as partes têm tomado mais cuidado para se expurgar da definição de MAC fatos/eventos extraordinários, que estejam fora do controle das partes. 

Mesmo assim, como proteção ao comprador, é importante prever que que se o impacto de tais mudanças na sociedade alvo for desproporcional aos seus concorrentes, o MAC deve ser uma porta de saída. Em outras palavras, o comprador aceita correr riscos gerais do negócio, desde que o impacto na sociedade alvo não seja desproporcional quando comparado aos seus concorrentes. A mudança deve impactar todo o setor de forma proporcional, e não a sociedade alvo apenas.

Sérgio Fogolin, especialista do setor e sócio do Siqueira Castro Advogados: “A due diligence hoje é uma ferramenta estratégica de controle e conformidade, especialmente em práticas de ESG”.

Pela primeira vez, o setor de Agtech entrou no ranking das dez principais verticais de tecnologia que mais atraíram investimentos na América Latina, ocupando a oitava posição

O mercado de Fusões e Aquisições (M&A) é uma engrenagem que movimenta trilhões de dólares e redefine setores inteiros. Contudo, sua dinâmica financeira não é uniforme, sendo profundamente influenciada por fatores como a incerteza sobre a condução da política econômica (EPU), que tem propensão a influenciar decisões de investidores e das empresas.

A instabilidade econômica, longe de ser impeditiva, pode trazer oportunidades estratégicas, especialmente no setor de M&A voltado ao agronegócio. Um estudo conduzido por Ronaldo Rodrigues, senior associate da Zaxo Group, analisou mais de 20 mil transações entre 1990 e 2023 em 18 países, revelando que períodos de incerteza macroeconômica (medida pelo índice EPU) não apenas afastam investidores cautelosos, mas também abrem brechas para movimentos assertivos.

O levantamento mostra que a incerteza sobre a condução da política econômica reduz, em média, o valor das aquisições em 6,7%. No entanto, quando o ativo apresenta alto potencial de crescimento, essa perda cai para menos de 1%, criando espaço para negociações mais competitivas.

“No Brasil, o agro tem uma característica muito própria: a produção não para e a demanda global se mantém constante. Assim, os investidores conseguem entrar em operações com valuations atrativos e colher resultados robustos no médio e longo prazo”, explica Ronaldo Rodrigues, senior associate da Zaxo Group.

Dados da GlobalData reforçam essa tendência. Em 2024, as transações globais de M&A no setor agropecuário atingiram US$ 76 bilhões, com 977 operações registradas em todo o mundo. Além disso, segundo a Capstone Partners, o rendimento bruto da agricultura mundial deverá chegar a US$ 4,8 trilhões em 2025, com os EUA respondendo por US$ 587 bilhões desse total.

No Brasil, o agronegócio segue como uma âncora econômica e continua atraindo capital nacional e estrangeiro para operações de consolidação, verticalização e inovação tecnológica. Entre janeiro e maio de 2025, o país registrou 596 operações de M&A, alta de 15% em relação ao mesmo período de 2024, segundo a PwC Brasil.

No entanto, ao observar especificamente o setor agropecuário, o panorama é diferente. Em 2024, o segmento registrou 12 transações, o melhor desempenho dos últimos cinco anos e um crescimento de 140% em relação a 2023, conforme a KPMG. Já no primeiro semestre de 2025, o ritmo diminuiu e cinco operações foram registradas, uma queda de 28,6% em comparação com o mesmo período de 2024.

“Esse contraste evidencia a resiliência do setor agro a longo prazo, mas também mostra a sensibilidade do mercado a fatores conjunturais, reforçando a importância de estratégias cuidadosas e de visão de médio e longo prazo para operações de M&A no país”, destaca Rodrigues.

O segmento de fertilizantes foi destaque, com nove transações em 2024. Do total de operações no agro, cinco foram nacionais (entre empresas brasileiras), três de estrangeiros adquirindo companhias no Brasil, três de brasileiros comprando ativos de estrangeiros e uma transação entre dois grupos estrangeiros com operação no país.

Entre as negociações mais relevantes está a compra de 50% da Mantiqueira Brasil, uma das maiores produtoras de ovos do mundo, pela JBS, em negócio avaliado em R$ 1,9 bilhão (janeiro de 2025). Em julho do mesmo ano, o Grupo Safras, especializado em grãos e etanol, passou a ser controlado por um fundo da AM Agro.

Mas 2024 também trouxe um movimento importante para o agro além das grandes aquisições. Pela primeira vez, o setor de Agtech entrou no ranking das dez principais verticais de tecnologia que mais atraíram investimentos na América Latina, ocupando a oitava posição. De acordo com a LAVCA, o segmento movimentou US$ 119 milhões no ano, equivalente a 2,6% do total de recursos investidos na região, com 37 rodadas de aporte, superando áreas como logística, CRM e cleantech.

Esse crescimento reforça o papel do campo não apenas como motor econômico, mas também como vetor de inovação tecnológica. Startups ligadas à agricultura de precisão, IoT no campo, inteligência artificial para manejo de safras e automação de processos estão no centro dessa transformação. Para especialistas, a entrada do Agtech no “top 10” é reflexo direto da busca por produtividade, sustentabilidade e eficiência na produção de alimentos, fatores que também atraem o olhar de investidores estratégicos em operações de M&A.

Jefferson Nesello, sócio-fundador da Zaxo, vê um paralelo direto entre o ciclo produtivo da terra e o de M&A. “Assim como no campo, há momentos de plantar e de colher. A instabilidade econômica pode ser o momento certo de preparar o solo para aquisições estratégicas, garantindo colheitas mais ricas no futuro”.

Leonardo Grisotto, também sócio-fundador, reforça que o apetite por ativos de alto potencial no agro tende a aumentar em períodos de volatilidade. “A terra é um ativo que se valoriza de forma consistente, e empresas do setor têm capacidade de gerar caixa mesmo em cenários adversos. Isso cria um ambiente perfeito para negociações inteligentes”.

O estudo revela que, para cada 1% adicional nas oportunidades de crescimento (“growth options”) em momentos de instabilidade, o valor do negócio pode aumentar até 16%, chegando a 19% em mercados altamente competitivos.

Segundo Rodrigues, isso significa que a volatilidade, em vez de ser apenas um risco, pode ser transformada em vantagem estratégica para players do agronegócio. “O investidor que conhece o ciclo, entende o valor da terra e sabe o momento de entrar no negócio consegue transformar a instabilidade em um trator que abre novas fronteiras.”

A pesquisa integra a tese de doutoramento de Rodrigues na Universidade Federal do Paraná.

O mercado global de fusões e aquisições no agronegócio movimentou US$ 76 bilhões em 2024, e o Brasil registrou crescimento de 140% nas transações, impulsionado por investimentos em fertilizantes e tecnologia agrícola.

O agronegócio tornou-se um dos protagonistas do mercado de Fusões e Aquisições (M&A), segmento que movimenta trilhões de dólares e redefine setores estratégicos em todo o mundo. Em 2024, as transações globais no setor agropecuário somaram US$ 76 bilhões, segundo a GlobalData, em 977 operações. No Brasil, o movimento ganhou força, com aumento de 140% nas transações em relação ao ano anterior, conforme levantamento da KPMG.

A dinâmica do mercado de M&A, contudo, é sensível ao ambiente econômico. O estudo conduzido por Ronaldo Rodrigues, senior associate da Zaxo Group, analisou mais de 20 mil operações realizadas entre 1990 e 2023 em 18 países. O trabalho identificou que períodos de incerteza sobre a condução da política econômica — medidos pelo índice EPU — reduzem o valor das aquisições em média 6,7%. “No entanto, quando o ativo apresenta alto potencial de crescimento, essa perda cai para menos de 1%, criando espaço para negociações mais competitivas”, explicou Rodrigues.

No caso brasileiro, o especialista destaca que o agronegócio apresenta uma característica singular: a produção não se interrompe, e a demanda global mantém-se estável. “Os investidores conseguem entrar em operações com valuations atrativos e colher resultados robustos no médio e longo prazo”, afirmou.

Entre janeiro e maio de 2025, o Brasil registrou 596 operações de M&A em diversos setores, alta de 15% em comparação ao mesmo período de 2024, segundo dados da PwC Brasil. Embora o número de transações no agro tenha diminuído no primeiro semestre de 2025 — com cinco operações, ante sete no mesmo período do ano anterior —, o desempenho de 2024 foi o melhor dos últimos cinco anos. “Esse contraste mostra a resiliência do setor a longo prazo, mas também a sensibilidade do mercado a fatores conjunturais”, avaliou Rodrigues.

O segmento de fertilizantes se destacou, com nove transações em 2024. Do total, cinco foram entre empresas brasileiras, três envolveram estrangeiros adquirindo ativos no país, três de brasileiros comprando companhias internacionais e uma entre grupos estrangeiros com operação no Brasil.

Entre as operações de maior impacto, estão a compra de 50% da Mantiqueira Brasil, uma das maiores produtoras de ovos do mundo, pela JBS, em negócio de R$ 1,9 bilhão em janeiro de 2025, e a aquisição do Grupo Safras, especializado em grãos e etanol, por um fundo da AM Agro em julho do mesmo ano.

Outro dado que chama atenção é o avanço das Agtechs no radar dos investidores. Pela primeira vez, o setor entrou no ranking das dez verticais de tecnologia que mais atraíram capital na América Latina, alcançando a oitava posição, segundo a LAVCA. Em 2024, o segmento movimentou US$ 119 milhões — 2,6% do total investido na região —, em 37 rodadas de aportes, superando áreas como logística, CRM e cleantech.

O crescimento das Agtechs reflete o avanço da agricultura digital e a busca por eficiência, sustentabilidade e produtividade. Startups voltadas à agricultura de precisão, Internet das Coisas (IoT) no campo, inteligência artificial para manejo de safras e automação de processos vêm ganhando relevância. Para especialistas, esse movimento reforça a transformação do agro em vetor de inovação e tecnologia aplicada.

Jefferson Nesello, sócio-fundador da Zaxo, traça um paralelo entre o ciclo agrícola e as estratégias de M&A. “Assim como no campo, há momentos de plantar e de colher. A instabilidade econômica pode ser o momento certo de preparar o solo para aquisições estratégicas, garantindo colheitas mais ricas no futuro”, afirmou.

Já Leonardo Grisotto, também sócio-fundador da empresa, considera que períodos de volatilidade aumentam o apetite por ativos de alto potencial. “A terra é um ativo que se valoriza de forma consistente, e empresas do setor têm capacidade de gerar caixa mesmo em cenários adversos. Isso cria um ambiente favorável para negociações inteligentes”, destacou.

O estudo conduzido por Rodrigues indica que, para cada 1% adicional nas oportunidades de crescimento em momentos de instabilidade, o valor de mercado das operações pode aumentar até 16%, chegando a 19% em setores altamente competitivos. “A volatilidade, em vez de ser apenas um risco, pode se transformar em vantagem estratégica para o investidor que conhece o ciclo do agro e entende o valor da terra”, completou o pesquisador.

A pesquisa integra a tese de doutorado de Rodrigues na Universidade Federal do Paraná, sob orientação do professor Cláudio Marcelo Edwards, e reforça a tese de que decisões baseadas em dados e visão de longo prazo podem transformar incertezas macroeconômicas em oportunidades de expansão no agronegócio.


O mercado global de Fusões e Aquisições (M&A) cresceu 15% no primeiro semestre de 2025, movimentando US$ 1,5 trilhão, segundo levantamento da PwC. O número de operações, no entanto, caiu 9%, atingindo o menor nível em mais de uma década — um sinal de que o momento é das megatransações, com valores acima de US$ 1 bilhão, que aumentaram 17% no período.

Os setores de tecnologia, mídia e telecomunicações (TMT) concentraram 83% do volume e 75% do valor das operações, impulsionados por inteligência artificial, computação em nuvem e cibersegurança, conforme análises da PwC e KPMG.

“A incerteza não freia o mercado de tecnologia, ela o reorganiza”, afirma Ronaldo Rodrigues, senior associate da Zaxo, boutique especializada em M&A no middle market.

Segundo Rodrigues, um estudo da Zaxo que analisou 20 mil transações globais em três décadas mostra que a incerteza econômica reduz, em média, 6,7% o valor das aquisições, mas o impacto é bem menor entre empresas com alto potencial de crescimento — como as de tecnologia.

“Empresas que atuam em IA, soluções SaaS e digitalização de processos atraem investidores que enxergam valor além do curto prazo, transformando volatilidade em oportunidade”, completa.

Megadeals e crescimento do setor tech

No Brasil, o segmento de tecnologia é o protagonista do M&A em 2025. Entre janeiro e maio, foram 126 transações mapeadas em Internet, Software e IT Services, movimentando entre R$ 15 bilhões e R$ 20 bilhões, segundo dados do TTRPwC e KPMG.

Entre os exemplos recentes estão a aquisição da Experimentaí pela UAUBox, concluída em junho, e a compra da Site Blindado pela Conviso, especializada em segurança de aplicações (AppSec). A operação fortaleceu a presença da Conviso no e-commerce e deve impulsionar o faturamento da empresa para R$ 50 milhões até o fim do ano.

“É quando os valuations se tornam mais razoáveis que investidores estratégicos conseguem entrar em negócios promissores, garantindo retorno de longo prazo”, observa Jefferson Nesello, sócio-fundador da Zaxo.

Growth options e o apelo estratégico do tech

O interesse no setor tecnológico se explica pela presença das chamadas growth options — ou opções de crescimento — embutidas no modelo de negócios.

“Growth options representam a capacidade de uma empresa crescer além do seu core atual, o que aumenta seu valor estratégico para investidores”, explica Rodrigues.

Essas opções incluem lançar novos produtos, entrar em mercados inexplorados, expandir a capacidade produtiva ou desenvolver tecnologias internas — elementos que mantêm o apetite dos investidores mesmo em cenários de incerteza.

“Resiliência e adaptabilidade são os maiores ativos em M&A, principalmente em tecnologia. No Brasil, quem entende a dinâmica de mercado consegue transformar riscos em vantagem competitiva”, conclui Rodrigues.

Investidores estratégicos transformam incerteza em oportunidade, com foco redobrado no setor de tecnologia e seu potencial de crescimento

O mercado global de Fusões e Aquisições cresceu 15% no primeiro semestre de 2025, movimentando US$ 1,5 trilhão, segundo levantamento da PwC. Apesar do aumento no valor total das transações, o número de operações caiu 9%, atingindo o menor patamar em mais de uma década — o que indica que o momento é das megatransações. Foram justamente essas, com valores acima de US$ 1 bilhão, que cresceram 17% no período, puxando a retomada do mercado. Tecnologia, mídia e telecomunicações concentraram 83% do volume e 75% do valor das transações, tendência que se mantém firme em 2025, puxada por soluções em inteligência artificial, computação em nuvem e cibersegurança, conforme análises da PwC e da KPMG.

Muitos desses resultados expressivos são ocasionados pelas incertezas econômicas, apontam os especialistas. Acontece que, em momentos de instabilidade, investidores atentos transformam a volatilidade em oportunidade, especialmente no Brasil, onde a digitalização avança em ritmo acelerado e se torna cada vez mais atrativa para o capital estratégico.

Um exemplo é o da Conviso, especializada em segurança de aplicações (AppSec), que adquiriu o Site Blindado, uma unidade da Americanas S.A. voltada à proteção de lojas virtuais. Essa transação fortaleceu a presença da Conviso no mercado de e-commerce, ampliando seu portfólio com soluções de blindagem de sites, certificação digital e testes de penetração. A aquisição foi estratégica, considerando o crescimento do mercado de segurança digital e a crescente demanda por soluções que garantam a confiança dos consumidores em transações online. Com essa movimentação, a Conviso projeta um faturamento de R$ 50 milhões até o final de 2025, embora o valor exato da transação não tenha sido revelado.

"A incerteza não freia o mercado de tecnologia, ela o reorganiza", afirma Ronaldo Rodrigues, senior associate da Zaxo, boutique especializada em M&A no middle market. Ele conduziu um estudo analisando mais de 20 mil transações globais em três décadas, mostrando que a incerteza econômica reduz, em média, 6,7% o valor das aquisições, mas o efeito é muito menor quando se trata de empresas com alto potencial de crescimento, caso típico do setor de tecnologia. Jefferson Nesello, sócio-fundador da Zaxo, destaca que, em momentos de instabilidade, empresas bem preparadas conseguem negociar prêmios interessantes. "É quando os valuations se tornam mais razoáveis que os investidores estratégicos conseguem entrar em negócios promissores, garantindo retorno de longo prazo", afirma.

O mercado global de Fusões e Aquisições cresceu 15% no primeiro semestre de 2025, movimentando US$ 1,5 trilhão, segundo levantamento da PwC. Apesar do aumento no valor total das transações, o número de operações caiu 9%, atingindo o menor patamar em mais de uma década — o que indica que o momento é das mega transações.

Foram justamente essas, com valores acima de US$ 1 bilhão (megadeals), que cresceram 17% no período, puxando a retomada do mercado.

Tecnologia, mídia e telecomunicações concentraram 83% do volume e 75% do valor das transações, tendência que se mantém firme em 2025, puxada por soluções em inteligência artificial, computação em nuvem e cibersegurança, conforme análises da PwC e da KPMG.

Muitos desses resultados expressivos são ocasionados — pasmem — pelas incertezas econômicas, apontam os especialistas. Acontece que, em momentos de instabilidade, investidores atentos transformam a volatilidade em oportunidade — especialmente no Brasil, onde a digitalização avança em ritmo acelerado e se torna cada vez mais atrativa para o capital estratégico.

“A incerteza não freia o mercado de tecnologia, ela o reorganiza”, afirma Ronaldo Rodrigues, senior associate da Zaxo, boutique especializada em M&A no middle market.

Ele conduziu um estudo analisando mais de 20 mil transações globais em três décadas, mostrando que a incerteza econômica reduz, em média, 6,7% o valor das aquisições, mas o efeito é muito menor quando se trata de empresas com alto potencial de crescimento, caso típico do setor de tecnologia.

“Empresas que atuam em IA, soluções SaaS e digitalização de processos têm atraído investidores que enxergam valor além do curto prazo, transformando volatilidade em oportunidade”, explica Rodrigues.

Segundo o especialista da Zaxo, o segmento tech é o protagonista do mercado de fusões e aquisições (M&A) em 2025. E não é pouca coisa: conforme levantamentos do TTR, complementados por análises da PwC KPMG, de janeiro a maio foram 126 transações mapeadas no segmento de Internet, Software e IT Services, movimentando entre R$ 15 bilhões e R$ 20 bilhões.

Um exemplo recente de fusão e aquisição (M&A) no setor de tecnologia no Brasil em 2025 é a aquisição da Experimentaí pela UAUBox. A transação foi concluída em 3 de junho de 2025, embora o valor não tenha sido divulgado publicamente.

Outro exemplo é o da Conviso, especializada em segurança de aplicações (AppSec), que adquiriu o Site Blindado, uma unidade da Americanas S.A. voltada à proteção de lojas virtuais.

Essa transação fortaleceu a presença da Conviso no mercado de e-commerce, ampliando seu portfólio com soluções de blindagem de sites, certificação digital e testes de penetração (Pentests).

A aquisição foi estratégica, considerando o crescimento do mercado de segurança digital e a crescente demanda por soluções que garantam a confiança dos consumidores em transações online. Com essa movimentação, a Conviso projeta um faturamento de R$ 50 milhões até o final de 2025, embora o valor exato da transação não tenha sido revelado.

Jefferson Nesello, sócio-fundador da Zaxo, destaca que, em momentos de instabilidade, empresas bem preparadas conseguem negociar prêmios interessantes.

“É quando os valuations se tornam mais razoáveis que os investidores estratégicos conseguem entrar em negócios promissores, garantindo retorno de longo prazo”, afirma.

O setor de tecnologia tem se mostrado mais suscetível a M&As porque carrega growth options embutidas.

“Isso atrai players que olham para a inovação como forma de crescer em um mercado cada vez mais digital”, complementa Leonardo Grisotto, sócio-fundador da Zaxo.

Growth options (ou “opções de crescimento”) são oportunidades futuras de expansão que um negócio possui e que podem aumentar seu valor ao longo do tempo. Exemplos incluem: lançar novos produtos ou serviços; entrar em novos mercados; expandir a capacidade produtiva; e desenvolver tecnologias internas para novos segmentos.

No contexto de M&A (fusões e aquisições), empresas com growth options são vistas como ativos valiosos mesmo em cenários de incerteza, porque têm potencial de gerar mais receita e lucro no futuro, compensando riscos de curto prazo.

Como explica Ronaldo Rodrigues, da Zaxo:

“Quando falamos em growth options, falamos da capacidade de uma empresa crescer além do seu core atual, o que aumenta seu valor estratégico para investidores.”

Na prática, setores como fintechs, healthtechs, soluções de IA e plataformas de digitalização seguem atraindo rodadas relevantes, inclusive de fundos internacionais, enquanto grupos locais de tecnologia exploram aquisições como estratégia de expansão em um mercado cada vez mais competitivo.

“Resiliência e adaptabilidade são os maiores ativos em M&A, principalmente no setor de tecnologia. E no Brasil, quem entende a dinâmica de mercado consegue transformar riscos em vantagem competitiva”, conclui Rodrigues.

Com um portfólio de mais de 140 projetos e mais de R$ 7,5 bilhões em transações concluídas, a Zaxo se posiciona para expandir ainda mais sua atuação em tecnologia em 2025, alinhada ao movimento de consolidação e digitalização que avança em todos os setores no Brasil.

Setor mantém ritmo de consolidação, atrai capital estratégico e leva Agtech ao ranking das 10 verticais mais promissoras da América Latina

O mercado de Fusões e Aquisições (M&A) no agronegócio atravessa um ciclo de expansão global. Em 2024, as operações no setor somaram US$ 76 bilhões em 977 transações, segundo dados da GlobalData, refletindo um movimento de consolidação e inovação que também se intensifica no Brasil.

De acordo com levantamento da Zaxo Group, conduzido por Ronaldo Rodrigues, o agronegócio brasileiro registrou crescimento de 140% nas transações de M&A em 2024, com 12 operações, o melhor desempenho em cinco anos. O avanço contrasta com a leve desaceleração no primeiro semestre de 2025, que contabilizou cinco negócios, uma queda de 28,6% frente ao mesmo período do ano anterior.

Apesar da oscilação, o especialista aponta que a volatilidade pode ser uma oportunidade. “O agro tem uma característica única: a produção não para, e a demanda global se mantém constante. Isso permite que investidores encontrem valuations atrativos e retornos sólidos no médio e longo prazo”, afirma Rodrigues.

O estudo analisou mais de 20 mil transações realizadas entre 1990 e 2023 em 18 países e concluiu que, embora a incerteza econômica reduza o valor médio das aquisições em 6,7%, esse impacto cai para menos de 1% quando o ativo tem alto potencial de crescimento.

Fertilizantes e alimentos lideram movimentações

segmento de fertilizantes foi destaque em 2024, com nove transações. Entre as operações mais relevantes estão a compra de 50% da Mantiqueira Brasil pela JBS, avaliada em R$ 1,9 bilhão, e a aquisição do Grupo Safras por um fundo da AM Agro.

Os negócios envolveram diferentes perfis: cinco transações nacionaistrês de estrangeiros comprando ativos brasileirostrês de brasileiros adquirindo empresas fora do país e uma entre grupos internacionais com presença no Brasil.

Agtech entra no top 10 latino-americano

Um marco adicional foi a entrada do setor de Agtech entre as dez verticais de tecnologia mais atrativas da América Latina, ocupando a oitava posição no ranking da LAVCA. O segmento movimentou US$ 119 milhões em 2024, distribuídos em 37 rodadas de investimento, e superou áreas como logística, CRM e cleantech.

Startups de agricultura de precisão, IoT, inteligência artificial e automação de processos estão no centro dessa transformação, reforçando o papel do campo como vetor de inovação tecnológica.

“O momento de instabilidade pode ser o solo ideal para preparar novas aquisições. Assim como na terra, há o tempo de plantar e de colher”, compara Jefferson Nesello, sócio-fundador da Zaxo.

Para Leonardo Grisotto, também sócio da empresa, o apetite por ativos de alto potencial tende a aumentar em períodos de volatilidade. “A terra é um ativo que se valoriza de forma consistente. Mesmo em cenários adversos, o agro gera caixa e cria espaço para negociações inteligentes.”

Oportunidade em meio à incerteza

Segundo Rodrigues, cada 1% adicional em oportunidades de crescimento pode elevar o valor de um negócio em até 16%, chegando a 19% em mercados competitivos. “A volatilidade, quando bem compreendida, pode se transformar em vantagem estratégica para quem conhece o ciclo e sabe o momento de agir”, afirma.

Pela primeira vez, o setor de Agtech entrou no ranking das dez principais verticais de tecnologia que mais atraíram investimentos na América Latina, ocupando a oitava posição

O mercado de Fusões e Aquisições (M&A) é uma engrenagem que movimenta trilhões de dólares e redefine setores inteiros. Contudo, sua dinâmica financeira não é uniforme, sendo profundamente influenciada por fatores como a incerteza sobre a condução da política econômica (EPU), que tem propensão a influenciar decisões de investidores e das empresas.

A instabilidade econômica, longe de ser impeditiva, pode trazer oportunidades estratégicas, especialmente no setor de M&A voltado ao agronegócio. Um estudo conduzido por Ronaldo Rodrigues, senior associate da Zaxo Group, analisou mais de 20 mil transações entre 1990 e 2023 em 18 países, revelando que períodos de incerteza macroeconômica (medida pelo índice EPU) não apenas afastam investidores cautelosos, mas também abrem brechas para movimentos assertivos.

O levantamento mostra que a incerteza sobre a condução da política econômica reduz, em média, o valor das aquisições em 6,7%. No entanto, quando o ativo apresenta alto potencial de crescimento, essa perda cai para menos de 1%, criando espaço para negociações mais competitivas.

“No Brasil, o agro tem uma característica muito própria: a produção não para e a demanda global se mantém constante. Assim, os investidores conseguem entrar em operações com valuations atrativos e colher resultados robustos no médio e longo prazo”, explica Ronaldo Rodrigues, senior associate da Zaxo Group.

Ronaldo Rodrigues, senior associate da Zaxo Group

Dados da GlobalData reforçam essa tendência. Em 2024, as transações globais de M&A no setor agropecuário atingiram US$ 76 bilhões, com 977 operações registradas em todo o mundo. Além disso, segundo a Capstone Partners, o rendimento bruto da agricultura mundial deverá chegar a US$ 4,8 trilhões em 2025, com os EUA respondendo por US$ 587 bilhões desse total.

No Brasil, o agronegócio segue como uma âncora econômica e continua atraindo capital nacional e estrangeiro para operações de consolidação, verticalização e inovação tecnológica. Entre janeiro e maio de 2025, o país registrou 596 operações de M&A, alta de 15% em relação ao mesmo período de 2024, segundo a PwC Brasil.

No entanto, ao observar especificamente o setor agropecuário, o panorama é diferente. Em 2024, o segmento registrou 12 transações, o melhor desempenho dos últimos cinco anos e um crescimento de 140% em relação a 2023, conforme a KPMG. Já no primeiro semestre de 2025, o ritmo diminuiu e cinco operações foram registradas, uma queda de 28,6% em comparação com o mesmo período de 2024.

“Esse contraste evidencia a resiliência do setor agro a longo prazo, mas também mostra a sensibilidade do mercado a fatores conjunturais, reforçando a importância de estratégias cuidadosas e de visão de médio e longo prazo para operações de M&A no país”, destaca Rodrigues.

O segmento de fertilizantes foi destaque, com nove transações em 2024. Do total de operações no agro, cinco foram nacionais (entre empresas brasileiras), três de estrangeiros adquirindo companhias no Brasil, três de brasileiros comprando ativos de estrangeiros e uma transação entre dois grupos estrangeiros com operação no país.

Entre as negociações mais relevantes está a compra de 50% da Mantiqueira Brasil, uma das maiores produtoras de ovos do mundo, pela JBS, em negócio avaliado em R$ 1,9 bilhão (janeiro de 2025). Em julho do mesmo ano, o Grupo Safras, especializado em grãos e etanol, passou a ser controlado por um fundo da AM Agro.

Mas 2024 também trouxe um movimento importante para o agro além das grandes aquisições. Pela primeira vez, o setor de Agtech entrou no ranking das dez principais verticais de tecnologia que mais atraíram investimentos na América Latina, ocupando a oitava posição. De acordo com a LAVCA, o segmento movimentou US$ 119 milhões no ano, equivalente a 2,6% do total de recursos investidos na região, com 37 rodadas de aporte, superando áreas como logística, CRM e cleantech.

Esse crescimento reforça o papel do campo não apenas como motor econômico, mas também como vetor de inovação tecnológica. Startups ligadas à agricultura de precisão, IoT no campo, inteligência artificial para manejo de safras e automação de processos estão no centro dessa transformação. Para especialistas, a entrada do Agtech no “top 10” é reflexo direto da busca por produtividade, sustentabilidade e eficiência na produção de alimentos, fatores que também atraem o olhar de investidores estratégicos em operações de M&A.

Jefferson Nesello, sócio-fundador da Zaxo, vê um paralelo direto entre o ciclo produtivo da terra e o de M&A. “Assim como no campo, há momentos de plantar e de colher. A instabilidade econômica pode ser o momento certo de preparar o solo para aquisições estratégicas, garantindo colheitas mais ricas no futuro”.

Jefferson Nesello, sócio-fundador da Zaxo

Leonardo Grisotto, também sócio-fundador, reforça que o apetite por ativos de alto potencial no agro tende a aumentar em períodos de volatilidade. “A terra é um ativo que se valoriza de forma consistente, e empresas do setor têm capacidade de gerar caixa mesmo em cenários adversos. Isso cria um ambiente perfeito para negociações inteligentes”.

Leonardo Grizotto, também sócio-fundador e diretor da Zaxo

O estudo revela que, para cada 1% adicional nas oportunidades de crescimento (“growth options”) em momentos de instabilidade, o valor do negócio pode aumentar até 16%, chegando a 19% em mercados altamente competitivos.

Segundo Rodrigues, isso significa que a volatilidade, em vez de ser apenas um risco, pode ser transformada em vantagem estratégica para players do agronegócio. “O investidor que conhece o ciclo, entende o valor da terra e sabe o momento de entrar no negócio consegue transformar a instabilidade em um trator que abre novas fronteiras.”

A pesquisa integra a tese de doutoramento de Rodrigues na Universidade Federal do Paraná, orientada pelo professor Cláudio Marcelo Edwards, e lança luz sobre como decisões bem embasadas podem gerar valor mesmo em contextos de incerteza macroeconômica.

Sobre a ZAXO: https://www.zaxogroup.com/

Setor agro registra crescimento expressivo em transações estratégicas, enquanto startups de tecnologia rural entram pela primeira vez no top 10 de investimentos na América Latina

Fusões e aquisições no agro ganham força global

O mercado de Fusões e Aquisições (M&A) no setor agropecuário atingiu US$ 76 bilhões em transações globais em 2024, com 977 operações registradas em todo o mundo, segundo a GlobalData. O crescimento reflete a busca por consolidação, verticalização e inovação tecnológica em um setor que mantém produção constante e forte demanda internacional.

Dados da Capstone Partners indicam que o rendimento bruto da agricultura mundial deve alcançar US$ 4,8 trilhões em 2025, com os Estados Unidos respondendo por US$ 587 bilhões desse total.

Cenário brasileiro impulsiona investimentos estratégicos

No Brasil, o agro continua sendo uma âncora econômica e atrai capital nacional e estrangeiro. Entre janeiro e maio de 2025, foram registradas 596 operações de M&A, alta de 15% em relação ao mesmo período de 2024, segundo a PwC Brasil.

O segmento agropecuário, especificamente, registrou 12 transações em 2024, o melhor desempenho dos últimos cinco anos, com crescimento de 140% em relação a 2023, de acordo com a KPMG. No primeiro semestre de 2025, foram cinco operações, queda de 28,6% frente ao mesmo período de 2024, evidenciando a sensibilidade do mercado a fatores conjunturais.

Setor de fertilizantes e grandes negócios em destaque

O segmento de fertilizantes liderou as operações em 2024, com nove transações, sendo cinco nacionais, três envolvendo estrangeiros adquirindo empresas brasileiras, três de brasileiros comprando ativos internacionais e uma entre dois grupos estrangeiros.

Entre os negócios mais relevantes, destacam-se:

Segundo Ronaldo Rodrigues, senior associate da Zaxo Group, o agro brasileiro oferece valores atrativos e retornos robustos a médio e longo prazo, mesmo em períodos de instabilidade econômica.

Agtech entra no top 10 de investimentos na América Latina

Em 2024, o setor de Agtech entrou pela primeira vez no ranking das dez principais verticais de tecnologia da América Latina, ocupando a oitava posição. Segundo a LAVCA, foram US$ 119 milhões investidos, com 37 rodadas de aporte, representando 2,6% do total de recursos na região.

O crescimento reflete o interesse por tecnologias como:

O destaque de Agtech demonstra o papel do agronegócio como motor econômico e vetor de inovação, alinhando produtividade, sustentabilidade e eficiência, fatores que atraem investidores estratégicos.

Estratégias de M&A aproveitam períodos de instabilidade

A análise da Zaxo Group, baseada em estudo de Rodrigues, mostra que a volatilidade macroeconômica pode ser transformada em vantagem estratégica:

Jefferson Nesello, sócio-fundador da Zaxo, compara o ciclo de M&A ao da agricultura: "Assim como no campo, há momentos de plantar e colher. A instabilidade econômica pode preparar o solo para aquisições estratégicas e colheitas mais ricas no futuro."

Leonardo Grisotto, também sócio-fundador, reforça que ativos de alto potencial no agro se valorizam mesmo em cenários adversos, criando ambiente ideal para negociações inteligentes e planejamento estratégico de longo prazo.

Pela primeira vez, o setor de Agtech entrou no ranking das dez principais verticais de tecnologia que mais atraíram investimentos na América Latina, ocupando a oitava posição

O mercado de Fusões e Aquisições (M&A) é uma engrenagem que movimenta trilhões de dólares e redefine setores inteiros. Contudo, sua dinâmica financeira não é uniforme, sendo profundamente influenciada por fatores como a incerteza sobre a condução da política econômica (EPU), que tem propensão a influenciar decisões de investidores e das empresas.

A instabilidade econômica, longe de ser impeditiva, pode trazer oportunidades estratégicas, especialmente no setor de M&A voltado ao agronegócio. Um estudo conduzido por Ronaldo Rodrigues, senior associate da Zaxo Group, analisou mais de 20 mil transações entre 1990 e 2023 em 18 países, revelando que períodos de incerteza macroeconômica (medida pelo índice EPU) não apenas afastam investidores cautelosos, mas também abrem brechas para movimentos assertivos.

O levantamento mostra que a incerteza sobre a condução da política econômica reduz, em média, o valor das aquisições em 6,7%. No entanto, quando o ativo apresenta alto potencial de crescimento, essa perda cai para menos de 1%, criando espaço para negociações mais competitivas.

“No Brasil, o agro tem uma característica muito própria: a produção não para e a demanda global se mantém constante. Assim, os investidores conseguem entrar em operações com valuations atrativos e colher resultados robustos no médio e longo prazo”, explica Ronaldo Rodrigues, senior associate da Zaxo Group.

Dados da GlobalData reforçam essa tendência. Em 2024, as transações globais de M&A no setor agropecuário atingiram US$ 76 bilhões, com 977 operações registradas em todo o mundo. Além disso, segundo a Capstone Partners, o rendimento bruto da agricultura mundial deverá chegar a US$ 4,8 trilhões em 2025, com os EUA respondendo por US$ 587 bilhões desse total.

No Brasil, o agronegócio segue como uma âncora econômica e continua atraindo capital nacional e estrangeiro para operações de consolidação, verticalização e inovação tecnológica. Entre janeiro e maio de 2025, o país registrou 596 operações de M&A, alta de 15% em relação ao mesmo período de 2024, segundo a PwC Brasil.

No entanto, ao observar especificamente o setor agropecuário, o panorama é diferente. Em 2024, o segmento registrou 12 transações, o melhor desempenho dos últimos cinco anos e um crescimento de 140% em relação a 2023, conforme a KPMG. Já no primeiro semestre de 2025, o ritmo diminuiu e cinco operações foram registradas, uma queda de 28,6% em comparação com o mesmo período de 2024.

“Esse contraste evidencia a resiliência do setor agro a longo prazo, mas também mostra a sensibilidade do mercado a fatores conjunturais, reforçando a importância de estratégias cuidadosas e de visão de médio e longo prazo para operações de M&A no país”, destaca Rodrigues.

O segmento de fertilizantes foi destaque, com nove transações em 2024. Do total de operações no agro, cinco foram nacionais (entre empresas brasileiras), três de estrangeiros adquirindo companhias no Brasil, três de brasileiros comprando ativos de estrangeiros e uma transação entre dois grupos estrangeiros com operação no país.

Entre as negociações mais relevantes está a compra de 50% da Mantiqueira Brasil, uma das maiores produtoras de ovos do mundo, pela JBS, em negócio avaliado em R$ 1,9 bilhão (janeiro de 2025). Em julho do mesmo ano, o Grupo Safras, especializado em grãos e etanol, passou a ser controlado por um fundo da AM Agro.

Mas 2024 também trouxe um movimento importante para o agro além das grandes aquisições. Pela primeira vez, o setor de Agtech entrou no ranking das dez principais verticais de tecnologia que mais atraíram investimentos na América Latina, ocupando a oitava posição. De acordo com a LAVCA, o segmento movimentou US$ 119 milhões no ano, equivalente a 2,6% do total de recursos investidos na região, com 37 rodadas de aporte, superando áreas como logística, CRM e cleantech.

Esse crescimento reforça o papel do campo não apenas como motor econômico, mas também como vetor de inovação tecnológica. Startups ligadas à agricultura de precisão, IoT no campo, inteligência artificial para manejo de safras e automação de processos estão no centro dessa transformação. Para especialistas, a entrada do Agtech no “top 10” é reflexo direto da busca por produtividade, sustentabilidade e eficiência na produção de alimentos, fatores que também atraem o olhar de investidores estratégicos em operações de M&A.

Jefferson Nesello, sócio-fundador da Zaxo, vê um paralelo direto entre o ciclo produtivo da terra e o de M&A. “Assim como no campo, há momentos de plantar e de colher. A instabilidade econômica pode ser o momento certo de preparar o solo para aquisições estratégicas, garantindo colheitas mais ricas no futuro”.

Leonardo Grisotto, também sócio-fundador, reforça que o apetite por ativos de alto potencial no agro tende a aumentar em períodos de volatilidade. “A terra é um ativo que se valoriza de forma consistente, e empresas do setor têm capacidade de gerar caixa mesmo em cenários adversos. Isso cria um ambiente perfeito para negociações inteligentes”.

O estudo revela que, para cada 1% adicional nas oportunidades de crescimento (“growth options”) em momentos de instabilidade, o valor do negócio pode aumentar até 16%, chegando a 19% em mercados altamente competitivos.

Segundo Rodrigues, isso significa que a volatilidade, em vez de ser apenas um risco, pode ser transformada em vantagem estratégica para players do agronegócio. “O investidor que conhece o ciclo, entende o valor da terra e sabe o momento de entrar no negócio consegue transformar a instabilidade em um trator que abre novas fronteiras.”

A pesquisa integra a tese de doutoramento de Rodrigues na Universidade Federal do Paraná, orientada pelo professor Cláudio Marcelo Edwards, e lança luz sobre como decisões bem embasadas podem gerar valor mesmo em contextos de incerteza macroeconômica.

Sobre a ZAXO: https://www.zaxogroup.com/

Brasil registra crescimento expressivo em transações M&A agropecuárias entre 2023 e 2024, com destaque para fertilizantes e alimentos

O mercado global de Fusões e Aquisições (M&A) no agronegócio movimentou US$ 76 bilhões em 2024, com o Brasil registrando um crescimento expressivo de 140% no segmento agropecuário em relação a 2023. Esta alta reforça o papel estratégico do setor agro na economia nacional e global, mesmo diante de cenários de incerteza econômica que afetam decisões de investidores.

Um estudo realizado por Ronaldo Rodrigues, senior associate da Zaxo Group, analisou mais de 20 mil transações entre 1990 e 2023 em 18 países. E identificou que períodos de alta incerteza sobre políticas econômicas tendem a reduzir o valor médio das aquisições em cerca de 6,7%. Contudo, quando os ativos apresentam forte potencial de crescimento, essa redução cai para menos de 1%, criando um ambiente propício para negociações competitivas e estratégicas.

Rodrigues destaca que o agronegócio brasileiro possui uma característica única: a produção não para e a demanda global se mantém constante, o que oferece valuations atrativos para investidores focados no médio e longo prazo. “O agro brasileiro oferece segurança e robustez, permitindo que investidores aproveitem oportunidades mesmo em tempos de instabilidade”, afirma.

Dados da GlobalData confirmam este cenário, mostrando 977 operações de M&A agropecuárias no mundo em 2024. A Capstone Partners projeta que a receita bruta global da agricultura pode alcançar US$ 4,8 trilhões em 2025. Com os Estados Unidos respondendo por US$ 587 bilhões. No Brasil, entre janeiro e maio de 2025, foram registradas 596 operações de M&A, observando crescimento de 15% em comparação ao mesmo período de 2024, conforme relatório da PwC Brasil.

Agronegócio

Especificamente no agronegócio, apesar do crescimento recorde de 12 operações em 2024, houve desaceleração no primeiro semestre de 2025 com cinco transações, queda de 28,6% em comparação ao mesmo período do ano anterior, aponta a KPMG. Essa oscilação revela a resiliência do setor, porém expõe a sensibilidade a fatores conjunturais que exigem estratégias focadas no médio e longo prazo, segundo Ronaldo Rodrigues.

O segmento de fertilizantes liderou o setor, com nove transações em 2024. Das operações agro, cinco envolveram empresas brasileiras entre si. Outras três foram aquisições de empresas brasileiras por estrangeiros, três de brasileiros comprando ativos estrangeiro. E uma transação ocorreu entre dois grupos internacionais com atuação no Brasil.

Destaques como a compra de 50% da Mantiqueira Brasil, uma das maiores produtoras mundiais de ovos, pela JBS, avaliada em R$ 1,9 bilhão, e o controle do Grupo Safras adquirido por fundo da AM Agro marcam o fortalecimento das operações estratégicas no setor de grãos e etanol.

Além do crescimento de fusões e aquisições tradicionais, o setor de tecnologia agrícola (Agtech) surge com força na América Latina. Em 2024, o Agtech entrou pela primeira vez no ranking das dez principais verticais tecnológicas que mais atraíram investimentos, ocupando a oitava colocação. O segmento captou US$ 119 milhões em 37 rodadas de aporte, superando setores como logística, CRM e cleantech, segundo a LAVCA.

Vetor de inovação

Esse movimento consolida o agronegócio não apenas como motor econômico, mas também como vetor de inovação. Startups de agricultura de precisão, Internet das Coisas (IoT) no campo, inteligência artificial para manejo de safras e automação protagonizam a transformação tecnológica do setor. Especialistas associam o avanço do Agtech à crescente demanda por produtividade, sustentabilidade e eficiência, fatores que atraem investidores estratégicos para operações de M&A.

Jefferson Nesello, sócio-fundador da Zaxo, compara o ciclo de M&A ao ciclo produtivo da terra. “Momentos de instabilidade econômica podem ser ideais para preparar o terreno para aquisições estratégicas, garantindo colheitas mais ricas no futuro.” Leonardo Grisotto, também sócio-fundador, reforça que ativos agrícolas mantêm valorização constante e geram caixa mesmo em cenários adversos, propiciando negociações inteligentes em períodos de volatilidade.

A pesquisa destaca que, para cada 1% adicional em oportunidades de crescimento (growth options) durante turbulências, o valor dos negócios pode aumentar até 16%, chegando a 19% em mercados competitivos. Segundo Rodrigues, a volatilidade pode transformar-se em vantagem para players do agronegócio que dominam o ciclo do setor e o valor da terra.

Este estudo integra a tese de doutorado de Ronaldo Rodrigues na Universidade Federal do Paraná, sob orientação do professor Cláudio Marcelo Edwards. E oferece importantes insights para investidores e gestores que atuam em ambientes com incerteza macroeconômica.

Pela primeira vez, o setor de Agtech entrou no ranking das dez principais verticais de tecnologia que mais atraíram investimentos na América Latina, ocupando a oitava posição

O mercado de Fusões e Aquisições (M&A) é uma engrenagem que movimenta trilhões de dólares e redefine setores inteiros. Contudo, sua dinâmica financeira não é uniforme, sendo profundamente influenciada por fatores como a incerteza sobre a condução da política econômica (EPU), que tem propensão a influenciar decisões de investidores e das empresas.

A instabilidade econômica, longe de ser impeditiva, pode trazer oportunidades estratégicas, especialmente no setor de M&A voltado ao agronegócio. Um estudo conduzido por Ronaldo Rodrigues, senior associate da Zaxo Group, analisou mais de 20 mil transações entre 1990 e 2023 em 18 países, revelando que períodos de incerteza macroeconômica (medida pelo índice EPU) não apenas afastam investidores cautelosos, mas também abrem brechas para movimentos assertivos.

O levantamento mostra que a incerteza sobre a condução da política econômica reduz, em média, o valor das aquisições em 6,7%. No entanto, quando o ativo apresenta alto potencial de crescimento, essa perda cai para menos de 1%, criando espaço para negociações mais competitivas.

“No Brasil, o agro tem uma característica muito própria: a produção não para e a demanda global se mantém constante. Assim, os investidores conseguem entrar em operações com valuations atrativos e colher resultados robustos no médio e longo prazo”, explica Ronaldo Rodrigues, senior associate da Zaxo Group.

Dados da GlobalData reforçam essa tendência. Em 2024, as transações globais de M&A no setor agropecuário atingiram US$ 76 bilhões, com 977 operações registradas em todo o mundo. Além disso, segundo a Capstone Partners, o rendimento bruto da agricultura mundial deverá chegar a US$ 4,8 trilhões em 2025, com os EUA respondendo por US$ 587 bilhões desse total.

No Brasil, o agronegócio segue como uma âncora econômica e continua atraindo capital nacional e estrangeiro para operações de consolidação, verticalização e inovação tecnológica. Entre janeiro e maio de 2025, o país registrou 596 operações de M&A, alta de 15% em relação ao mesmo período de 2024, segundo a PwC Brasil.

No entanto, ao observar especificamente o setor agropecuário, o panorama é diferente. Em 2024, o segmento registrou 12 transações, o melhor desempenho dos últimos cinco anos e um crescimento de 140% em relação a 2023, conforme a KPMG. Já no primeiro semestre de 2025, o ritmo diminuiu e cinco operações foram registradas, uma queda de 28,6% em comparação com o mesmo período de 2024.

“Esse contraste evidencia a resiliência do setor agro a longo prazo, mas também mostra a sensibilidade do mercado a fatores conjunturais, reforçando a importância de estratégias cuidadosas e de visão de médio e longo prazo para operações de M&A no país”, destaca Rodrigues.

O segmento de fertilizantes foi destaque, com nove transações em 2024. Do total de operações no agro, cinco foram nacionais (entre empresas brasileiras), três de estrangeiros adquirindo companhias no Brasil, três de brasileiros comprando ativos de estrangeiros e uma transação entre dois grupos estrangeiros com operação no país.

Entre as negociações mais relevantes está a compra de 50% da Mantiqueira Brasil, uma das maiores produtoras de ovos do mundo, pela JBS, em negócio avaliado em R$ 1,9 bilhão (janeiro de 2025). Em julho do mesmo ano, o Grupo Safras, especializado em grãos e etanol, passou a ser controlado por um fundo da AM Agro.

Mas 2024 também trouxe um movimento importante para o agro além das grandes aquisições. Pela primeira vez, o setor de Agtech entrou no ranking das dez principais verticais de tecnologia que mais atraíram investimentos na América Latina, ocupando a oitava posição. De acordo com a LAVCA, o segmento movimentou US$ 119 milhões no ano, equivalente a 2,6% do total de recursos investidos na região, com 37 rodadas de aporte, superando áreas como logística, CRM e cleantech.

Esse crescimento reforça o papel do campo não apenas como motor econômico, mas também como vetor de inovação tecnológica. Startups ligadas à agricultura de precisão, IoT no campo, inteligência artificial para manejo de safras e automação de processos estão no centro dessa transformação. Para especialistas, a entrada do Agtech no “top 10” é reflexo direto da busca por produtividade, sustentabilidade e eficiência na produção de alimentos, fatores que também atraem o olhar de investidores estratégicos em operações de M&A.

Jefferson Nesello, sócio-fundador da Zaxo, vê um paralelo direto entre o ciclo produtivo da terra e o de M&A. “Assim como no campo, há momentos de plantar e de colher. A instabilidade econômica pode ser o momento certo de preparar o solo para aquisições estratégicas, garantindo colheitas mais ricas no futuro”.

Leonardo Grisotto, também sócio-fundador, reforça que o apetite por ativos de alto potencial no agro tende a aumentar em períodos de volatilidade. “A terra é um ativo que se valoriza de forma consistente, e empresas do setor têm capacidade de gerar caixa mesmo em cenários adversos. Isso cria um ambiente perfeito para negociações inteligentes”.

O estudo revela que, para cada 1% adicional nas oportunidades de crescimento (“growth options”) em momentos de instabilidade, o valor do negócio pode aumentar até 16%, chegando a 19% em mercados altamente competitivos.

Segundo Rodrigues, isso significa que a volatilidade, em vez de ser apenas um risco, pode ser transformada em vantagem estratégica para players do agronegócio. “O investidor que conhece o ciclo, entende o valor da terra e sabe o momento de entrar no negócio consegue transformar a instabilidade em um trator que abre novas fronteiras.”

A pesquisa integra a tese de doutoramento de Rodrigues na Universidade Federal do Paraná, orientada pelo professor Cláudio Marcelo Edwards, e lança luz sobre como decisões bem embasadas podem gerar valor mesmo em contextos de incerteza macroeconômica.

Sobre a ZAXO: https://www.zaxogroup.com/

Enquanto boa parte do mercado está apreensivo, engavetando projetos e segurando os investimentos à espera de uma definição do cenário econômico, o setor de logística continua crescendo.

A expectativa é de um crescimento de 23% até 2029, impulsionado pelo comércio eletrônico e automação e projeta o aquecimento das operações de fusões e aquisições de empresas.

Aliás, o diretor da Zaxo, Jefferson Nesello, alerta que é nas incertezas que surgem os melhores negócios. Já o pesquisador Ronaldo Rodrigues e senior associate da Zaxo, explica que a relação entre incerteza econômica e fusões e aquisições é muito mais complexa do que parece. Ao analisar mais de 20 mil transações globais entre 1990 e 2023, ele percebeu que, em setores altamente competitivos como logística, a incerteza não paralisa negócios. Muito pelo contrário, cria janelas de oportunidades

Segundo o pesquisador, o impacto médio da incerteza na precificação reduz em quase 7% o valor dos ativos. Isso abre margem para negociações mais vantajosas. Mas, quando o ativo tem alto potencial de crescimento, essa redução praticamente desaparece. Nesses casos, o impacto cai para menos de 1%.

E mais do que isso: em mercados competitivos como logística, o prêmio pago pelos compradores pode subir até 19% quando há clareza sobre as oportunidades futuras, mesmo em meio a um cenário macroeconômico turbulento. Ou seja, quem enxerga o valor do ativo no longo prazo ignora a fumaça do curto prazo.

Em números, como são traduzidas as fusões e aquisições?

No ano passado, por exemplo, em termos globais, foram registradas 511 fusões e aquisições. No primeiro trimestre deste ano, o número chegou a 250 transações, representando um aumento de 3,3% em relação ao trimestre anterior. No Brasil, somente entre janeiro e março foram 40 fusões e aquisições em logística e transporte.

O diretor da Zaxo também chama a atenção para o fato de quem entende de logística sabe que este é um setor que não para. Com crise ou não, as pessoas continuam consumindo, e as cadeias de suprimentose distribuição permanecem rodando. O que muda é quem está mais preparado para operar com eficiência. E, nesse jogo, quem tem acesso a capital e visão estratégica vai levar vantagem.

Setores como tecnologia, mídia e telecomunicações concentraram 83% do volume e 75% do valor dos negócios

Mesmo com um cenário econômico instável, o mercado global de fusões e aquisições (M&A) cresceu 15% no primeiro semestre de 2025, movimentando 1,5 trilhão de dólares — puxado pelos megadeals (acima de 1 bilhão de dólares), que aumentaram 17%, segundo a PwC.

Apesar da queda de 9% no número de transações, setores como tecnologia, mídia e telecomunicações concentraram 83% do volume e 75% do valor dos negócios, impulsionados por inteligência artificial, cloud e cibersegurança.

Segundo Ronaldo Rodrigues, da Zaxo, boutique especializada em M&A, incertezas reduzem o valor médio das aquisições em 6,7%, mas esse efeito é menor em empresas com alto potencial de crescimento — como as de tech. “A volatilidade reorganiza o mercado e cria oportunidades”, diz.

Exemplos recentes no Brasil incluem a aquisição da Experimentaí pela UAUBox e a compra do Site Blindado pela Conviso, que projeta 50 milhões de reais em faturamento até o fim do ano.

Para Jefferson Nesello, também da Zaxo, momentos de instabilidade favorecem quem está preparado. “Valuations mais razoáveis permitem entrar em negócios promissores com visão de longo prazo.”

Crescimento do Mercado de Fusões e Aquisições

Mesmo em um cenário econômico marcado pela instabilidade, o mercado global de fusões e aquisições (M&A) apresentou um crescimento significativo de 15% no primeiro semestre de 2025, movimentando um total de 1,5 trilhão de dólares. Esse avanço é impulsionado principalmente pelos megadeals, cujos valores ultrapassam 1 bilhão de dólares, os quais cresceram 17%, conforme dados da PwC.

Setores em Destaque

Embora tenha havido uma redução de 9% no número total de transações, setores como tecnologia, mídia e telecomunicações destacaram-se, acumulando 83% do volume e 75% do valor das negociações. O crescimento nestes setores é atribuído a fortes tendências inovadoras, incluindo a adoção de inteligência artificial, serviços de nuvem e soluções de cibersegurança.

Impacto das Incertezas sobre as Aquisições

De acordo com Ronaldo Rodrigues, representante da Zaxo, uma boutique especializada em M&A, as incertezas do mercado costumam afetar o valor médio das aquisições, que geralmente sofre uma redução de até 6,7%. No entanto, esse impacto é considerado menor em empresas que possuem um alto potencial de crescimento, como as que atuam na área de tecnologia. “A volatilidade reorganiza o mercado e cria oportunidades”, afirma Rodrigues.

Exemplos Recentes no Brasil

Um exemplo recente dessas movimentações no Brasil é a aquisição da Experimentaí pela UAUBox, além da compra do Site Blindado pela Conviso, que tem como projeção alcançar um faturamento de 50 milhões de reais até o final do ano. Estas transações ilustram a dinâmica do mercado, que, mesmo em tempos incertos, continua a gerar atividades significativas.

Oportunidades em Tempos de Instabilidade

Jefferson Nesello, também sócio da Zaxo, destaca que momentos de instabilidade podem favorecer aqueles que estão preparados para essas condições de mercado. “Valuations mais razoáveis permitem entrar em negócios promissores com uma visão de longo prazo”, observa Nesello. A capacidade de navegar por períodos de incerteza pode ser um diferencial estratégico para investidores e empresas em busca de crescimento por meio de fusões e aquisições.

Assim, o cenário atual demonstra que, apesar das dificuldades econômicas, o mercado de M&A continua a se mostrar resiliente, oferecendo oportunidades valiosas a quem souber aproveitá-las.

O setor agropecuário brasileiro registrou em 2024 o melhor desempenho em cinco anos em operações de fusões e aquisições: 12 transações, alta de 140% frente a 2023, segundo a KPMG. Entre os destaques, a compra de 50% da Mantiqueira Brasil pela JBS por R$ 1,9 bilhão. O estudo da Zaxo Group mostra que a instabilidade econômica pode reduzir valores de aquisição, mas também abrir oportunidades estratégicas. Globalmente, o M&A no agro movimentou US$ 76 bilhões em 2024. Pela primeira vez, o Agtech entrou no “top 10” de investimentos em tecnologia na América Latina

Entre janeiro e março, o Brasil registrou cerca de 399 transações de fusões e aquisições; 40 ocorreram em logística e transporte

Enquanto parte do mercado segura investimentos, esperando o cenário clarear, um movimento discreto e bilionário corre nos bastidores do setor de logística. E não é coincidência. A volatilidade, que para muitos é sinônimo de risco, para outros significa apenas uma palavra: oportunidade.

O mercado global de fusões e aquisições (M&A) nunca foi uma linha reta. E, para setores como logística, transporte e supply chain, a instabilidade econômica parece funcionar mais como combustível do que como freio.

“Quando tudo está muito previsível, os preços estão lá em cima. É nas incertezas que surgem os melhores negócios”, resume Jefferson Nesello, sócio-fundador e diretor da Zaxo, boutique de M&A especializada em middle market, que tem batido recordes de transações no Brasil.

Apesar das incertezas macroeconômicas, o setor de logística segue movimentando o mercado global de M&A com fôlego. De acordo com o relatório Transportation & Logistics M&A Pulse, Q4 2024, da consultoria PMCF Investment Banking, foram registradas 511 transações globais no setor ao longo de 2024, uma queda de 5% em relação a 2023, mas ainda assim representando um volume expressivo de negócios. Já no primeiro trimestre de 2025, o número chegou a 250 transações, segundo levantamento da R.L. Hulett & Company, um crescimento de 3,3% em relação ao trimestre anterior, mesmo com uma leve queda de 4,9% em comparação ao mesmo período do ano passado.

No Brasil, o ritmo acelerado junto ao segmento é semelhante. O setor logístico manteve o ritmo de negócios no Brasil no início de 2025. Entre janeiro e março, o país registrou cerca de 399 transações de fusões e aquisições, sendo que aproximadamente 40 ocorreram em logística e transporte, segundo estimativas baseadas em dados históricos. 

Esse número é uma projeção baseada na participação histórica do segmento em M&As no país, que costuma variar entre 8% e 12% do total de transações, o que corresponde a algo entre 32 e 48 negócios, de acordo com análises de anos anteriores feitas por consultorias como PwC, KPMG e pela própria TTR Data - já que dados segmentados oficiais ainda não foram divulgados.

Um exemplo desse movimento no Brasil foi em setembro de 2024, quando a CMA CGM adquiriu uma participação de 48% na Santos Brasil, operadora de terminais portuários e logística, em uma transação de R$ 6,3 bilhões, com opção de OPA para aquisição total. A transação envolveu a compra de aproximadamente 215 milhões de ações e 40 milhões de Global Depositary Receipts (GDRs) da Santos Brasil, que opera terminais portuários estratégicos no Brasil, incluindo o Tecon Santos, o maior terminal de contêineres do país.

Outro exemplo recente e expressivo dessa movimentação no Brasil foi em abril de 2025, a Lenarge, uma das principais empresas de transporte do Brasil, anunciou a aquisição da Zero Carbon Logistics, líder em logística sustentável e pioneira em veículos 100% elétricos e movidos a Gás Natural Liquefeito (GNL). A fusão amplia a atuação da Lenarge em serviços de transporte sustentável e armazenagem, atendendo setores como mineração, siderurgia, agronegócio e indústria pesada. Embora os valores da transação não tenham sido divulgados, estima-se que o faturamento conjunto alcance R$ 2 bilhões no primeiro ano, representando um crescimento de 30% para a Lenarge.

Esse dinamismo reflete o próprio setor. Hoje, o Brasil conta com 283 startups logtech ativas, quase metade focadas em gestão logística, além de operações em entrega, logística reversa, estoque e marketplaces de frete, segundo o Distrito LogTech Report (KPMG, Volvo e VLi). Com custos operacionais que somam R$ 749 bilhões, equivalentes a 12,7% do PIB (ILOS/CNT), o mercado de logística mantém sua relevância e atratividade em M&A, puxado pela busca por eficiência, digitalização e adequação a novas demandas de sustentabilidade.

Ronaldo Rodrigues, senior associate da Zaxo e pesquisador do tema, explica que a relação entre incerteza econômica e M&A é muito mais complexa — e surpreendente — do que parece. Ao analisar mais de 20 mil transações globais entre 1990 e 2023, Rodrigues percebeu que, em setores altamente competitivos como logística, a incerteza não paralisa negócios; ela cria janelas de oportunidade.

“O impacto médio da incerteza na precificação reduz em cerca de 6,7% o valor dos ativos. Isso abre margem para negociações mais vantajosas. Mas, quando o ativo tem alto potencial de crescimento, essa redução praticamente desaparece”, explica. Nesses casos, o impacto cai para menos de 1%.

Mais do que isso: em mercados competitivos como logística, o prêmio pago pelos compradores pode subir até 19% quando há clareza sobre as oportunidades futuras, mesmo em meio a um cenário macroeconômico turbulento. “É simples: quem enxerga o valor do ativo no longo prazo ignora a fumaça do curto”, resume Rodrigues.

Não é à toa que o setor virou protagonista nas teses de M&A. Digitalização, inteligência artificial, automação, ESG e a pressão constante por eficiência criaram um terreno fértil para consolidações e expansão via aquisição.

Esse movimento global já pode ser observado nas transações mais recentes. A DSV, gigante dinamarquesa, acaba de concluir a compra da alemã DB Schenker por €14,3 bilhões, consolidando-se como uma das líderes mundiais em logística integrada. A Ceva Logistics, do grupo francês CMA CGM, também investiu pesado e adquiriu a divisão logística da turca Borusan por US$ 440 milhões. No Canadá, a Purolator incorporou a Livingston International por US$ 684 milhões, enquanto, nos Estados Unidos, a Schneider National comprou a Cowan Systems por US$ 390 milhões e a Ryder adquiriu a Cardinal Logistics por US$ 297 milhões. As transações não se limitam à expansão operacional: o setor também mira tecnologia. A australiana WiseTech comprou a e2open, reforçando sua plataforma de software global, e a FedEx incorporou a RouteSmart Technologies, especializada em IA para otimização de rotas.

Leonardo Grisotto, também sócio da Zaxo, explica: “A logística vive um efeito sanduíche. De um lado, custos operacionais em alta e exigências regulatórias mais rigorosas. Do outro, uma demanda crescente por agilidade, sustentabilidade e eficiência. As empresas que não se adaptam viram alvo. As que têm caixa, ou acesso a investidores, saem às compras.”

A própria Zaxo, que já participou de mais de R$ 7,5 bilhões em transações no Brasil, vê no pipeline de 2025 uma participação relevante do setor de logística: mais de 20% dos projetos ativos hoje estão diretamente ligados à cadeia logística, seja transporte, armazenagem, distribuição, operação logística ou tecnologia para mobilidade. 

Um exemplo emblemático é o projeto de M&A que levou a Sascar, empresa de tecnologia na área de gestão de frotas, a ser adquirida pela multinacional Michelin. Sob a assessoria da empresa, o valor de mercado da Sascar cresceu de R$ 170 milhões para R$ 1,6 bilhão em pouco menos de cinco anos. 

O estudo liderado por Rodrigues também revela outro dado de impacto: para cada 1% de aumento nas growth options percebidas no ativo, o valor da empresa sobe 16%, mesmo em cenários de incerteza. Na prática: quanto maior o potencial de expansão e inovação, menor o desconto aplicado pelo mercado diante do risco macroeconômico.

Jefferson Nesello conclui: “Quem entende de logística sabe que este é um setor que não para. Com crise ou não, as pessoas continuam consumindo, e as cadeias de supply e distribuição continuam rodando. O que muda é quem está mais preparado para operar com eficiência. E, nesse jogo, quem tem acesso a capital e visão estratégica leva vantagem.”

“Estamos numa janela de oportunidade. Pressão por eficiência e aumento de demanda faz com que grandes operadores logísticos, fundos e até players internacionais estejam com os olhos bem abertos para o mercado brasileiro”, completa Grisotto.

O mercado global de fusões e aquisições (M&A) nunca foi uma linha reta.

Enquanto parte do mercado segura investimentos, esperando o cenário clarear, um movimento discreto e bilionário corre nos bastidores do setor de logística. E não é coincidência. A volatilidade, que para muitos é sinônimo de risco, para outros significa apenas uma palavra: oportunidade.

O mercado global de fusões e aquisições (M&A) nunca foi uma linha reta. E, quando olhamos especificamente para setores como logística, transporte e supply chain, a instabilidade econômica parece funcionar mais como combustível do que como freio.

“Quando tudo está muito previsível, os preços estão lá em cima. É nas incertezas que surgem os melhores negócios”, resume Jefferson Nesello, sócio-fundador e diretor da ZAXO, boutique de M&A especializada em middle market, que tem batido recordes de transações no Brasil.

Apesar das incertezas macroeconômicas, o setor de logística segue movimentando o mercado global de M&A com fôlego. De acordo com o relatório Transportation & Logistics M&A Pulse, Q4 2024, da consultoria PMCF Investment Banking, foram registradas 511 transações globais no setor ao longo de 2024, uma queda de 5% em relação a 2023, mas ainda assim representando um volume expressivo de negócios. Já no primeiro trimestre de 2025, o número chegou a 250 transações, segundo levantamento da R.L. Hulett & Company, um crescimento de 3,3% em relação ao trimestre anterior, mesmo com uma leve queda de 4,9% em comparação ao mesmo período do ano passado.

Por aqui, o ritmo acelerado junto ao segmento é semelhante. O setor logístico manteve o ritmo de negócios no Brasil no início de 2025. Entre janeiro e março, o país registrou cerca de 399 transações de fusões e aquisições, sendo que aproximadamente 40 ocorreram em logística e transporte, segundo estimativas baseadas em dados históricos.

Esse número é uma projeção baseada na participação histórica do segmento em M&As no país, que costuma variar entre 8% e 12% do total de transações, o que corresponde a algo entre 32 e 48 negócios, de acordo com análises de anos anteriores feitas por consultorias como PwC, KPMG e pela própria TTR Data – já que dados segmentados oficiais ainda não foram divulgados.

Um exemplo desse movimento no Brasil foi em setembro de 2024, quando a CMA CGM adquiriu uma participação de 48% na Santos Brasil, operadora de terminais portuários e logística, em uma transação de R$ 6,3 bilhões, com opção de OPA para aquisição total. A transação envolveu a compra de aproximadamente 215 milhões de ações e 40 milhões de Global Depositary Receipts (GDRs) da Santos Brasil, que opera terminais portuários estratégicos no Brasil, incluindo o Tecon Santos, o maior terminal de contêineres do país.

Outro exemplo recente e expressivo dessa movimentação no Brasil foi em abril de 2025, a Lenarge, uma das principais empresas de transporte do Brasil, anunciou a aquisição da Zero Carbon Logistics, líder em logística sustentável e pioneira em veículos 100% elétricos e movidos a Gás Natural Liquefeito (GNL). A fusão amplia a atuação da Lenarge em serviços de transporte sustentável e armazenagem, atendendo setores como mineração, siderurgia, agronegócio e indústria pesada. Embora os valores da transação não tenham sido divulgados, estima-se que o faturamento conjunto alcance R$ 2 bilhões no primeiro ano, representando um crescimento de 30% para a Lenarge.

Esse dinamismo reflete o próprio setor. Hoje, o Brasil conta com 283 startups logtech ativas, quase metade focadas em gestão logística, além de operações em entrega, logística reversa, estoque e marketplaces de frete, segundo o Distrito LogTech Report (KPMG, Volvo e VLi). Com custos operacionais que somam R$ 749 bilhões, equivalentes a 12,7% do PIB (ILOS/CNT), o mercado de logística mantém sua relevância e atratividade em M&A, puxado pela busca por eficiência, digitalização e adequação a novas demandas de sustentabilidade.

Ronaldo Rodrigues, senior associate da ZAXO e pesquisador do tema, explica que a relação entre incerteza econômica e M&A é muito mais complexa — e surpreendente — do que parece. Ao analisar mais de 20 mil transações globais entre 1990 e 2023, Rodrigues percebeu que, em setores altamente competitivos como logística, a incerteza não paralisa negócios; ela cria janelas de oportunidade.

“O impacto médio da incerteza na precificação reduz em cerca de 6,7% o valor dos ativos. Isso abre margem para negociações mais vantajosas. Mas, quando o ativo tem alto potencial de crescimento, essa redução praticamente desaparece”, explica. Nesses casos, o impacto cai para menos de 1%.

Mais do que isso: em mercados competitivos como logística, o prêmio pago pelos compradores pode subir até 19% quando há clareza sobre as oportunidades futuras, mesmo em meio a um cenário macroeconômico turbulento. “É simples: quem enxerga o valor do ativo no longo prazo ignora a fumaça do curto”, resume Rodrigues.

Não é à toa que o setor virou protagonista nas teses de M&A. Digitalização, inteligência artificial, automação, ESG e a pressão constante por eficiência criaram um terreno fértil para consolidações e expansão via aquisição.

Esse movimento global já pode ser observado nas transações mais recentes. A DSV, gigante dinamarquesa, acaba de concluir a compra da alemã DB Schenker por €14,3 bilhões, consolidando-se como uma das líderes mundiais em logística integrada. A CEVA Logistics, do grupo francês CMA CGM, também investiu pesado e adquiriu a divisão logística da turca Borusan por US$ 440 milhões. No Canadá, a Purolator incorporou a Livingston International por US$ 684 milhões, enquanto, nos Estados Unidos, a Schneider National comprou a Cowan Systems por US$ 390 milhões e a Ryder adquiriu a Cardinal Logistics por US$ 297 milhões. As transações não se limitam à expansão operacional: o setor também mira tecnologia. A australiana WiseTech comprou a e2open, reforçando sua plataforma de software global, e a FedEx incorporou a RouteSmart Technologies, especializada em IA para otimização de rotas.

Leonardo Grisotto, também sócio da ZAXO, explica: “A logística vive um efeito sanduíche. De um lado, custos operacionais em alta e exigências regulatórias mais rigorosas. Do outro, uma demanda crescente por agilidade, sustentabilidade e eficiência. As empresas que não se adaptam viram alvo. As que têm caixa, ou acesso a investidores, saem às compras.”

E o apetite é real. A própria ZAXO, que já participou de mais de R$ 7,5 bilhões em transações no Brasil, vê no pipeline de 2025 uma participação relevante do setor de logística: mais de 20% dos projetos ativos hoje estão diretamente ligados à cadeia logística, seja transporte, armazenagem, distribuição, operação logística ou tecnologia para mobilidade.

Um exemplo emblemático é o projeto de M&A que levou a Sascar, empresa de tecnologia na área de gestão de frotas, a ser adquirida pela multinacional Michelin. Sob a assessoria da empresa, o valor de mercado da Sascar cresceu de R$ 170 milhões para R$ 1,6 bilhão em pouco menos de cinco anos.

O estudo liderado por Rodrigues também revela outro dado de impacto: para cada 1% de aumento nas growth options percebidas no ativo, o valor da empresa sobe 16%, mesmo em cenários de incerteza. Na prática: quanto maior o potencial de expansão e inovação, menor o desconto aplicado pelo mercado diante do risco macroeconômico.

Jefferson Nesello conclui: “Quem entende de logística sabe que este é um setor que não para. Com crise ou não, as pessoas continuam consumindo, e as cadeias de supply e distribuição continuam rodando. O que muda é quem está mais preparado para operar com eficiência. E, nesse jogo, quem tem acesso a capital e visão estratégica leva vantagem.”

“Estamos numa janela de oportunidade. Pressão por eficiência e aumento de demanda faz com que grandes operadores logísticos, fundos e até players internacionais estejam com os olhos bem abertos para o mercado brasileiro”, completa Grisotto.

Transações seguem firmes apesar da volatilidade econômica global.

O setor de logística mantém ritmo acelerado de fusões e aquisições no Brasil, acompanhando o cenário internacional. Mesmo diante de incertezas macroeconômicas, empresas seguem movimentando o mercado em busca de eficiência, digitalização e soluções sustentáveis.

De acordo com o relatório Transportation & Logistics M&A Pulse, Q4 2024 da consultoria PMCF Investment Banking, foram registradas 511 transações globais em 2024, uma queda de 5% em relação ao ano anterior. Ainda assim, o volume segue relevante. Já no primeiro trimestre de 2025, o número alcançou 250 transações, crescimento de 3,3% sobre o trimestre anterior.

No Brasil, a estimativa é que entre 32 e 48 negócios tenham ocorrido no setor logístico entre janeiro e março de 2025, dentro da média histórica de participação de 8% a 12% nas operações de M&A. No total, o país registrou cerca de 399 transações no período.

Para Jefferson Nesello, sócio-fundador e diretor da ZAXO, boutique de M&A especializada em middle market, a instabilidade pode abrir espaço para boas oportunidades. “Quando tudo está muito previsível, os preços estão em alta. É nas incertezas que surgem os melhores negócios”, afirma.

Entre os exemplos mais relevantes está a aquisição, em setembro de 2024, de 48% da Santos Brasil pela CMA CGM, em operação de R$ 6,3 bilhões. A transação incluiu aproximadamente 215 milhões de ações e 40 milhões de Global Depositary Receipts, com opção de oferta pública de aquisição total.

Outro movimento expressivo ocorreu em abril de 2025, quando a Lenarge comprou a Zero Carbon Logistics, especializada em transporte sustentável com veículos elétricos e a gás natural liquefeito. A fusão deve gerar faturamento conjunto de cerca de R$ 2 bilhões no primeiro ano, representando expansão de 30% para a Lenarge.

Esse dinamismo também reflete a presença de 283 startups logtech ativas no Brasil, quase metade dedicadas à gestão logística. Com custos operacionais de R$ 749 bilhões, equivalentes a 12,7% do PIB, o setor permanece estratégico para operações de M&A e segue impulsionado pela busca por novas soluções digitais e sustentáveis.

#M&A #logística #negócios

Michel Cabral, CEO da Vixting: “Nos demos conta de que para chegar onde queríamos, era hora de partir para um M&A” — Foto: Divulgação

O tripé “inovação, governança e resiliência” é fundamental para médias empresas que buscam atrair capital e novos sócios

Desde 2019, cinco aquisições consecutivas no Brasil e uma no exterior levaram a Cadastra, empresa de serviços de tecnologia, comunicação, dados e estratégia, a anunciar um novo posicionamento, com foco em inteligência artificial e oferta de serviços integrados.

“Fomos ao mercado mais intensamente a partir de 2021 com uma butique de M&A, que nos ajudou a mapear boas oportunidades”, afirma Thiago Bacchin, fundador e CEO da Cadastra. “Traçamos um plano estratégico de longo prazo. Tínhamos muita clareza do tipo de empresa e perfil que precisávamos para complementar nosso portfólio, acelerar o crescimento e conectar mais serviços”. As companhias adquiridas foram A7B, M3, Digital Ethos, QExpert e Maeztra.

Com culturas alinhadas e integração de lideranças e carteiras - indispensáveis para o sucesso de um processo de fusão na visão do executivo - a Cadastra saltou de 150 clientes para 350, atendendo empresas como Unilever, Reckitt e Gerdau, espalhados por 12 países. Com faturamento de R$ 202 milhões em 2024, a companhia pretende voltar ativamente ao universo de fusões e aquisições a partir do fim de 2026. “Não estamos fechados [para compras], mas, sim, menos ativos”, diz Bacchin. “Até porque o mercado nos oferece novos ativos com frequência.”

Levantamento da consultoria KPMG destaca que as empresas brasileiras realizaram 739 operações de fusões e aquisições no primeiro semestre deste ano. No acumulado do período, o setor que mais realizou operações foi o de tecnologia da informação (274), seguido por instituições financeiras (75), empresas de internet (46), serviços para empresas (24), alimentos, bebidas e fumo (22). O estudo apontou ainda que houve um aumento na quantidade de transações em que investidores estrangeiros compram empresas nacionais. Entre janeiro e junho, foram 199 operações contra 178 no mesmo período de 2024, um acréscimo de quase 12%.

“O estudo não segmenta por porte de empresa, mas é sabido que as médias, com faturamento entre R$ 15 milhões e R$ 300 milhões, têm despertado interesse dos fundos de private equity”, diz Paulo Guilherme Coimbra, sócio da KPMG. Segundo ele, num primeiro momento, diante do aperto das margens e de performance abaixo do desejado, as companhias de médio porte vão em busca de crédito. Se não conseguem, partem para operações de M&A (fusões e aquisições, na sigla em inglês), seja com foco em encontrar novos sócios ou até para venda de 100% da operação.

Na visão de Jefferson Nesselo, sócio-diretor da Zaxo, boutique de M&A, trata-se de um movimento sem volta. “Cada vez mais as empresas se dão conta de que o M&A também é uma via de crescimento. No fundo, em boa parte das transações significa comprar tempo, ser menos solitário, porque o empresário brasileiro se faz sozinho”, afirma. “As médias empresas estão sendo mais procuradas porque têm peculiaridades e carregam conhecimento e são referências na região onde atuam”. Ele observa, porém, que sem o tripé “inovação, governança e resiliência” bem estruturado dificilmente farão negócios.

Em boa parte das transações significa comprar tempo e ser menos solitário” — Jefferson Nesselo

À frente da startup Vixting, HR Tech especializada em saúde ocupacional e admissão digital, Michel Cabral, CEO e fundador, confessa que ficou em dúvida na hora de acelerar o crescimento. “Não sabia se buscava um grande player para fusão ou negociava com um fundo de investimento”, revela. “Em 2022, chegamos quase a fechar um aporte de R$ 20 milhões, mas ainda faltaria dinheiro para alavancar a empresa. Nos demos conta de que para chegar onde queríamos, era hora de partir para um M&A”. A transação foi concluída em 2024, quando o grupo de gestão empresarial (ERP) Sankhya comprou 51% da startup.

“Nossa projeção no primeiro ano com a nova estrutura é crescer 60% o número de vidas atendidas e o mesmo percentual em faturamento”, revela o CEO. Com o objetivo de terminar 2026 com 500 mil vidas atendidas e um faturamento da ordem de R$ 89 milhões, Cabral adverte que para se alcançar bons resultados no universo de fusões e aquisições, o empreendedor tem de estar atento para analisar com inteligência e resiliência o melhor tempo do mercado. “Levamos mais de um ano na negociação, não adianta ter pressa”, diz. “Sem contar que o empreendedor precisa olhar com critério quanto deixará de dinheiro na mesa”.

Muitas vezes o movimento é inverso, com a subsidiária adquirindo a participação da empresa mãe. Foi o que aconteceu com a Spar Brasil - especializada em merchandising de varejo - que, em 2024, se tornou majoritária do Spar Group, por meio de seus acionistas atuais e do fundo americano Earth Investimentos. Com a estrutura organizada, a companhia anunciou em junho a nova identidade. Passou a chamar Ever Trade Marketing. “O Brasil representava 50% dos negócios do grupo, que operava em 10 países. A subsidiária ficou tão grande quanto a matriz”, diz o CEO, Jonathan Dagues.

“Nossa grande preocupação num primeiro momento era a resposta do mercado ao M&A e foi muito positiva. Hoje, 75% dos nossos clientes são multinacionais”, acrescenta. Os resultados endossam a decisão. “Quando fizemos a aquisição faturávamos R$ 422 milhões. Ao final de 2024, alcançamos R$ 496 milhões e a projeção para 2025 é somar R$ 650 milhões”, afirma Dagues.

O mercado de fusões e aquisições de empresas na área de saúde está aquecido no Brasil. Negociações concluídas de um ano para cá são o termômetro para medir a temperatura desse setor. Em três ‘cases’ recentes, foram pelo menos R$ 90 milhões em investimentos envolvidos. Mas, para a conclusão de processos de compras e joint-ventures não basta capital. Estratégias de bastidores se mostram decisivas.

Quem revela o percurso de algumas dessas tratativas é o especialista Jefferson Nesello. Como sócio e diretor da Zaxo, boutique de M&A (mergers and acquisitions), Nesello atuou diretamente em tais ‘cases’. São eles, o das negociações que resultaram em uma joint-venture (a da 7Imports, fruto de R$ 20 milhões em investimentos) e o de duas compras realizadas pela HT3 Investimentos: a da Central da Visão (R$ 10 milhões) e da Mais Saúde (R$ 60 milhões investidos).

A joint-venture que levou à criação da 7Imports envolveu quatro players no ramo de equipamentos hospitalares. Todos consolidados em suas regiões, mas que buscavam se estabelecer no mercado de São Paulo e obter abrangência nacional. As protagonistas eram a Medicalway, com forte presença na Região Sul; a Mhédica, referência em Minas Gerais; a Prime Medical, da Bahia; e Safe, atuante em Pernambuco, de Pernambuco.

“Eram empresas que, juntas, somavam 15 mil hospitais e clínicas clientes, com 60 mil equipamentos fornecidos, em 80% do território nacional. Porém, sem atuação em São Paulo. A solução foi a criação de uma joint-venture, a 7Imports”, discorre Nesello. Chegar a essa decisão envolveu elaboração de minucioso plano de negócios e de um desenho de modelo de atuação. O aporte somado foi de R$ 20 milhões. “A joint-venture começou voando: no primeiro ano [2024], já faturou R$ 10 milhões e gerou caixa.”

A formação da 7Imports ilustra como os players na área de saúde estão com apetite para investir. O setor tem atraído também aportes de investidores financeiros brasileiros e do exterior, avalia o especialista. É desse contexto que emergem as duas aquisições realizadas pelo H. Egídio Group, de fármacos hospitalares com sede em Goiás.

Nos dois processos, a assessoria em M&A prestada por Nesello e Zaxo foi customizada para atender as especificidades buy-side – isto é, direcionada à organização interessada em adquirir, e não àquela que está se preparando para ser incorporada. Embora o H. Egídio Group já tivesse experiência com aquisições, o conglomerado precisava de suporte especializado em M&A para saltos ainda maiores e mais significativos.

“Assim”, narra o especialista, “foi um trabalho praticamente começado do zero. Foram pelo menos 90 dias só desenhando a estratégia, montando um quadro de visões do que a empresa pretendia adquirir – um framework – com perguntas sobre o que, por que e como, para então ir ao mercado”. Ou seja, além de capital e disposição, o conglomerado tinha tese, conceito e ‘core’ do negócio e investimento precisamente elaborados. Um potencial de negociação certeiro.

A estratégia de bastidor não se encerra, contudo, com a fusão ou aquisição concluída. Ao contrário. O diferencial da assessoria customizada em M&A, fundamental para o êxito do investimento, está no acompanhamento pós negociação selada. No caso da 7Imports, por exemplo, reuniões semanais e uma revisão no plano de negócios um ano depois caracterizaram a assessoria. Foi montado uma espécie de “comitê de gestão”, um colegiado formado por investidores, sócios e a assessoria de M&A.

Nesello explica mais detalhes do case da 7Imports em podcast diponível neste link: https://youtu.be/PbfcMcvISXI. E, neste outro (https://youtu.be/f2DRJY7q5Mw), ele conta mais sobre a assessoria de M&A buy-side do H Egidio Group.

Setor de Agtech Ganha Destaque na América Latina

Pela primeira vez, o setor de Agtech entrou no ranking das dez principais verticais de tecnologia que mais atraíram investimentos na América Latina, ocupando a oitava posição. Este avanço reflete um crescente interesse e potencial de crescimento nesta área emergente.

Análise do Estudo de Transações

Um estudo conduzido por Ronaldo Rodrigues, associado sênior da Zaxo Group, analisou mais de 20 mil transações que ocorreram entre 1990 e 2023 em 18 países. Os resultados do levantamento indicam que a incerteza em relação à condução da política econômica tende a reduzir, em média, o valor das aquisições em 6,7%. Contudo, é importante notar que, quando o ativo em questão demonstra um alto potencial de crescimento, essa diminuição no valor pode ser reduzida a menos de 1%, o que abre espaço para negociações mais competitivas.

“Em relação ao Brasil, o setor agro apresenta uma característica muito específica: a produção não é interrompida e a demanda global se mantém constante. Dessa forma, os investidores conseguem realizar operações com valuations atraentes e obter resultados robustos no médio e longo prazo”, explica Ronaldo Rodrigues, associado sênior da Zaxo Group. Essa estabilidade e crescimento contínuo no setor agro podem ser fatores determinantes para atrair mais investidores.

Dados Recentes sobre Transações no Setor Agropecuário Mundial

Dados da GlobalData reforçam essa tendência de crescimento no setor agropecuário. Em 2024, as transações globais de fusões e aquisições (M&A) no setor devem atingir 76 bilhões de dólares, com um total de 977 operações registradas em todo o mundo. Esses números demonstram um vigor significativo no mercado agropecuário, refletindo a confiança dos investidores na sustentabilidade e lucratividade do setor.

Além disso, de acordo com informações fornecidas pela Capstone Partners, o rendimento bruto da agricultura mundial deverá alcançar 4,8 trilhões de dólares até 2025. Os Estados Unidos deverão contribuir com 587 bilhões de dólares desse total. Esses dados reafirmam a importância do setor agro no cenário econômico global e a tendência de crescimento que ele apresenta.

Cenário de Fusões e Aquisições no Brasil

No Brasil, entre janeiro e maio de 2025, o país registrou 596 operações de fusões e aquisições, representando um aumento de 15% em comparação ao mesmo período do ano anterior, conforme informações da PwC Brasil. Esse crescimento nas transações de M&A no país pode ser um indicativo de que o mercado agropecuário brasileiro está se tornando cada vez mais atrativo para investimentos, contribuindo para a renovação e expansão das operações no setor.

Esses dados evidenciam não apenas a resiliência do setor agropecuário, mas também o papel essencial que ele desempenha na economia brasileira e latino-americana. As expectativas para o futuro mostram que o ambiente de negócios no agronegócio continua a se desenvolver, com a possibilidade de novas oportunidades surgindo para investidores e empresários.

Enquanto parte do mercado segura investimentos, esperando o cenário clarear, um movimento discreto e bilionário corre nos bastidores do setor de logística. E não é coincidência. A volatilidade, que para muitos é sinônimo de risco, para outros significa apenas uma palavra: oportunidade.

O mercado global de fusões e aquisições (M&A) nunca foi uma linha reta. E, quando olhamos especificamente para setores como logística, transporte e supply chain, a instabilidade econômica parece funcionar mais como combustível do que como freio.

“Quando tudo está muito previsível, os preços estão lá em cima. É nas incertezas que surgem os melhores negócios”, resume Jefferson Nesello, sócio-fundador e diretor da ZAXO, boutique de M&A especializada em middle market, que tem batido recordes de transações no Brasil.

Apesar das incertezas macroeconômicas, o setor de logística segue movimentando o mercado global de M&A com fôlego. De acordo com o relatório Transportation & Logistics M&A Pulse, Q4 2024, da consultoria PMCF Investment Banking, foram registradas 511 transações globais no setor ao longo de 2024, uma queda de 5% em relação a 2023, mas ainda assim representando um volume expressivo de negócios. Já no primeiro trimestre de 2025, o número chegou a 250 transações, segundo levantamento da R.L. Hulett & Company, um crescimento de 3,3% em relação ao trimestre anterior, mesmo com uma leve queda de 4,9% em comparação ao mesmo período do ano passado.

Por aqui, o ritmo acelerado junto ao segmento é semelhante. O setor logístico manteve o ritmo de negócios no Brasil no início de 2025. Entre janeiro e março, o país registrou cerca de 399 transações de fusões e aquisições, sendo que aproximadamente 40 ocorreram em logística e transporte, segundo estimativas baseadas em dados históricos.

Esse número é uma projeção baseada na participação histórica do segmento em M&As no país, que costuma variar entre 8% e 12% do total de transações, o que corresponde a algo entre 32 e 48 negócios, de acordo com análises de anos anteriores feitas por consultorias como PwC, KPMG e pela própria TTR Data - já que dados segmentados oficiais ainda não foram divulgados.

Um exemplo desse movimento no Brasil foi em setembro de 2024, quando a CMA CGM adquiriu uma participação de 48% na Santos Brasil, operadora de terminais portuários e logística, em uma transação de R$ 6,3 bilhões, com opção de OPA para aquisição total. A transação envolveu a compra de aproximadamente 215 milhões de ações e 40 milhões de Global Depositary Receipts (GDRs) da Santos Brasil, que opera terminais portuários estratégicos no Brasil, incluindo o Tecon Santos, o maior terminal de contêineres do país.

Outro exemplo recente e expressivo dessa movimentação no Brasil foi em abril de 2025, a Lenarge, uma das principais empresas de transporte do Brasil, anunciou a aquisição da Zero Carbon Logistics, líder em logística sustentável e pioneira em veículos 100% elétricos e movidos a Gás Natural Liquefeito (GNL). A fusão amplia a atuação da Lenarge em serviços de transporte sustentável e armazenagem, atendendo setores como mineração, siderurgia, agronegócio e indústria pesada. Embora os valores da transação não tenham sido divulgados, estima-se que o faturamento conjunto alcance R$ 2 bilhões no primeiro ano, representando um crescimento de 30% para a Lenarge.

Esse dinamismo reflete o próprio setor. Hoje, o Brasil conta com 283 startups logtech ativas, quase metade focadas em gestão logística, além de operações em entrega, logística reversa, estoque e marketplaces de frete, segundo o Distrito LogTech Report (KPMG, Volvo e VLi). Com custos operacionais que somam R$ 749 bilhões, equivalentes a 12,7% do PIB (ILOS/CNT), o mercado de logística mantém sua relevância e atratividade em M&A, puxado pela busca por eficiência, digitalização e adequação a novas demandas de sustentabilidade.

Ronaldo Rodrigues, senior associate da ZAXO e pesquisador do tema, explica que a relação entre incerteza econômica e M&A é muito mais complexa — e surpreendente — do que parece. Ao analisar mais de 20 mil transações globais entre 1990 e 2023, Rodrigues percebeu que, em setores altamente competitivos como logística, a incerteza não paralisa negócios; ela cria janelas de oportunidade.

“O impacto médio da incerteza na precificação reduz em cerca de 6,7% o valor dos ativos. Isso abre margem para negociações mais vantajosas. Mas, quando o ativo tem alto potencial de crescimento, essa redução praticamente desaparece”, explica. Nesses casos, o impacto cai para menos de 1%.

Mais do que isso: em mercados competitivos como logística, o prêmio pago pelos compradores pode subir até 19% quando há clareza sobre as oportunidades futuras, mesmo em meio a um cenário macroeconômico turbulento. “É simples: quem enxerga o valor do ativo no longo prazo ignora a fumaça do curto”, resume Rodrigues.

Não é à toa que o setor virou protagonista nas teses de M&A. Digitalização, inteligência artificial, automação, ESG e a pressão constante por eficiência criaram um terreno fértil para consolidações e expansão via aquisição.

Esse movimento global já pode ser observado nas transações mais recentes. A DSV, gigante dinamarquesa, acaba de concluir a compra da alemã DB Schenker por €14,3 bilhões, consolidando-se como uma das líderes mundiais em logística integrada. A CEVA Logistics, do grupo francês CMA CGM, também investiu pesado e adquiriu a divisão logística da turca Borusan por US$ 440 milhões. No Canadá, a Purolator incorporou a Livingston International por US$ 684 milhões, enquanto, nos Estados Unidos, a Schneider National comprou a Cowan Systems por US$ 390 milhões e a Ryder adquiriu a Cardinal Logistics por US$ 297 milhões. As transações não se limitam à expansão operacional: o setor também mira tecnologia. A australiana WiseTech comprou a e2open, reforçando sua plataforma de software global, e a FedEx incorporou a RouteSmart Technologies, especializada em IA para otimização de rotas.

Leonardo Grisotto, também sócio da ZAXO, explica: “A logística vive um efeito sanduíche. De um lado, custos operacionais em alta e exigências regulatórias mais rigorosas. Do outro, uma demanda crescente por agilidade, sustentabilidade e eficiência. As empresas que não se adaptam viram alvo. As que têm caixa, ou acesso a investidores, saem às compras.”

E o apetite é real. A própria ZAXO, que já participou de mais de R$ 7,5 bilhões em transações no Brasil, vê no pipeline de 2025 uma participação relevante do setor de logística: mais de 20% dos projetos ativos hoje estão diretamente ligados à cadeia logística, seja transporte, armazenagem, distribuição, operação logística ou tecnologia para mobilidade.

Um exemplo emblemático é o projeto de M&A que levou a Sascar, empresa de tecnologia na área de gestão de frotas, a ser adquirida pela multinacional Michelin. Sob a assessoria da empresa, o valor de mercado da Sascar cresceu de R$ 170 milhões para R$ 1,6 bilhão em pouco menos de cinco anos.

O estudo liderado por Rodrigues também revela outro dado de impacto: para cada 1% de aumento nas growth options percebidas no ativo, o valor da empresa sobe 16%, mesmo em cenários de incerteza. Na prática: quanto maior o potencial de expansão e inovação, menor o desconto aplicado pelo mercado diante do risco macroeconômico.

Jefferson Nesello conclui: “Quem entende de logística sabe que este é um setor que não para. Com crise ou não, as pessoas continuam consumindo, e as cadeias de supply e distribuição continuam rodando. O que muda é quem está mais preparado para operar com eficiência. E, nesse jogo, quem tem acesso a capital e visão estratégica leva vantagem.”

“Estamos numa janela de oportunidade. Pressão por eficiência e aumento de demanda faz com que grandes operadores logísticos, fundos e até players internacionais estejam com os olhos bem abertos para o mercado brasileiro”, completa Grisotto.

Pela primeira vez, o setor de Agtech entrou no ranking das dez principais verticais de tecnologia que mais atraíram investimentos na América Latina, ocupando a oitava posição.

Um estudo conduzido por Ronaldo Rodrigues, senior associate da Zaxo Group, analisou mais de 20 mil transações entre 1990 e 2023 em 18 países. O levantamento mostra que a incerteza sobre a condução da política econômica reduz, em média, o valor das aquisições em 6,7%. No entanto, quando o ativo apresenta alto potencial de crescimento, essa perda cai para menos de 1%, criando espaço para negociações mais competitivas. “No Brasil, o agro tem uma característica muito própria: a produção não para e a demanda global se mantém constante. Assim, os investidores conseguem entrar em operações com valuations atrativos e colher resultados robustos no médio e longo prazo”, explica Ronaldo Rodrigues, senior associate da Zaxo Group.

Dados da GlobalData reforçam essa tendência. Em 2024, as transações globais de M&A no setor agropecuário atingiram 76 bilhões de dólares, com 977 operações registradas em todo o mundo. Além disso, segundo a Capstone Partners, o rendimento bruto da agricultura mundial deverá chegar a 4,8 trilhões de dólares em 2025, com os EUA respondendo por 587 bilhões de dólares desse total.

No Brasil, entre janeiro e maio de 2025, o país registrou 596 operações de M&A, alta de 15% em relação ao mesmo período de 2024, segundo a PwC Brasil.

O mercado global de fusões e aquisições (M&Aem logística segue ativo mesmo em meio à instabilidade econômica. Segundo o relatório Transportation & Logistics M&A Pulse, da consultoria PMCF, foram registradas 511 transações em todo o ano de 2024, uma queda de 5% em relação a 2023. Ainda assim, o primeiro trimestre de 2025 já contabilizou 250 operações, alta de 3,3% em comparação ao trimestre anterior, segundo dados da R.L. Hulett & Company.

No Brasil, estima-se que entre 32 e 48 transações tenham ocorrido em logística e transporte entre janeiro e março de 2025. Essa projeção considera a fatia histórica do setor no total de fusões e aquisições do país, que costuma variar entre 8% e 12%. No total, o mercado brasileiro registrou 399 operações no período, de acordo com dados compilados por consultorias como PwC, KPMG e TTR Data.

Um dos exemplos mais expressivos foi a compra de 48% da Santos Brasil pela francesa CMA CGM, em uma transação de R$ 6,3 bilhões, que incluiu mais de 250 milhões de ações e GDRs da operadora de terminais. Já em abril de 2025, a Lenarge adquiriu a Zero Carbon Logistics, referência em transporte sustentável com frota elétrica e a GNL, ampliando seu faturamento projetado em 30% para R$ 2 bilhões.

Esses movimentos refletem um padrão observado globalmente. A dinamarquesa DSV concluiu a aquisição da alemã DB Schenker por €14,3 bilhões, enquanto a CEVA Logistics comprou a divisão logística da turca Borusan por US$ 440 milhões. Na América do Norte, a canadense Purolator, a Schneider National e a Ryder também realizaram aquisições estratégicas, enquanto FedEx e WiseTech reforçaram sua atuação em tecnologia ao adquirir empresas de software e inteligência artificial.

Para Jefferson Nesello, sócio-fundador da ZAXO, boutique de M&A especializada no middle market, a incerteza não é um obstáculo, mas uma alavanca: “É nas turbulências que surgem os melhores negócios. Quando tudo está previsível, os preços ficam inflados. A volatilidade abre espaço para oportunidades.”

Estudos de Ronaldo Rodrigues, pesquisador e executivo da ZAXO, reforçam essa percepção. Ao analisar mais de 20 mil transações globais, ele identificou que a incerteza reduz em média 6,7% o valor dos ativos. Porém, quando se trata de empresas com alto potencial de crescimento, essa redução desaparece — o desconto cai para menos de 1%. Além disso, em setores competitivos como logística, os prêmios pagos podem subir até 19% quando o comprador enxerga clareza de oportunidades no longo prazo.

No Brasil, o setor também mostra dinamismo. De acordo com o Distrito LogTech Report (KPMG, Volvo e VLi), o país conta com 283 startups logtech ativas, quase metade voltada à gestão logística. Com custos operacionais que somam R$ 749 bilhões — o equivalente a 12,7% do PIB, segundo ILOS e CNT —, a pressão por eficiência mantém a logística entre os segmentos mais atrativos para consolidações e aportes.

Leonardo Grisotto, sócio da ZAXO, resume: “A logística vive um efeito sanduíche. De um lado, custos em alta e regulações mais rígidas. Do outro, clientes exigindo mais rapidez, sustentabilidade e eficiência. Quem não se adapta vira alvo; quem tem capital, compra.”

A expectativa é de que o ciclo de M&A siga aquecido, sobretudo nos segmentos com propostas digitais consistentes e alto potencial de escalabilidade. (Imagem: Canva)

O setor de fusões e aquisições em logística está em ascensão no Brasil e no mundo. Com transações bilionárias, novas oportunidades surgem para investidores. Recentemente, a CMA CGM adquiriu 48% da Santos Brasil por R$ 6,3 bilhões, enquanto a Lenarge se uniu à Zero Carbon Logistics, projetando R$ 2 bilhões em faturamento no primeiro ano. A busca por eficiência e sustentabilidade molda o futuro do setor. Descubra como essas mudanças estão transformando o mercado!

Enquanto parte do mercado adia investimentos, aguardando maior previsibilidade, o setor de fusões e aquisições no setor de logística segue movimentando transações bilionárias. A volatilidade macroeconômica, que afasta alguns, cria oportunidades para players estratégicos.

De acordo com o Transportation & Logistics M&A Pulse (PMCF Investment Banking), 2024 registrou 511 transações globais, queda de 5% em relação a 2023, mas ainda com alto volume. Já no 1T25, levantamento da R.L. Hulett & Company apontou 250 operações, avanço de 3,3% sobre o trimestre anterior, mesmo com retração de 4,9% frente ao mesmo período de 2024.

Fusões e aquisições no Brasil

O Brasil acompanha o dinamismo global. Entre os exemplos recentes, a CMA CGM adquiriu 48% da Santos Brasil em setembro de 2024, numa transação de R$ 6,3 bilhões, com expectativa de oferta pública subsequente. A operação envolveu a compra de cerca de 215 milhões de ações e 40 milhões de GDRs da operadora portuária.

Outro caso relevante ocorreu em abril de 2025, quando a Lenarge adquiriu a Zero Carbon Logistics, pioneira em logística sustentável no país, com frota de veículos elétricos e movidos a Gás Natural Liquefeito (GNL). A fusão projeta faturamento conjunto de R$ 2 bilhões no primeiro ano, representando crescimento de 30% para a Lenarge.

Tecnologia e sustentabilidade no radar

Segundo o Distrito LogTech Report (KPMG, Volvo e VLi), o Brasil conta com 283 logtechs ativas, quase metade focadas em gestão logística. Com custos operacionais equivalentes a 12,7% do PIB, segundo dados do ILOS e da CNT, a busca por eficiência, digitalização logística e automação no transporte impulsiona investimentos e aquisição de ativos.

Sustentabilidade, inovação e integração de cadeias produtivas são hoje fatores decisivos para expansão empresarial e consolidação de empresas no setor.

Fusões e aquisições no setor de logística

Entre as movimentações internacionais mais recentes, destacam-se:

Perspectivas fusões e aquisições no setor de logística

As fusões e aquisições no setor de logística continuam ganhando força, sustentadas por fatores sólidos: investidores estratégicos e private equity se posicionam em meio à estabilização das taxas de frete e racionalização de valuations, criando terreno propício para consolidação. Além disso, a antecipação de maior clareza nas políticas tarifárias e estabilidade macroeconômica reforça a confiança — e mantém ativa a busca por ativos capazes de agregar tecnologia, eficiência e sustentabilidade às cadeias produtivas.

“Quando tudo está muito previsível, os preços estão lá em cima. É nas incertezas que surgem os melhores negócios”, resume Jefferson Nesello, sócio-fundador e diretor da ZAXO, empresa de M&A especializada em middle market.

Nesse contexto, a tendência é que esse ciclo de M&A permaneça ativo, especialmente naqueles segmentos com proposições digitais robustas e potencial para escala rápida.

Enquanto muitos setores aguardam estabilidade para voltar a investir, o mercado de logística se destaca por um movimento estratégico e bilionário de fusões e aquisições (M&A). Em vez de enxergar a instabilidade como um risco, muitos players do setor têm visto o cenário atual como um terreno fértil para oportunidades.

Segundo Jefferson Nesello, sócio-fundador e diretor da ZAXO, boutique de M&A especializada em middle market, o momento é ideal para negociações inteligentes: “Quando tudo está muito previsível, os preços estão lá em cima. É nas incertezas que surgem os melhores negócios.”

Essa leitura é respaldada por números. De acordo com o relatório Transportation & Logistics M&A Pulse Q4 2024, da consultoria PMCF, o setor registrou 511 transações globais no ano passado. E só no primeiro trimestre de 2025, o volume chegou a 250 transações, um crescimento de 3,3% em relação ao trimestre anterior, segundo levantamento da R.L. Hulett & Company.

No Brasil, o ritmo não é diferente. Entre janeiro e março deste ano, estima-se que o país tenha registrado cerca de 399 transações de fusões e aquisições — sendo de 32 a 48 delas no setor logístico e de transporte, o que equivale de 8% a 12% do total, conforme dados históricos de PwC, KPMG e TTR Data.

Grandes movimentos recentes

CMA CGM e Santos Brasil: Em setembro de 2024, a gigante francesa adquiriu 48% da Santos Brasil em uma transação de R$ 6,3 bilhões, com possibilidade de oferta pública para controle total.

Lenarge e Zero Carbon Logistics: Em abril de 2025, a Lenarge anunciou a aquisição da Zero Carbon Logistics, referência em transporte sustentável com frota movida a eletricidade e GNL. A operação deve gerar um faturamento conjunto de R$ 2 bilhões no primeiro ano, com crescimento estimado de 30% para a Lenarge.

Com mais de 283 logtechs ativas no país — quase metade voltadas à gestão logística —, o setor segue aquecido. Segundo o relatório Distrito LogTech Report, elaborado com apoio de KPMG, VLI e Volvo, o setor movimenta cerca de R$ 749 bilhões por ano, ou 12,7% do PIB nacional, segundo o ILOS/CNT.

A transformação digital, a pressão por sustentabilidade e a busca por eficiência operacional continuam a atrair investidores. Mesmo em um ambiente de incertezas macroeconômicas, o setor logístico brasileiro se posiciona como um dos mais promissores para operações de M&A nos próximos anos.

Mesmo diante de um contexto macroeconômico instável, o mercado global de M&A logístico segue aquecido. De acordo com o relatório Transportation & Logistics M&A Pulse, Q4 2024, elaborado pela PMCF Investment Banking, foram realizadas 511 transações globais no setor ao longo de 2024, representando queda anual de 5%, mas ainda refletindo um volume robusto.

Já no primeiro trimestre de 2025, dados da R.L. Hulett & Company mostram que o setor registrou 250 negócios, crescimento de 3,3% em relação ao trimestre anterior, mesmo com retração de 4,9% ante o mesmo período de 2024. Esse movimento confirma que, em logística, volatilidade muitas vezes significa oportunidade.

Jefferson Nesello, sócio-fundador da ZAXO, boutique de M&A especializada em middle market, explica: “Quando tudo está muito previsível, os preços estão lá em cima. É nas incertezas que surgem os melhores negócios”.

Fusões e aquisições no setor logístico brasileiro

No Brasil, o ritmo de fusões e aquisições segue consistente. Estima-se que, entre janeiro e março de 2025, cerca de 40 transações tenham ocorrido no segmento de logística e transporte, mantendo a participação histórica de 8% a 12% do total de M&As no país. Embora dados detalhados ainda não estejam disponíveis, consultorias como PwC, KPMG e TTR Data apontam para estabilidade no volume de negócios.

Entre os casos mais recentes no país, destaca-se a compra, em setembro de 2024, de 48% da Santos Brasil pela CMA CGM, por R$ 6,3 bilhões. Já em abril de 2025, a Lenarge anunciou a aquisição da Zero Carbon Logistics, ampliando sua atuação em transporte sustentável, com expectativa de atingir faturamento conjunto de R$ 2 bilhões no primeiro ano após a fusão.

Digitalização e sustentabilidade impulsionam o M&A logístico

Segundo Ronaldo Rodrigues, senior associate da ZAXO, dados de um estudo com mais de 20 mil transações globais mostram que, em setores competitivos como logística, a incerteza tende a abrir janelas de negociação: “O impacto médio da incerteza reduz em cerca de 6,7% o valor dos ativos, mas quando há potencial de crescimento, esse desconto praticamente desaparece”.

Esse cenário tem favorecido operações de consolidação global. Entre as transações internacionais mais recentes estão a compra da DB Schenker pela DSV por €14,3 bilhões e a aquisição da divisão logística da turca Borusan pela CEVA Logistics, por US$ 440 milhões. Nos EUA, Schneider National e Ryder ampliaram presença adquirindo empresas regionais, enquanto a FedEx investiu em tecnologia ao incorporar a RouteSmart Technologies, especializada em inteligência artificial.

Oportunidades e desafios no mercado brasileiro

O mercado nacional segue como foco de investidores e operadores internacionais. De acordo com Leonardo Grisotto, sócio da ZAXO, “estamos numa janela de oportunidade. Pressão por eficiência e aumento de demanda faz com que grandes operadores logísticos, fundos e até players internacionais estejam com os olhos bem abertos para o mercado brasileiro”.

No Brasil, o setor é representado por 283 startups logtech ativas, quase metade delas voltadas à gestão logística. Com custos operacionais que somam R$ 749 bilhões, equivalentes a 12,7% do PIB (dados ILOS/CNT), a logística continua sendo prioridade para quem busca ganhos de escala, digitalização e sustentabilidade.

Queda de 5% anual é compensada por crescimento trimestral de 3,3%, apontam relatórios especializados

Enquanto parte do mercado segura investimentos, esperando o cenário clarear, um movimento discreto e bilionário corre nos bastidores do setor de logística. E não é coincidência. A volatilidade, que para muitos é sinônimo de risco, para outros significa apenas uma palavra: oportunidade.

O mercado global de fusões e aquisições (M&A) nunca foi uma linha reta. E, quando olhamos especificamente para setores como logística, transporte e supply chain, a instabilidade econômica parece funcionar mais como combustível do que como freio.

“Quando tudo está muito previsível, os preços estão lá em cima. É nas incertezas que surgem os melhores negócios”, resume Jefferson Nesello, sócio-fundador e diretor da ZAXO, boutique de M&A especializada em middle market, que tem batido recordes de transações no Brasil.

Apesar das incertezas macroeconômicas, o setor de logística segue movimentando o mercado global de M&A com fôlego. De acordo com o relatório Transportation & Logistics M&A Pulse, Q4 2024, da consultoria PMCF Investment Banking, foram registradas 511 transações globais no setor ao longo de 2024, uma queda de 5% em relação a 2023, mas ainda assim representando um volume expressivo de negócios. Já no primeiro trimestre de 2025, o número chegou a 250 transações, segundo levantamento da R.L. Hulett & Company, um crescimento de 3,3% em relação ao trimestre anterior, mesmo com uma leve queda de 4,9% em comparação ao mesmo período do ano passado.

Por aqui, o ritmo acelerado junto ao segmento é semelhante. O setor logístico manteve o ritmo de negócios no Brasil no início de 2025. Entre janeiro e março, o país registrou cerca de 399 transações de fusões e aquisições, sendo que aproximadamente 40 ocorreram em logística e transporte, segundo estimativas baseadas em dados históricos. 

Esse número é uma projeção baseada na participação histórica do segmento em M&As no país, que costuma variar entre 8% e 12% do total de transações, o que corresponde a algo entre 32 e 48 negócios, de acordo com análises de anos anteriores feitas por consultorias como PwC, KPMG e pela própria TTR Data – já que dados segmentados oficiais ainda não foram divulgados.

Um exemplo desse movimento no Brasil foi em setembro de 2024, quando a CMA CGM adquiriu uma participação de 48% na Santos Brasil, operadora de terminais portuários e logística, em uma transação de R$ 6,3 bilhões, com opção de OPA para aquisição total. A transação envolveu a compra de aproximadamente 215 milhões de ações e 40 milhões de Global Depositary Receipts (GDRs) da Santos Brasil, que opera terminais portuários estratégicos no Brasil, incluindo o Tecon Santos, o maior terminal de contêineres do país.

Outro exemplo recente e expressivo dessa movimentação no Brasil foi em abril de 2025, a Lenarge, uma das principais empresas de transporte do Brasil, anunciou a aquisição da Zero Carbon Logistics, líder em logística sustentável e pioneira em veículos 100% elétricos e movidos a Gás Natural Liquefeito (GNL). A fusão amplia a atuação da Lenarge em serviços de transporte sustentável e armazenagem, atendendo setores como mineração, siderurgia, agronegócio e indústria pesada. Embora os valores da transação não tenham sido divulgados, estima-se que o faturamento conjunto alcance R$ 2 bilhões no primeiro ano, representando um crescimento de 30% para a Lenarge.

Esse dinamismo reflete o próprio setor. Hoje, o Brasil conta com 283 startups logtech ativas, quase metade focadas em gestão logística, além de operações em entrega, logística reversa, estoque e marketplaces de frete, segundo o Distrito LogTech Report (KPMG, Volvo e VLi). Com custos operacionais que somam R$ 749 bilhões, equivalentes a 12,7% do PIB (ILOS/CNT), o mercado de logística mantém sua relevância e atratividade em M&A, puxado pela busca por eficiência, digitalização e adequação a novas demandas de sustentabilidade.

Ronaldo Rodrigues, senior associate da ZAXO e pesquisador do tema, explica que a relação entre incerteza econômica e M&A é muito mais complexa — e surpreendente — do que parece. Ao analisar mais de 20 mil transações globais entre 1990 e 2023, Rodrigues percebeu que, em setores altamente competitivos como logística, a incerteza não paralisa negócios; ela cria janelas de oportunidade.

“O impacto médio da incerteza na precificação reduz em cerca de 6,7% o valor dos ativos. Isso abre margem para negociações mais vantajosas. Mas, quando o ativo tem alto potencial de crescimento, essa redução praticamente desaparece”, explica. Nesses casos, o impacto cai para menos de 1%.

Mais do que isso: em mercados competitivos como logística, o prêmio pago pelos compradores pode subir até 19% quando há clareza sobre as oportunidades futuras, mesmo em meio a um cenário macroeconômico turbulento. “É simples: quem enxerga o valor do ativo no longo prazo ignora a fumaça do curto”, resume Rodrigues.

Não é à toa que o setor virou protagonista nas teses de M&A. Digitalização, inteligência artificial, automação, ESG e a pressão constante por eficiência criaram um terreno fértil para consolidações e expansão via aquisição.

Esse movimento global já pode ser observado nas transações mais recentes. A DSV, gigante dinamarquesa, acaba de concluir a compra da alemã DB Schenker por €14,3 bilhões, consolidando-se como uma das líderes mundiais em logística integrada. A CEVA Logistics, do grupo francês CMA CGM, também investiu pesado e adquiriu a divisão logística da turca Borusan por US$ 440 milhões. No Canadá, a Purolator incorporou a Livingston International por US$ 684 milhões, enquanto, nos Estados Unidos, a Schneider National comprou a Cowan Systems por US$ 390 milhões e a Ryder adquiriu a Cardinal Logistics por US$ 297 milhões. As transações não se limitam à expansão operacional: o setor também mira tecnologia. A australiana WiseTech comprou a e2open, reforçando sua plataforma de software global, e a FedEx incorporou a RouteSmart Technologies, especializada em IA para otimização de rotas.

Leonardo Grisotto, também sócio da ZAXO, explica: “A logística vive um efeito sanduíche. De um lado, custos operacionais em alta e exigências regulatórias mais rigorosas. Do outro, uma demanda crescente por agilidade, sustentabilidade e eficiência. As empresas que não se adaptam viram alvo. As que têm caixa, ou acesso a investidores, saem às compras.”

E o apetite é real. A própria ZAXO, que já participou de mais de R$ 7,5 bilhões em transações no Brasil, vê no pipeline de 2025 uma participação relevante do setor de logística: mais de 20% dos projetos ativos hoje estão diretamente ligados à cadeia logística, seja transporte, armazenagem, distribuição, operação logística ou tecnologia para mobilidade. 

Um exemplo emblemático é o projeto de M&A que levou a Sascar, empresa de tecnologia na área de gestão de frotas, a ser adquirida pela multinacional Michelin. Sob a assessoria da empresa, o valor de mercado da Sascar cresceu de R$ 170 milhões para R$ 1,6 bilhão em pouco menos de cinco anos. 

O estudo liderado por Rodrigues também revela outro dado de impacto: para cada 1% de aumento nas growth options percebidas no ativo, o valor da empresa sobe 16%, mesmo em cenários de incerteza. Na prática: quanto maior o potencial de expansão e inovação, menor o desconto aplicado pelo mercado diante do risco macroeconômico.

Jefferson Nesello conclui: “Quem entende de logística sabe que este é um setor que não para. Com crise ou não, as pessoas continuam consumindo, e as cadeias de supply e distribuição continuam rodando. O que muda é quem está mais preparado para operar com eficiência. E, nesse jogo, quem tem acesso a capital e visão estratégica leva vantagem.”

“Estamos numa janela de oportunidade. Pressão por eficiência e aumento de demanda faz com que grandes operadores logísticos, fundos e até players internacionais estejam com os olhos bem abertos para o mercado brasileiro”, completa Grisotto.

‘Cases’ recentes, que somam até R$ 90 milhões em investimentos, mostram como a assessoria customizada em M&A é decisiva para o êxito

O mercado de fusões e aquisições de empresas na área de saúde está aquecido no Brasil. Negociações concluídas de um ano para cá são o termômetro para medir a temperatura desse setor. Em três ‘cases’ recentes, foram pelo menos R$ 90 milhões em investimentos envolvidos. Mas, para a conclusão de processos de compras e joint-ventures não basta capital. Estratégias de bastidores se mostram decisivas.

Quem revela o percurso de algumas dessas tratativas é o especialista Jefferson Nesello. Como sócio e diretor da Zaxo, boutique de M&A (mergers and acquisitions), Nesello atuou diretamente em tais ‘cases’. São eles, o das negociações que resultaram em uma joint-venture (a da 7Imports, fruto de R$ 20 milhões em investimentos) e o de duas compras realizadas pela HT3 Investimentos: a da Central da Visão (R$ 10 milhões) e da Mais Saúde (R$ 60 milhões investidos).

A joint-venture que levou à criação da 7Imports envolveu quatro players no ramo de equipamentos hospitalares. Todos consolidados em suas regiões, mas que buscavam se estabelecer no mercado de São Paulo e obter abrangência nacional. As protagonistas eram a Medicalway, com forte presença na Região Sul; a Mhédica, referência em Minas Gerais; a Prime Medical, da Bahia; e Safe, atuante em Pernambuco, de Pernambuco.

“Eram empresas que, juntas, somavam 15 mil hospitais e clínicas clientes, com 60 mil equipamentos fornecidos, em 80% do território nacional. Porém, sem atuação em São Paulo. A solução foi a criação de uma joint-venture, a 7Imports”, discorre Nesello. Chegar a essa decisão envolveu elaboração de minucioso plano de negócios e de um desenho de modelo de atuação. O aporte somado foi de R$ 20 milhões. “A joint-venture começou voando: no primeiro ano [2024], já faturou R$ 10 milhões e gerou caixa.”

A formação da 7Imports ilustra como os players na área de saúde estão com apetite para investir. O setor tem atraído também aportes de investidores financeiros brasileiros e do exterior, avalia o especialista. É desse contexto que emergem as duas aquisições realizadas pelo H. Egídio Group, de fármacos hospitalares com sede em Goiás.

Nos dois processos, a assessoria em M&A prestada por Nesello e Zaxo foi customizada para atender as especificidades buy-side – isto é, direcionada à organização interessada em adquirir, e não àquela que está se preparando para ser incorporada. Embora o H. Egídio Group já tivesse experiência com aquisições, o conglomerado precisava de suporte especializado em M&A para saltos ainda maiores e mais significativos.

“Assim”, narra o especialista, “foi um trabalho praticamente começado do zero. Foram pelo menos 90 dias só desenhando a estratégia, montando um quadro de visões do que a empresa pretendia adquirir – um framework – com perguntas sobre o que, por que e como, para então ir ao mercado”. Ou seja, além de capital e disposição, o conglomerado tinha tese, conceito e ‘core’ do negócio e investimento precisamente elaborados. Um potencial de negociação certeiro.

A estratégia de bastidor não se encerra, contudo, com a fusão ou aquisição concluída. Ao contrário. O diferencial da assessoria customizada em M&A, fundamental para o êxito do investimento, está no acompanhamento pós negociação selada. No caso da 7Imports, por exemplo, reuniões semanais e uma revisão no plano de negócios um ano depois caracterizaram a assessoria. Foi montado uma espécie de “comitê de gestão”, um colegiado formado por investidores, sócios e a assessoria de M&A.

Nesello explica mais detalhes do case da 7Imports em podcast diponível neste link: https://youtu.be/PbfcMcvISXI. E, neste outro (https://youtu.be/f2DRJY7q5Mw), ele conta mais sobre a assessoria de M&A buy-side do H Egidio Group.

Cenário global não freia M&A logístico e setor acumula 250 negócios no 1º trimestre

Enquanto parte do mercado segura investimentos, esperando o cenário clarear, um movimento discreto e bilionário corre nos bastidores do setor de logística. Foram registradas 511 transações globais no setor ao longo de 2024, uma queda de 5% em relação a 2023, mas ainda assim representando um volume expressivo de negócios, segundo dados da consultoria PMCF Investment Banking Já no primeiro trimestre de 2025, o número chegou a 250 transações, segundo levantamento da R.L. Hulett & Company, um crescimento de 3,3% em relação ao trimestre anterior.

No Brasil, o cenário é positivo. Entre janeiro e março, o país registrou cerca de 399 transações de fusões e aquisições, sendo que aproximadamente 40 ocorreram em logística e transporte.Os dados são da Zaxo, boutique de M&A especializada em middle market.

O mercado de fusões e aquisições de empresas na área de saúde está aquecido no Brasil. Negociações concluídas de um ano para cá são o termômetro para medir a temperatura desse setor. Em três ‘cases’ recentes, foram pelo menos R$ 90 milhões em investimentos envolvidos. Mas, para a conclusão de processos de compras e joint-ventures não basta capital. Estratégias de bastidores se mostram decisivas.

Quem revela o percurso de algumas dessas tratativas é o especialista Jefferson Nesello. Como sócio e diretor da Zaxo, boutique de M&A (mergers and acquisitions), Nesello atuou diretamente em tais ‘cases’. São eles, o das negociações que resultaram em uma joint-venture (a da 7Imports, fruto de R$ 20 milhões em investimentos) e o de duas compras realizadas pela HT3 Investimentos: a da Central da Visão (R$ 10 milhões) e da Mais Saúde (R$ 60 milhões investidos).

A joint-venture que levou à criação da 7Imports envolveu quatro players no ramo de equipamentos hospitalares. Todos consolidados em suas regiões, mas que buscavam se estabelecer no mercado de São Paulo e obter abrangência nacional. As protagonistas eram a Medicalway, com forte presença na Região Sul; a Mhédica, referência em Minas Gerais; a Prime Medical, da Bahia; e Safe, atuante em Pernambuco, de Pernambuco.

“Eram empresas que, juntas, somavam 15 mil hospitais e clínicas clientes, com 60 mil equipamentos fornecidos, em 80% do território nacional. Porém, sem atuação em São Paulo. A solução foi a criação de uma joint-venture, a 7Imports”, discorre Nesello. Chegar a essa decisão envolveu elaboração de minucioso plano de negócios e de um desenho de modelo de atuação. O aporte somado foi de R$ 20 milhões. “A joint-venture começou voando: no primeiro ano [2024], já faturou R$ 10 milhões e gerou caixa.”

A formação da 7Imports ilustra como os players na área de saúde estão com apetite para investir. O setor tem atraído também aportes de investidores financeiros brasileiros e do exterior, avalia o especialista. É desse contexto que emergem as duas aquisições realizadas pelo H. Egídio Group, de fármacos hospitalares com sede em Goiás.

Nos dois processos, a assessoria em M&A prestada por Nesello e Zaxo foi customizada para atender as especificidades buy-side – isto é, direcionada à organização interessada em adquirir, e não àquela que está se preparando para ser incorporada. Embora o H. Egídio Group já tivesse experiência com aquisições, o conglomerado precisava de suporte especializado em M&A para saltos ainda maiores e mais significativos.

“Assim”, narra o especialista, “foi um trabalho praticamente começado do zero. Foram pelo menos 90 dias só desenhando a estratégia, montando um quadro de visões do que a empresa pretendia adquirir – um framework – com perguntas sobre o que, por que e como, para então ir ao mercado”. Ou seja, além de capital e disposição, o conglomerado tinha tese, conceito e ‘core’ do negócio e investimento precisamente elaborados. Um potencial de negociação certeiro.

A estratégia de bastidor não se encerra, contudo, com a fusão ou aquisição concluída. Ao contrário. O diferencial da assessoria customizada em M&A, fundamental para o êxito do investimento, está no acompanhamento pós negociação selada. No caso da 7Imports, por exemplo, reuniões semanais e uma revisão no plano de negócios um ano depois caracterizaram a assessoria. Foi montado uma espécie de “comitê de gestão”, um colegiado formado por investidores, sócios e a assessoria de M&A.

O mercado de fusões e aquisições de empresas na área de saúde está aquecido no Brasil. Negociações concluídas de um ano para cá são o termômetro para medir a temperatura desse setor. Em três ‘cases’ recentes, foram pelo menos 90 milhões de reais em investimentos envolvidos.Foi o caso da 7imports, que fechou cerca de 20 milhões de reais em investimentos e o de duas compras realizadas pela HT3 Investimentos:a da Central da Visão, por dez milhões de reais, e o da Mais Saúde, por 60 milhões de reais. As operações foram assessoradas pela butique de M&A Zaxo.

Leonardo Grisotto: “empresas com boa governança, tecnologia embarcada e visão de longo prazo se destacam”

Em meio às incertezas econômicas, pressões regulatórias e um cenário global de juros instáveis, o mercado de Fusões e Aquisições (M&A) na saúde não apenas resiste, mas evolui. Movimentado por grandes redes hospitalares, operadoras, laboratórios e farmacêuticas, o segmento acelera sua transformação por meio da consolidação, da diversificação e de uma corrida por escala e eficiência.

Segundo dados da PitchBook, o primeiro trimestre de 2025 apresentou uma desaceleração no número de transações de M&A, reflexo natural de um ambiente global mais cauteloso. Ainda assim, o setor de saúde se manteve como um dos protagonistas desse cenário, respondendo por 8% do volume global de fusões e aquisições e por 10,7% do valor total movimentado, o equivalente a US$ 112,6 bilhões.

Entre 2003 e 2023, o setor de saúde no Brasil registrou 817 transações de M&A, posicionando-se entre os 10 segmentos mais ativos no país, é o que mostra o levantamento realizado pela KPMG. Segundo estudos do setor, nos últimos anos, aproximadamente 500 dessas transações geraram um faturamento conjunto de quase R$ 90 bilhões. Essas operações foram lideradas por grupos como Rede D’Or, Intermédica, Dasa, DaVita, Hapvida, Fleury, Oncoclínicas, Sabin, Viveo e Hermes Pardini.

A pesquisa “Fusões e Aquisições 2023 – 4º trimestre”, conduzida pela KPMG, apresenta um ranking setorial acumulado de transações por setor desde 2004. Assim, o setor de saúde tem se mantido entre os mais dinâmicos no mercado de fusões e aquisições no Brasil, com uma média de uma transação a cada nove dias. Em momentos específicos, como em 2021, chegou a ocupar o segundo lugar em volume de negócios.

Assim, o setor de saúde tem se mantido entre os mais ativos no mercado de fusões e aquisições no Brasil, com uma média de 1 transação a cada 9 dias. Em momentos específicos, como em 2021, chegou a ocupar o segundo lugar em volume de negócios.

De acordo com levantamento da Bain & Company, só em 2023, 70% das transações no setor de saúde envolveram prestadores de serviços assistenciais, com foco na ampliação da base de atendimento. A tendência para os próximos anos aponta para uma movimentação cada vez mais estratégica, voltada também à entrada em novos elos da cadeia e a modelos de atendimento mais integrados e digitais.

Entre os movimentos mais relevantes, está a fusão das operações hospitalares da Diagnósticos da América (Dasa) e da Amil, criando uma joint venture com receita próxima de R$ 10 bilhões. Outro destaque foi a proposta da EMS para fusão com a Hypera, mirando a liderança absoluta na produção de medicamentos no país.

Para o sócio da Zaxo M&A Partners,  especializada em assessorar investidores e empresas em processos de Fusões e Aquisições, Leonardo Grisotto, o setor de saúde tem características únicas que favorecem esse dinamismo. “Empresas com boa governança, tecnologia embarcada e visão de longo prazo se destacam. A antecipação de movimentos do mercado, especialmente em saúde, onde há pressão constante por escala e qualidade, pode ser decisiva”, afirma.

Já o sócio-fundador da Zaxo, Jefferson Nesello, ressalta que momentos de incerteza podem se tornar verdadeiras alavancas de crescimento para investidores preparados. “A saúde é essencial e resiliente. Em tempos de instabilidade, o Brasil se torna ainda mais estratégico. Quem sabe analisar bem os ativos consegue capturar valor futuro em operações que, à primeira vista, pareceriam arriscadas, conseguindo transformar esses momentos em oportunidades, especialmente em setores altamente competitivos”, avalia.

Um estudo da própria Zaxo, liderado pelo Senior Associate Ronaldo Rodrigues, analisou mais de 20 mil transações de M&A em 18 países, entre 1990 e 2023. A conclusão é de que a incerteza econômica pode reduzir em até 6,7% o valor de aquisição de uma empresa. No entanto, quando a companhia-alvo apresenta alto potencial de crescimento, com escalabilidade, inovação e diferenciais operacionais, essa perda é mitigada para cerca de 1%.

“Na saúde, isso é muito relevante. Negócios com modelos replicáveis, por exemplo, ou healthtechs que trazem soluções para redução de custo assistencial atraem múltiplos mais altos, mesmo em cenários adversos. O que parece risco para alguns pode ser uma vantagem competitiva para quem sabe o que está comprando”, explica Rodrigues.

Segundo ele, para cada 1% de incremento nas chamadas “opções de crescimento” da empresa-alvo, o valor do negócio pode subir até 16%. “Isso mostra como uma análise bem-feita é capaz de transformar incerteza em retorno real para o investidor”, completa.

A expectativa é que o ciclo positivo continue, e o setor deve continuar crescendo em 2025, impulsionado por lacunas nos portfólios, desafios logísticos e revisões regulatórias.

Report mais recente do IMAA - Institute for Mergers, Acquisitions & Aliances mostra que só nas duas atividades foram US$ 115 bilhões em transações.

Na foto: Analistas da ZAXO, Leonardo Grisotto e Jefferson Nesello

Apesar das incertezas do cenário global, o mercado de fusões e aquisições (ou M&A, sigla para mergers and acquisitions) no mundo segue aquecido. Report mais recente do IMAA – Institute for Mergers, Acquisitions & Aliances, com dados de 2025 consolidados até abril em oito setores da economia, mostra transações da ordem de US$ 230 bilhões em todo o planeta.

Os setores de software e tecnologia da informação e de energia e petróleo foram os que mais movimentaram recursos em fusões e aquisições: US$ 115 bilhões, praticamente metade da soma das oito atividades analisadas. O setor de software e TI respondeu por US$ 74,3 bilhões (com 805 operações mapeadas) e o de energia e petróleo, por US$ 40,7 bilhões, com 232 transações.

O relatório destaca algumas dessas operações. No setor de software e TI está, por exemplo, a aquisição da estadunidense Dotmatics, desenvolvedora de software, pela gigante alemã Siemens. No setor de energia e petróleo, também houve aquisição de empresas dos Estados Unidos por companhias canadenses: a Capital Power, que comprou a LS Power, e a Brookfield Infrastructure Partners, que adquiriu a Colonial Pipeline Company.

Para os analistas Leonardo Grisotto e Jefferson Nesello, o report do IMAA confirma que, a despeito da conturbada conjuntura internacional, as grandes companhias do planeta seguem apostando em fusões e aquisições como estratégia. Guerras na Ucrânia, no Oriente Médio e na África; e o tarifaço dos Estados Unidos, atingindo principalmente China e Europa, estão entre os acontecimentos que abalam as relações geopolíticas mundiais.

Grisotto e Nesello são sócios e diretores da Zaxo, boutique de M&A brasileira que, no último ano bateu recorde de transações (foram 2 em buy side, 1 em sell side e JV) e tem pipeline atual acumulado emR$ 600 milhões em valores de transações em fusões e aquisições em assessoria. "De fato, justamente pela importância estratégica dessas atividades no cenário global, tecnologia da informação e energia e petróleo têm mobilizado grandes recursos em M&A", pontuam.

Já em quantidade de transações, outras atividades se sobressaem. O relatório do IMMA indica que no setor de produtos de consumo e serviços houve a maior quantidade de operações: 995 (ante as 885 de software e TI). Elas somaram US$ 33,5 bilhões. "Entre essas operações está o movimento da conhecida marca Prada, da Itália, que adquiriu sua concorrente Versace, do mesmo país", citam os analistas.

Os diretores da Zaxo lançam luz ainda sobre dois outros setores: o de saúde e o de farmácia e biotecnologia. Juntos, contabilizaram 495 operações, envolvendo US$ 35,6 bilhões. Nessas duas atividades, por exemplo, a gigante suíça Novartis comprou a estadunidense Regulus; outra empresa dos Estados Unidos, a SpringWorks, foi adquirida por uma estrangeira – a alemã Merck.

"Esses dois setores, saúde e biotecnologia, também se mostram bastante aquecidos quando o assunto é M&A. Os recursos envolvidos são menores se comparados à energia e petróleo, e software e tecnologia. Mas reúnem players de grande alcance mundial, inclusive com atuação no Brasil", observam os analistas.

Confira as fusões e aquisições globais mapeadas pelo IMMA

O setor de energias renováveis é o principal responsável pelo aumento no volume de fusões e aquisições (M&A) no Brasil em 2025, com participação estimada em 40% do total e movimentação de R$ 120 bilhões.

A informação é de um levantamento da Zaxo M&A Partners, divulgado com exclusividade para a EXAME. Essa alta reflete a atuação tanto de grandes usinas quanto de sistemas fotovoltaicos de pequeno porte.

A análise de mais de 20 mil operações globais, conduzida por Ronaldo Rodrigues, senior associate da Zaxo M&A Partners, mostra que, mesmo em contexto de volatilidade econômica, o setor de energia limpa atrai investimentos estratégicos.

A pesquisa revela que a instabilidade reduz em média 6,7% o valor das transações, mas, em negócios com opções claras de crescimento, esse impacto negativo quase desaparece.

Fusões e aquisições em energias limpas

No Brasil, o número de fusões e aquisições no setor solar cresceu 76% em 2024, segundo estudo da consultoria Greener, totalizando 51 transações que envolvem usinas com pelo menos 3,6 GWp de capacidade — quase o triplo do volume de 2023. Na geração centralizada, o número de negócios quadruplicou, enquanto a geração distribuída dobrou suas operações, com 14 transações.

A medida provisória 1.212, que prorrogou o prazo para empreendimentos renováveis entrarem em operação com direito a subsídios tarifários, foi um dos fatores que impulsionou esse movimento, especialmente nos projetos solares “greenfield”, ainda em fase inicial.

Perspectivas e desafios no mercado de energias renováveis

A crescente demanda por fontes limpas tem impulsionado o mercado brasileiro, onde a energia solar já representa a segunda maior fonte da matriz elétrica, com mais de 50 GW de capacidade instalada.

Leonardo Grisotto, sócio-fundador da Zaxo M&A Partners, ressalta que “empresas preparadas conseguem transformar momentos desafiadores em oportunidades, especialmente em setores com apelo ambiental e espaço para expansão”.

Jefferson Nesello, também sócio-fundador, acrescenta que “a instabilidade econômica torna o mercado brasileiro mais estratégico, atraindo investidores com visão de longo prazo”.

Ronaldo Rodrigues destaca que em empresas com grande potencial de crescimento futuro, o chamado “growth options”, o prêmio pago em aquisições pode alcançar 19%, mesmo em momentos de instabilidade.

A Zaxo, que já concluiu mais de R$ 7,5 bilhões em transações e projeta ultrapassar R$ 600 milhões em 2025, atua tanto na intermediação quanto na antecipação de tendências, focando em clientes nacionais e internacionais.

Apesar de guerras e incertezas geopolíticas, o mercado global de fusões e aquisições (M&A) não perde o ritmo. Um levantamento recente do IMAA – Institute for Mergers, Acquisitions & Alliances – mostra que só até abril de 2025 foram movimentados cerca de US$ 230 bilhões em transações em oito setores da economia global. A tecnologia e o setor de energia puxaram a fila com metade do total: juntos somaram US$ 115 bilhões.

A área de software e tecnologia da informação foi destaque absoluto, com US$ 74,3 bilhões em 805 operações, seguida pelo setor de energia e petróleo, com US$ 40,7 bilhões em 232 negócios. Entre as transações mais relevantes, o relatório cita a aquisição da norte-americana Dotmatics pela alemã Siemens e a compra da Colonial Pipeline Company pela canadense Brookfield Infrastructure Partners.

Segundo os analistas Leonardo Grisotto e Jefferson Nesello, sócios e diretores da boutique brasileira de M&A Zaxo, o cenário turbulento não impediu as grandes corporações de seguirem firmes em suas estratégias de crescimento via fusões. “Tecnologia da informação e energia são setores de importância estratégica global. Por isso, continuam atraindo investimentos robustos”, afirmam.

Brasil na rota do M&A
Grisotto e Nesello destacam o crescimento da Zaxo no mercado nacional. Em 2024, a empresa registrou recorde de transações e atualmente possui um pipeline de R$ 600 milhões em negociações de M&A. “Estamos em um momento forte, com empresas buscando posicionamento global mesmo em meio à instabilidade.”

Outros setores também se destacam
Embora TI e energia concentrem os maiores volumes financeiros, o maior número de operações veio do setor de produtos de consumo e serviços: 995 transações, totalizando US$ 33,5 bilhões. Um exemplo marcante é a aquisição da marca Versace pela italiana Prada.

Na saúde, biotecnologia e farmacêutica, as transações somaram US$ 35,6 bilhões, com 495 operações. Entre elas, a compra da SpringWorks (EUA) pela alemã Merck e da Regulus pela suíça Novartis mostram o apetite internacional por ativos do setor. “Esses setores têm alcance global e presença relevante no Brasil”, observam os diretores da Zaxo.

Confira os setores com maiores fusões e aquisições até abril de 2025, segundo o IMAA:

Movimento segue forte em meio às tensões globais
Mesmo diante de conflitos como as guerras na Ucrânia, Oriente Médio e África, e a intensificação das tarifas comerciais entre EUA, China e Europa, a tendência é de que o mercado de M&A siga dinâmico. A atuação de grandes grupos internacionais aponta que a busca por inovação, escala e sinergias segue como prioridade estratégica.

Estudo realizado com mais de 20 mil transações entre 1990 e 2023 revela que, a cada 1% em crescimento potencial, o valor da aquisição aumenta em 16%, mesmo em meio às incertezas econômicas

Em meio a incertezas econômicas, pressões regulatórias e um cenário global de juros instáveis, o mercado de fusões e aquisições (M&A) na saúde não apenas resiste, mas evolui. Movimentado por grandes redes hospitalares, operadoras, laboratórios e farmacêuticas, o segmento acelera sua transformação por meio da consolidação, da diversificação e de uma corrida por escala e eficiência.

Segundo dados da PitchBook, o primeiro trimestre de 2025 apresentou uma desaceleração no volume de transações de M&A, reflexo natural de um ambiente global mais cauteloso. Ainda assim, o setor de saúde se manteve como um dos protagonistas desse cenário, respondendo por 8% do volume global de fusões e aquisições e por 10,7% do valor total movimentado, o equivalente a US$ 112,6 bilhões.

Entre 2003 e 2023, o setor de saúde no Brasil registrou 817 transações de M&A, posicionando-se entre os 10 segmentos mais ativos no país, é o que mostra o levantamentos realizados pela KPMG. Segundo estudos do setor, nos últimos anos, aproximadamente 500 dessas transações geraram um faturamento conjunto de quase R$ 90 bilhões. Essas operações foram lideradas por grupos como Rede D’Or, Intermédica, Dasa, DaVita, Hapvida, Fleury, Oncoclínicas, Sabin, Viveo e Hermes Pardini. A pesquisa “Fusões e Aquisições 2023 – 4º trimestre”, conduzida pela KPMG, apresenta um ranking setorial acumulado de transações por setor desde 2004. Assim, o setor de saúde tem se mantido entre os mais dinâmicos no mercado de fusões e aquisições no Brasil, com uma média de uma transação a cada nove dias. Em momentos específicos, como em 2021, chegou a ocupar o segundo lugar em volume de negócios.

Assim, o setor de saúde tem se mantido entre os mais ativos no mercado de fusões e aquisições no Brasil, com uma média de uma transação a cada nove dias. Em momentos específicos, como em 2021, chegou a ocupar o segundo lugar em volume de negócios.

De acordo com levantamento da Bain & Company, só em 2023, 70% das transações no setor de saúde envolveram prestadores de serviços assistenciais, com foco na ampliação da base de atendimento. A tendência para os próximos anos aponta para uma movimentação cada vez mais estratégica, voltada também à entrada em novos elos da cadeia e a modelos de atendimento mais integrados e digitais.

Entre os movimentos mais relevantes, está a fusão das operações hospitalares da Diagnósticos da América (Dasa) e da Amil, criando uma joint venture com receita próxima de R$ 10 bilhões. Outro destaque foi a proposta da EMS para fusão com a Hypera, mirando a liderança absoluta na produção de medicamentos no país.

Para o sócio da Zaxo M&A Partners, boutique de M&A especializada em assessorar investidores e empresas, Leonardo Grisotto, o setor de saúde tem características únicas que favorecem esse dinamismo. “Empresas com boa governança, tecnologia embarcada e visão de longo prazo se destacam. A antecipação de movimentos do mercado, especialmente em saúde, onde há pressão constante por escala e qualidade, pode ser decisiva”, afirma.

Segundo ele, para cada 1% de incremento nas chamadas opções de crescimento da empresa-alvo, o valor do negócio pode subir até 16%. “Isso mostra como uma análise bem-feita é capaz de transformar incerteza em retorno real para o investidor”, completa.

A expectativa é que o ciclo positivo continue, e o setor deve continuar crescendo em 2025, impulsionado por lacunas nos portfólios, desafios logísticos e revisões regulatórias. A Zaxo, por sua vez, fechou um recorde de deals em 2024 e projeta superar R$ 600 milhões em valores transacionados em 2025, consolidando-se como uma das principais assessorias do país em M&As no setor de saúde. “Se há uma lição que aprendemos com o mercado global de M&A ao longo das últimas três décadas, é que a resiliência e a adaptabilidade são os maiores ativos. E, no Brasil, essas qualidades são essenciais para transformar o que muitos veem como risco em vantagem competitiva”, conclui Ronaldo Rodrigues.

Levantamentos recentes indicam que o setor de saúde ocupa posição de destaque no mercado brasileiro de fusões e aquisições (M&A). Entre 2003 e 2023, foram registradas 817 transações no segmento, segundo dados da KPMG. O volume posiciona a saúde entre os dez setores mais ativos no país, com média de uma transação a cada nove dias. Em 2021, o setor chegou a ocupar o segundo lugar em volume de negócios.

O movimento de consolidação é liderado por grandes grupos como Rede D’Or, Intermédica, Dasa, DaVita, Hapvida, Fleury, Oncoclínicas, Sabin, Viveo e Hermes Pardini. Nos últimos anos, cerca de 500 transações geraram faturamento conjunto de quase R$ 90 bilhões. De acordo com a KPMG, o setor tem mantido protagonismo, mesmo em cenários de instabilidade econômica e juros elevados.

Estudo da Bain & Company mostra que 70% das transações no setor em 2023 envolveram prestadores de serviços assistenciais, com foco na ampliação da base de atendimento. A expectativa para os próximos anos é de uma atuação ainda mais estratégica, incluindo a entrada em novos elos da cadeia de saúde e a adoção de modelos integrados e digitais.

No primeiro trimestre de 2025, o setor respondeu por 8% do volume global de transações de M&A e por 10,7% do valor total movimentado, somando US$ 112,6 bilhões, segundo dados da PitchBook.

Entre as movimentações mais relevantes no período estão a fusão das operações hospitalares da Dasa com a Amil, criando uma joint venture com receita próxima de R$ 10 bilhões, e a proposta da EMS para fusão com a Hypera, com objetivo de liderar o mercado de medicamentos no Brasil.

Para Leonardo Grisotto, sócio da Zaxo M&A Partners, o dinamismo do setor está ligado a fatores como governança, inovação e visão de longo prazo. “Empresas com boa governança, tecnologia embarcada e visão estratégica se destacam. Antecipar movimentos pode ser decisivo”, afirma.

Jefferson Nesello, sócio-fundador da Zaxo, destaca que momentos de incerteza podem representar oportunidades. “A saúde é essencial e resiliente. Quem analisa bem os ativos consegue capturar valor futuro mesmo em cenários adversos”, avalia.

Estudo da Zaxo, conduzido por Ronaldo Rodrigues, analisou mais de 20 mil transações em 18 países entre 1990 e 2023. Os dados indicam que, embora a incerteza econômica possa reduzir em até 6,7% o valor de aquisição, essa perda pode ser mitigada para 1% quando a empresa-alvo apresenta alto potencial de crescimento.

O levantamento também revela que, para cada 1% de incremento nas chamadas “opções de crescimento” da empresa-alvo, o valor da transação pode subir até 16%. “Isso mostra como uma análise bem-feita é capaz de transformar incerteza em retorno real”, afirma Rodrigues.

A Zaxo fechou um recorde de negócios em 2024 e projeta superar R$ 600 milhões em valores transacionados em 2025, consolidando sua atuação no setor de saúde.

Apesar das incertezas do cenário global, o mercado de fusões e aquisições (ou M&A, sigla para mergers and acquisitions) no mundo segue aquecido. Report mais recente do IMAA – Institute for Mergers, Acquisitions & Aliances, com dados de 2025 consolidados até abril em oito setores da economia, mostra transações da ordem de US$ 230 bilhões em todo o planeta.

Os setores de software e tecnologia da informação e de energia e petróleo foram os que mais movimentaram recursos em fusões e aquisições: US$ 115 bilhões, praticamente metade da soma das oito atividades analisadas. O setor de software e TI respondeu por US$ 74,3 bilhões (com 805 operações mapeadas) e o de energia e petróleo, por US$ 40,7 bilhões, com 232 transações.

O relatório destaca algumas dessas operações. No setor de software e TI está, por exemplo, a aquisição da estadunidense Dotmatics, desenvolvedora de software, pela gigante alemã Siemens. No setor de energia e petróleo, também houve aquisição de empresas dos Estados Unidos por companhias canadenses: a Capital Power, que comprou a LS Power, e a Brookfield Infrastructure Partners, que adquiriu a Colonial Pipeline Company.

Para os analistas Leonardo Grisotto e Jefferson Nesello, o report do IMAA confirma que, a despeito da conturbada conjuntura internacional, as grandes companhias do planeta seguem apostando em fusões e aquisições como estratégia. Guerras na Ucrânia, no Oriente Médio e na África; e o tarifaço dos Estados Unidos, atingindo principalmente China e Europa, estão entre os acontecimentos que abalam as relações geopolíticas mundiais.

Grisotto e Nesello são sócios e diretores da Zaxo, boutique de M&A brasileira que, no último ano bateu recorde de transações (foram 2 em buy side, 1 em sell side e JV) e tem pipeline atual acumulado emR$ 600 milhões em valores de transações em fusões e aquisições em assessoria. “De fato, justamente pela importância estratégica dessas atividades no cenário global, tecnologia da informação e energia e petróleo têm mobilizado grandes recursos em M&A”, pontuam.

Já em quantidade de transações, outras atividades se sobressaem. O relatório do IMMA indica que no setor de produtos de consumo e serviços houve a maior quantidade de operações: 995 (ante as 885 de software e TI). Elas somaram US$ 33,5 bilhões. “Entre essas operações está o movimento da conhecida marca Prada, da Itália, que adquiriu sua concorrente Versace, do mesmo país”, citam os analistas.

Os diretores da Zaxo lançam luz ainda sobre dois outros setores: o de saúde e o de farmácia e biotecnologia. Juntos, contabilizaram 495 operações, envolvendo US$ 35,6 bilhões. Nessas duas atividades, por exemplo, a gigante suíça Novartis comprou a estadunidense Regulus; outra empresa dos Estados Unidos, a SpringWorks, foi adquirida por uma estrangeira – a alemã Merck.

“Esses dois setores, saúde e biotecnologia, também se mostram bastante aquecidos quando o assunto é M&A. Os recursos envolvidos são menores se comparados à energia e petróleo, e software e tecnologia. Mas reúnem players de grande alcance mundial, inclusive com atuação no Brasil”, observam os analistas.

Confira as fusões e aquisições globais mapeadas pelo IMMA

O mercado de óleo e gás está sujeito aos efeitos da instabilidade no cenário internacional, mas isso não tem sido capaz de frear o ritmo de fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês) no segmento. O levantamento mais recente do Institute for Mergers, Acquisitions & Alliances (IMAA), com dados consolidados até abril de 2025, foram 232 transações, movimentando um montante de  US$ 40,7 bilhões. Na avaliação dos analistas Leonardo Grisotto e Jefferson Nesello, sócios e diretores da Zaxo,, o relatório do IMAA reforça que, mesmo diante de um panorama internacional conturbado, as grandes corporações globais continuam investindo em fusões e aquisições como uma tática estratégica. Entre os fatores que influenciam esse contexto estão os conflitos armados na Ucrânia, no Oriente Médio e na África, além da imposição de tarifas comerciais por parte dos Estados Unidos, impactando sobretudo China e Europa.

As áreas de software e tecnologia da informação, além de energia e petróleo, lideraram em volume financeiro: juntas, responderam por aproximadamente metade do montante total analisado, somando US$ 115 bilhões. O setor de software e TI registrou US$ 74,3 bilhões em 805 negócios. O relatório da IMMA destaca algumas dessas movimentações relevantes. No campo de software e TI, aparece a compra da americana Dotmatics, desenvolvedora de softwares, pela multinacional alemã Siemens. Já no setor energético, empresas canadenses adquiriram companhias dos Estados Unidos — como foi o caso da Capital Power, que comprou a LS Power, e da Brookfield Infrastructure Partners, que adquiriu a Colonial Pipeline Company.

Os especialistas da Zaxo, empresa brasileira especializada em M&A, também chamam atenção para dois outros setores relevantes: saúde e o segmento combinado de farmácia e biotecnologia. Juntos, eles somaram 495 operações, movimentando US$ 35,6 bilhões. Entre os destaques estão a aquisição da norte-americana Regulus pela suíça Novartis e a compra da também americana SpringWorks pela alemã Merck. “Os setores de saúde e biotecnologia continuam dinâmicos no cenário de M&A. Embora os valores sejam mais baixos em comparação com os de energia e tecnologia, esses segmentos envolvem empresas de alcance internacional — muitas com atuação no Brasil”, destacam Grisotto e Nesello.

A própria Zaxo sente os efeitos positivos desse maior número de fusões e aquisições. No último ano, a empresa atingiu recorde de operações — com duas transações do lado comprador (buy side), uma do lado vendedor (sell side) e uma joint venture — e atualmente tem um pipeline de R$ 600 milhões em negócios sob assessoria. “Justamente por seu peso estratégico na economia global, os setores de tecnologia e de energia seguem atraindo altos volumes de investimento em M&A”, explicam os executivos.

O documento da IMAA aponta ainda para outros destaques. O setor de produtos de consumo e serviços, por exemplo, liderou em quantidade de operações, com 995 negócios — à frente dos 885 registrados em software e TI — totalizando US$ 33,5 bilhões. “Entre essas transações está a compra da grife italiana Versace por sua conterrânea Prada”, finalizam os analistas.

Confira o panorama global de M&A segundo o IMAA:

Software e TI: US$ 74,3 bilhões – 805 transações

Energia e petróleo: US$ 40,7 bilhões – 232 transações

Produtos de consumo e serviços: US$ 33,5 bilhões – 995 transações

Saúde: US$ 24,9 bilhões – 397 transações

Química: US$ 21,9 bilhões – 161 transações

Mídia e entretenimento: US$ 16,9 bilhões – 387 transações

Farmácia e biotecnologia: US$ 11,8 bilhões – 98 transações

Inteligência artificial: US$ 3,1 bilhões – 11 transações

Mesmo com a instabilidade global, o mercado de aquisições segue aquecido

Apesar de guerras em diversas regiões, tarifas agressivas dos Estados Unidos e tensão geopolítica crescente, o mercado mundial de fusões e aquisições (M&A) não esfriou em 2025. Segundo o relatório publicado em abril pelo Institute for Mergers, Acquisitions & Alliances (IMAA), as operações de M&A somaram US$ 230 bilhões apenas nos quatro primeiros meses do ano.

Setores de tecnologia, petróleo e energia dominam o topo dos investimentos

Conforme o levantamento internacional, os setores de software, tecnologia da informação, energia e petróleo concentraram quase metade dos valores totais negociados no período. Enquanto software e TI movimentaram US$ 74,3 bilhões em 805 transações, o setor de energia e petróleo registrou US$ 40,7 bilhões em 232 negócios fechados. Esses dois setores, juntos, responderam por 50% do volume total de negociações registradas até abril de 2025. Além disso, os dados mostram que as grandes corporações continuam apostando em tecnologia e energia como pilares para expansão em 2025.

Aquisições reforçam o movimento de gigantes globais

Nesse cenário, a gigante Siemens (Alemanha) adquiriu a Dotmatics (EUA) no setor de tecnologia, o que ilustra claramente a corrida por inovação. Do mesmo modo, empresas canadenses avançaram sobre o mercado energético dos Estados Unidos: a Capital Power comprou a LS Power, enquanto a Brookfield Infrastructure levou a Colonial Pipeline. Com isso, fica evidente que, mesmo com pressões externas, a busca por ativos estratégicos continua firme entre os líderes do setor.

Consultoria brasileira entra no radar e cresce com força

Enquanto grandes corporações se movimentam globalmente, o Brasil também entrou no jogo com destaque. A Zaxo, consultoria nacional especializada em M&A, concluiu três operações em 2024: duas compras, uma venda e uma joint venture.

Leonardo Grisotto e Jefferson Nesello, diretores da empresa, explicam que a estratégia de crescimento via aquisição vem se intensificando, mesmo diante de tantas incertezas. Além disso, eles revelam que a empresa alcançou um pipeline de R$ 600 milhões em valores assessorados, o que posiciona a Zaxo entre os principais players do setor no país.

“As fusões e aquisições seguem como uma estratégia fundamental para quem deseja crescer, mesmo em tempos difíceis”, afirmou Grisotto.

Setor de consumo surpreende com o maior número de negócios

Embora os valores tenham sido mais baixos, o setor de produtos de consumo e serviços registrou o maior volume de transações no período. Foram 995 operações, que juntas somaram US$ 33,5 bilhões.

Nesse contexto, destaca-se a aquisição da Versace pela Prada, dois ícones italianos da moda de luxo. Ou seja, o setor de consumo segue relevante, mesmo quando comparado a setores de alto valor como petróleo e tecnologia.

Biotecnologia e saúde mantêm crescimento constante

Além do consumo, os segmentos de saúde, farmácia e biotecnologia também mostraram forte atividade em M&A. Esses setores totalizaram 495 transações, com US$ 35,6 bilhões movimentados entre janeiro e abril.

Entre os casos mais notórios, a Novartis (Suíça) comprou a Regulus (EUA), e a Merck (Alemanha) adquiriu a também americana SpringWorks. Com isso, observa-se que o campo da saúde continua atraente para investidores globais.

Expectativas continuam otimistas para o segundo semestre de 2025

Segundo o IMAA, mesmo com conflitos armados na Ucrânia, no Oriente Médio e na África, e apesar do protecionismo comercial dos EUA contra a China e a Europa, as fusões continuam acontecendo. Portanto, a tendência é que setores como tecnologia, energia, saúde e consumo mantenham o ritmo intenso de negociações ao longo de todo o ano. Além disso, analistas apontam que o apetite corporativo deve crescer ainda mais, caso o cenário econômico melhore no segundo semestre.

E você, acha que esse movimento vai continuar forte até o fim do ano ou que os riscos globais podem frear as negociações?

O mercado global de fusões e aquisições (M&A) segue demonstrando vitalidade em 2025, mesmo diante de um cenário internacional marcado por incertezas geopolíticas e instabilidade econômica. De acordo com o relatório mais recente do Institute for Mergers, Acquisitions & Alliances (IMAA), os setores de energia e petróleo e software e tecnologia da informação foram os principais impulsionadores de negócios no quadrimestre, respondendo juntos por quase US$ 115 bilhões em transações.

Especificamente, o setor de energia e petróleo movimentou US$ 40,7 bilhões em 232 operações, consolidando sua posição como uma das verticais mais estratégicas do planeta no atual ciclo de investimentos. O desempenho coloca o setor à frente de segmentos como saúde, consumo, mídia e biotecnologia, revelando uma clara priorização por ativos que estão no centro da transição energética e da segurança energética global.

Entre os destaques das transações em energia, estão aquisições protagonizadas por grupos canadenses nos Estados Unidos, como a Capital Power, que comprou a LS Power, e a Brookfield Infrastructure Partners, que adquiriu a Colonial Pipeline Company. O movimento demonstra a busca por sinergias operacionais, infraestrutura consolidada e acesso a mercados estratégicos de energia.

Já o setor de software e TI liderou em volume financeiro, com US$ 74,3 bilhões distribuídos em 805 operações. Entre elas, destaca-se a aquisição da empresa norte-americana Dotmatics pela alemã Siemens, evidenciando o apetite europeu por tecnologias de ponta.

M&A avança mesmo com cenário internacional adverso

Os dados compilados pelo IMAA abrangem oito setores da economia global e somam US$ 230 bilhões em fusões e aquisições até abril de 2025. O volume robusto chama atenção, sobretudo diante de uma conjuntura internacional desafiadora, marcada por conflitos prolongados em regiões como Ucrânia, Oriente Médio e África, além da guerra comercial entre Estados Unidos e China, agravada por novas tarifas que impactam cadeias produtivas globais.

Segundo os especialistas Leonardo Grisotto e Jefferson Nesello, sócios da Zaxo, boutique brasileira especializada em M&A, a movimentação no setor de energia tem relação direta com sua importância estratégica. “A despeito das turbulências, energia, petróleo e tecnologia continuam recebendo grandes aportes porque são setores estruturantes para qualquer país. O mundo está em transição energética e digital, e os investidores estão atentos a isso”, apontam.

A Zaxo, que registrou recorde de transações em 2024 (com três operações – duas de buy side e uma de sell side, além de uma joint venture), já acumula pipeline de R$ 600 milhões em processos ativos para o mercado brasileiro, refletindo o interesse contínuo de investidores locais e internacionais.

M&A avança mesmo com cenário internacional adverso

Os dados compilados pelo IMAA abrangem oito setores da economia global e somam US$ 230 bilhões em fusões e aquisições até abril de 2025. O volume robusto chama atenção, sobretudo diante de uma conjuntura internacional desafiadora, marcada por conflitos prolongados em regiões como Ucrânia, Oriente Médio e África, além da guerra comercial entre Estados Unidos e China, agravada por novas tarifas que impactam cadeias produtivas globais.

Segundo os especialistas Leonardo Grisotto e Jefferson Nesello, sócios da Zaxo, boutique brasileira especializada em M&A, a movimentação no setor de energia tem relação direta com sua importância estratégica. “A despeito das turbulências, energia, petróleo e tecnologia continuam recebendo grandes aportes porque são setores estruturantes para qualquer país. O mundo está em transição energética e digital, e os investidores estão atentos a isso”, apontam.

A Zaxo, que registrou recorde de transações em 2024 (com três operações – duas de buy side e uma de sell side, além de uma joint venture), já acumula pipeline de R$ 600 milhões em processos ativos para o mercado brasileiro, refletindo o interesse contínuo de investidores locais e internacionais.

Outros setores em destaque

Em número de operações, o setor de produtos de consumo e serviços liderou com 995 transações, totalizando US$ 33,5 bilhões. O volume expressivo de negócios inclui movimentações de grandes marcas, como a aquisição da italiana Versace pela também italiana Prada, destacando a consolidação em segmentos de luxo e varejo.

O setor de saúde e biotecnologia também manteve sua atratividade, com 495 transações que somaram US$ 35,6 bilhões. Destaque para a suíça Novartis, que adquiriu a norte-americana Regulus, e para a compra da SpringWorks, dos EUA, pela alemã Merck. “Ainda que os valores não se comparem aos dos setores de energia e tecnologia, esses segmentos reúnem players globais e altamente inovadores”, analisam Grisotto e Nesello.

O setor de inteligência artificial (IA), apesar de contar com apenas 11 operações, movimentou US$ 3,1 bilhões, revelando o alto valor agregado dessas transações, mesmo com volume reduzido.

Energia em destaque global e no Brasil

O protagonismo do setor energético no mercado de fusões e aquisições é um reflexo direto da transição energética mundial. O movimento abrange desde ativos de infraestrutura tradicional – como redes de dutos e geração térmica – até renováveis, armazenamento e eficiência energética. O interesse crescente por ativos de energia também dialoga com compromissos de descarbonização, pressões regulatórias e aumento da demanda por energia limpa e segura.

No Brasil, especialistas apontam que os processos de M&A no setor devem se intensificar em 2025 e 2026, com o avanço da abertura do mercado livre, movimentações em infraestrutura de transmissão e consolidação em geração distribuída e solar fotovoltaica. “O Brasil é um dos poucos países com base energética majoritariamente renovável, o que o coloca no radar de investidores internacionais”, afirma Nesello.

Report mais recente do IMAA – Institute for Mergers, Acquisitions & Aliances mostra que só nas duas atividades foram US$ 115 bilhões em transações

Apesar das incertezas do cenário global, o mercado de fusões e aquisições (ou M&A, sigla para mergers and acquisitions) no mundo segue aquecido. Report mais recente do IMAA – Institute for Mergers, Acquisitions & Aliances, com dados de 2025 consolidados até abril em oito setores da economia, mostra transações da ordem de US$ 230 bilhões em todo o planeta.

Os setores de software e tecnologia da informação e de energia e petróleo foram os que mais movimentaram recursos em fusões e aquisições: US$ 115 bilhões, praticamente metade da soma das oito atividades analisadas. O setor de software e TI respondeu por US$ 74,3 bilhões (com 805 operações mapeadas) e o de energia e petróleo, por US$ 40,7 bilhões, com 232 transações.

O relatório destaca algumas dessas operações. No setor de software e TI está, por exemplo, a aquisição da estadunidense Dotmatics, desenvolvedora de software, pela gigante alemã Siemens. No setor de energia e petróleo, também houve aquisição de empresas dos Estados Unidos por companhias canadenses: a Capital Power, que comprou a LS Power, e a Brookfield Infrastructure Partners, que adquiriu a Colonial Pipeline Company.

Para os analistas Leonardo Grisotto e Jefferson Nesello, o report do IMAA confirma que, a despeito da conturbada conjuntura internacional, as grandes companhias do planeta seguem apostando em fusões e aquisições como estratégia. Guerras na Ucrânia, no Oriente Médio e na África; e o tarifaço dos Estados Unidos, atingindo principalmente China e Europa, estão entre os acontecimentos que abalam as relações geopolíticas mundiais.

Grisotto e Nesello são sócios e diretores da Zaxo, boutique de M&A brasileira que, no último ano bateu recorde de transações (foram 2 em buy side, 1 em sell side e JV) e tem pipeline atual acumulado emR$ 600 milhões em valores de transações em fusões e aquisições em assessoria. “De fato, justamente pela importância estratégica dessas atividades no cenário global, tecnologia da informação e energia e petróleo têm mobilizado grandes recursos em M&A”, pontuam.

Já em quantidade de transações, outras atividades se sobressaem. O relatório do IMMA indica que no setor de produtos de consumo e serviços houve a maior quantidade de operações: 995 (ante as 885 de software e TI). Elas somaram US$ 33,5 bilhões. “Entre essas operações está o movimento da conhecida marca Prada, da Itália, que adquiriu sua concorrente Versace, do mesmo país”, citam os analistas.

Os diretores da Zaxo lançam luz ainda sobre dois outros setores: o de saúde e o de farmácia e biotecnologia. Juntos, contabilizaram 495 operações, envolvendo US$ 35,6 bilhões. Nessas duas atividades, por exemplo, a gigante suíça Novartis comprou a estadunidense Regulus; outra empresa dos Estados Unidos, a SpringWorks, foi adquirida por uma estrangeira – a alemã Merck.

“Esses dois setores, saúde e biotecnologia, também se mostram bastante aquecidos quando o assunto é M&A. Os recursos envolvidos são menores se comparados à energia e petróleo, e software e tecnologia. Mas reúnem players de grande alcance mundial, inclusive com atuação no Brasil”, observam os analistas.

Confira as fusões e aquisições globais mapeadas pelo IMMA

MAIS INFORMAÇÕES

Sobre a Zaxo: https://www.zaxogroup.com/ 

Em meio a incertezas econômicas, pressões regulatórias e um cenário global de juros instáveis, o mercado de Fusões e Aquisições (M&A) na saúde não apenas resiste, mas evolui. Movimentado por grandes redes hospitalares, operadoras, laboratórios e farmacêuticas, o segmento acelera sua transformação por meio da consolidação, da diversificação e de uma corrida por escala e eficiência.

Segundo dados da PitchBook, o primeiro trimestre de 2025 apresentou uma desaceleração no número de transações de M&A, reflexo natural de um ambiente global mais cauteloso. Ainda assim, o setor de saúde se manteve como um dos protagonistas desse cenário, respondendo por 8% do volume global de fusões e aquisições e por 10,7% do valor total movimentado, o equivalente a US$ 112,6 bilhões.

Entre 2003 e 2023, o setor de saúde no Brasil registrou 817 transações de M&A, posicionando-se entre os dez segmentos mais ativos no país, é o que mostra o levantamentos realizados pela KPMG. Segundo estudos do setor, nos últimos anos, aproximadamente 500 dessas transações geraram um faturamento conjunto de quase R$ 90 bilhões. Essas operações foram lideradas por grupos como Rede D’Or, Intermédica, Dasa, DaVita, Hapvida, Fleury, Oncoclínicas, Sabin, Viveo e Hermes Pardini. A pesquisa “Fusões e Aquisições 2023 – 4º trimestre”, conduzida pela KPMG, apresenta um ranking setorial acumulado de transações por setor desde 2004. Assim, o setor de saúde tem se mantido entre os mais dinâmicos no mercado de fusões e aquisições no Brasil, com uma média de 1 transação a cada 9 dias. Em momentos específicos, como em 2021, chegou a ocupar o segundo lugar em volume de negócios.

Assim, o setor de saúde tem se mantido entre os mais ativos no mercado de fusões e aquisições no Brasil, com uma média de 1 transação a cada 9 dias. Em momentos específicos, como em 2021, chegou a ocupar o segundo lugar em volume de negócios.

De acordo com levantamento da Bain & Company, só em 2023, 70% das transações no setor de saúde envolveram prestadores de serviços assistenciais, com foco na ampliação da base de atendimento. A tendência para os próximos anos aponta para uma movimentação cada vez mais estratégica, voltada também à entrada em novos elos da cadeia e a modelos de atendimento mais integrados e digitais.

Entre os movimentos mais relevantes, está a fusão das operações hospitalares da Diagnósticos da América (Dasa) e da Amil, criando uma joint venture com receita próxima de R$ 10 bilhões. Outro destaque foi a proposta da EMS para fusão com a Hypera, mirando a liderança absoluta na produção de medicamentos no país.

Para o sócio da Zaxo M&A Partners, boutique de M&A (Mergers and Acquisitions) especializada em assessorar investidores e empresas em processos de Fusões e Aquisições, Leonardo Grisotto, o setor de saúde tem características únicas que favorecem esse dinamismo. “Empresas com boa governança, tecnologia embarcada e visão de longo prazo se destacam. A antecipação de movimentos do mercado, especialmente em saúde, onde há pressão constante por escala e qualidade, pode ser decisiva”, afirma.

Já o sócio-fundador da Zaxo, Jefferson Nesello, ressalta que momentos de incerteza podem se tornar verdadeiras alavancas de crescimento para investidores preparados. “A saúde é essencial e resiliente. Em tempos de instabilidade, o Brasil se torna ainda mais estratégico. Quem sabe analisar bem os ativos consegue capturar valor futuro em operações que, à primeira vista, pareceriam arriscadas, conseguindo transformar esses momentos em oportunidades, especialmente em setores altamente competitivos”, avalia.

Um estudo da própria Zaxo, liderado pelo Senior Associate Ronaldo Rodrigues, analisou mais de 20 mil transações de M&A em 18 países, entre 1990 e 2023. A conclusão é de que a incerteza econômica pode reduzir em até 6,7% o valor de aquisição de uma empresa. No entanto, quando a companhia-alvo apresenta alto potencial de crescimento, com escalabilidade, inovação e diferenciais operacionais, essa perda é mitigada para cerca de 1%.

“Na saúde, isso é muito relevante. Negócios com modelos replicáveis, por exemplo, ou healthtechs que trazem soluções para redução de custo assistencial atraem múltiplos mais altos, mesmo em cenários adversos. O que parece risco para alguns pode ser uma vantagem competitiva para quem sabe o que está comprando”, explica Rodrigues.

Segundo ele, para cada 1% de incremento nas chamadas “opções de crescimento” da empresa-alvo, o valor do negócio pode subir até 16%. “Isso mostra como uma análise bem-feita é capaz de transformar incerteza em retorno real para o investidor”, completa.

A expectativa é que o ciclo positivo continue, e o setor deve continuar crescendo em 2025, impulsionado por lacunas nos portfólios, desafios logísticos e revisões regulatórias.

A Zaxo, por sua vez, fechou um recorde de deals em 2024 e projeta superar R$ 600 milhões em valores transacionados em 2025, consolidando-se como uma das principais assessorias do país em M&As no setor de saúde.

“Se há uma lição que aprendemos com o mercado global de M&A ao longo das últimas três décadas, é que a resiliência e a adaptabilidade são os maiores ativos. E, no Brasil, essas qualidades são essenciais para transformar o que muitos veem como risco em vantagem competitiva”, conclui Ronaldo Rodrigues.

Tecnologia, Energia e Petróleo Lideram Fusões e Aquisições Globais: Análise de Especialista em M&A
Report mais recente do IMAA – Institute for Mergers, Acquisitions & Aliances mostra que só nas duas atividades foram US$ 115 bilhões em transações

Apesar das incertezas do cenário global, o mercado de fusões e aquisições (ou M&A, sigla para mergers and acquisitions) no mundo segue aquecido. Report mais recente do IMAA – Institute for Mergers, Acquisitions & Aliances, com dados de 2025 consolidados até abril em oito setores da economia, mostra transações da ordem de US$ 230 bilhões em todo o planeta.

Os setores de software e tecnologia da informação e de energia e petróleo foram os que mais movimentaram recursos em fusões e aquisições: US$ 115 bilhões, praticamente metade da soma das oito atividades analisadas. O setor de software e TI respondeu por US$ 74,3 bilhões (com 805 operações mapeadas) e o de energia e petróleo, por US$ 40,7 bilhões, com 232 transações.

O relatório destaca algumas dessas operações. No setor de software e TI está, por exemplo, a aquisição da estadunidense Dotmatics, desenvolvedora de software, pela gigante alemã Siemens. No setor de energia e petróleo, também houve aquisição de empresas dos Estados Unidos por companhias canadenses: a Capital Power, que comprou a LS Power, e a Brookfield Infrastructure Partners, que adquiriu a Colonial Pipeline Company.

Para os analistas Leonardo Grisotto e Jefferson Nesello, o report do IMAA confirma que, a despeito da conturbada conjuntura internacional, as grandes companhias do planeta seguem apostando em fusões e aquisições como estratégia. Guerras na Ucrânia, no Oriente Médio e na África; e o tarifaço dos Estados Unidos, atingindo principalmente China e Europa, estão entre os acontecimentos que abalam as relações geopolíticas mundiais. Grisotto e Nesello são sócios e diretores da Zaxo, boutique de M&A brasileira que, no último ano bateu recorde de transações (foram 2 em buy side, 1 em sell side e JV) e tem pipeline atual acumulado emR$ 600 milhões em valores de transações em fusões e aquisições em assessoria. “De fato, justamente pela importância estratégica dessas atividades no cenário global, tecnologia da informação e energia e petróleo têm mobilizado grandes recursos em M&A”, pontuam.

Já em quantidade de transações, outras atividades se sobressaem. O relatório do IMMA indica que no setor de produtos de consumo e serviços houve a maior quantidade de operações: 995 (ante as 885 de software e TI). Elas somaram US$ 33,5 bilhões. “Entre essas operações está o movimento da conhecida marca Prada, da Itália, que adquiriu sua concorrente Versace, do mesmo país”, citam os analistas.

Os diretores da Zaxo lançam luz ainda sobre dois outros setores: o de saúde e o de farmácia e biotecnologia. Juntos, contabilizaram 495 operações, envolvendo US$ 35,6 bilhões. Nessas duas atividades, por exemplo, a gigante suíça Novartis comprou a estadunidense Regulus; outra empresa dos Estados Unidos, a SpringWorks, foi adquirida por uma estrangeira – a alemã Merck.

“Esses dois setores, saúde e biotecnologia, também se mostram bastante aquecidos quando o assunto é M&A. Os recursos envolvidos são menores se comparados à energia e petróleo, e software e tecnologia. Mas reúnem players de grande alcance mundial, inclusive com atuação no Brasil”, observam os analistas.

Confira as fusões e aquisições globais mapeadas pelo IMMA

Software e tecnologia da informação: US$ 74,3 bilhões. 805 transações
Energia e petróleo: US$ 40,7 bilhões. 232 transações
Produtos de consumo e serviços: US$ 33,5 bilhões. 995 transações
Saúde: US$ 24,9 bilhões. 397 transações
Química: US$ 21,9 bilhões. 161 transações
Mídia e entretenimento: US$ 16,9 bilhões. 387 transações
Farmácia e biotecnologia: US$ 11,8 bilhões. 98 transações
Inteligência artificial: US$ 3,1 bilhões. 11 transações

Report mais recente do IMAA - Institute for Mergers, Acquisitions & Aliances mostra que só nas duas atividades foram USS 115 bilhões em transações


Apesar das incertezas do cenário global, o mercado de fusões e aquisições no
mundo segue aquecido. Report mais recente do IMAA - Institute for Mergers,
Acquisitions & Aliances, com dados de 2025 consolidados até abril em oito setores
da economia, mostra transações da ordem de 230 bilhões de dólares em todo o
planeta.


Os setores de software e tecnologia da informação e de energia e petróleo foram
os que mais movimentaram recursos em fusões e aquisições: 115 bilhões de
dólares, praticamente metade da soma das oito atividades analisadas. O setor de
software e TI respondeu por 74,3 bilhões de dólares (com 805 operações
mapeadas) e o de energia e petróleo, por 40,7 bilhões de dólares, com 232
transações.


O relatório destaca algumas dessas operações. No setor de software e TI está, por
exemplo, a aquisição da estadunidense Dotmatics, desenvolvedora de software,
pela gigante alemã Siemens. No setor de energia e petróleo, também houve
aquisição de empresas dos Estados Unidos por companhias canadenses: a Capital
Power, que comprou a LS Power,e a Brookfield Infrastructure Partners, que
adquiriu a Colonial Pipeline Company.


Para os analistas Leonardo Grisotto e Jefferson Nesello, o report do IMAA
confirma que, a despeito da conturbada conjuntura internacional, as grandes
companhias do planeta seguem apostando em fusões e aquisições como
estratégia. Guerras na Ucrânia, no Oriente Médio e na África; e o tarifaço dos
Estados Unidos, atingindo principalmente China e Europa, estão entre os
acontecimentos que abalam as relações geopolíticas mundiais.

Por trás da volatilidade econômica está o setor de energias renováveis. E não apenas pela natureza sustentável, mas pela capacidade de atrair investimentos estratégicos em tempos de incerteza. Uma análise com mais de 20 mil operações de M&A (Fusões e Aquisições), realizada por Ronaldo Rodrigues, da Zaxo M&A Partners, mostra que, longe de frear o mercado, a instabilidade tem criado janelas valiosas, e o setor de energia limpa é o epicentro dessa transformação.

A pesquisa, que cruzou dados de 18 países entre 1990 e 2023, revelou que a incerteza política e econômica, embora reduza em média 6,7% o valor das transações (Enterprise Value), pode gerar ganhos expressivos quando há opções claras de crescimento no negócio. E é exatamente isso que tem acontecido com a energia solar no Brasil.

Segundo estudo da consultoria Greener, o número de fusões e aquisições no setor solar cresceu 76% em 2024. Foram 51 transações que envolveram usinas com pelo menos 3,6 GWp de capacidade, quase o triplo do volume de 2023. Só na geração centralizada, o número de deals quadruplicou.

O crescimento foi impulsionado tanto por grandes usinas (geração centralizada) quanto por sistemas de geração distribuída, como telhados solares. Na geração centralizada, foram 21 negócios de compra e venda, quatro vezes mais do que no ano anterior. Já na geração distribuída, as operações dobraram, somando 14 transações.

Vários fatores contribuíram para esse aumento nas transações. A edição da Medida Provisória 1.212, pelo governo federal, que estendeu o prazo para que empreendimentos renováveis entrem em operação e garantam subsídios tarifários, estimulou transações, principalmente de projetos solares “greenfield”, que ainda não saíram do papel.

Além disso, a busca por fontes de energia mais limpas, por parte de consumidores e empresas, tem impulsionado o mercado. A energia solar já é a segunda maior fonte da matriz elétrica brasileira, com mais de 50 GW de capacidade instalada.

“A incerteza, em setores com alto potencial de crescimento como energias renováveis, deixa de ser uma barreira e passa a ser uma vantagem competitiva”, explica Ronaldo Rodrigues, senior associate da Zaxo. “Nestes contextos, investidores conseguem negociar prêmios atrativos e capturar valor futuro de forma estratégica”.

Leonardo Grisotto, sócio-fundador da Zaxo, acrescenta: “Empresas bem preparadas transformam momentos desafiadores em oportunidades. A energia renovável é um excelente exemplo: é um setor competitivo, com forte apelo ambiental e com margem para expansão em larga escala”.

Jefferson Nesello, também sócio-fundador da Zaxo, reforça: “É nos momentos de instabilidade que o mercado brasileiro se torna ainda mais estratégico. Investidores com visão de longo prazo percebem que vale a pena entrar agora para colher os frutos mais adiante, principalmente em setores como o de energia limpa”.

A análise conduzida por Rodrigues mostra que, em empresas com altas “growth options”, isto é, com grande potencial de crescimento futuro, o impacto negativo da incerteza quase desaparece. “Em mercados mais competitivos, o prêmio pago nas aquisições pode chegar a 19%, mesmo em tempos de instabilidade”, destaca o pesquisador.

É o que o setor de energia renovável tem demonstrado na prática. O setor financeiro deve responder por 40% do volume total de fusões e aquisições no Brasil em 2025, com transações estimadas em R$ 120 bilhões, segundo projeções do banco suíço UBS BB.

Parte desse movimento vem da corrida para consolidar players em geração distribuída, especialmente em regiões de alto consumo e com incentivos regulatórios.

“Se há uma lição que aprendemos com o mercado global de M&A ao longo das últimas três décadas, é que a resiliência e a adaptabilidade são os maiores ativos. E, no Brasil, essas qualidades são essenciais para transformar o que muitos veem como risco em vantagem competitiva”, destaca Grisotto.

A Zaxo está no centro da movimentação. Com mais de R$ 7,5 bilhões em transações concluídas e previsão de superar R$ 600 milhões em 2025, a Zaxo vem acompanhando de perto a movimentação no setor energético. A boutique de M&A tem atuado não apenas na intermediação de negócios, mas também na antecipação de tendências, criando estratégias personalizadas para seus clientes no Brasil e no exterior.

“Nosso papel é transformar a busca por fontes limpas e renováveis em decisões estratégicas concretas”, finaliza Rodrigues.

Um negócio é realizado a cada nove dias

Em meio a incertezas econômicas, pressões regulatórias e um cenário global de juros instáveis, o mercado de Fusões e Aquisições (M&A) na saúde não apenas resiste, mas evolui. Movimentado por grandes redes hospitalares, operadoras, laboratórios e farmacêuticas, o segmento acelera sua transformação por meio da consolidação, da diversificação e de uma corrida por escala e eficiência.

Segundo dados da PitchBook, o primeiro trimestre de 2025 apresentou uma desaceleração no número de transações de M&A, reflexo natural de um ambiente global mais cauteloso. Ainda assim, o setor de saúde se manteve como um dos protagonistas desse cenário, respondendo por 8% do volume global de fusões e aquisições e por 10,7% do valor total movimentado, o equivalente a US$ 112,6 bilhões.

Entre 2003 e 2023, o setor de saúde no Brasil registrou 817 transações de M&A, posicionando-se entre os dez segmentos mais ativos no país, é o que mostra o levantamentos realizados pela KPMG. Segundo estudos do setor, nos últimos anos, aproximadamente 500 dessas transações geraram um faturamento conjunto de quase R$ 90 bilhões. Essas operações foram lideradas por grupos como Rede D’Or, Intermédica, Dasa, DaVita, Hapvida, Fleury, Oncoclínicas, Sabin, Viveo e Hermes Pardini.

A pesquisa “Fusões e Aquisições 2023 – 4º trimestre”, conduzida pela KPMG, apresenta um ranking setorial acumulado de transações por setor desde 2004. Assim, o setor de saúde tem se mantido entre os mais dinâmicos no mercado de fusões e aquisições no Brasil, com uma média de 1 transação a cada 9 dias. Em momentos específicos, como em 2021, chegou a ocupar o segundo lugar em volume de negócios.

O setor de saúde tem se mantido entre os mais ativos no mercado de fusões e aquisições no Brasil, com uma média de 1 transação a cada 9 dias. Em momentos específicos, como em 2021, chegou a ocupar o segundo lugar em volume de negócios.

De acordo com levantamento da Bain & Company, só em 2023, 70% das transações no setor de saúde envolveram prestadores de serviços assistenciais, com foco na ampliação da base de atendimento. A tendência para os próximos anos aponta para uma movimentação cada vez mais estratégica, voltada também à entrada em novos elos da cadeia e a modelos de atendimento mais integrados e digitais.

Entre os movimentos mais relevantes, está a fusão das operações hospitalares da Diagnósticos da América (Dasa) e da Amil, criando uma joint venture com receita próxima de R$ 10 bilhões. Outro destaque foi a proposta da EMS para fusão com a Hypera, mirando a liderança absoluta na produção de medicamentos no país.

Para o sócio da Zaxo M&A Partners, boutique de M&A (Mergers and Acquisitions) especializada em assessorar investidores e empresas em processos de Fusões e Aquisições, Leonardo Grisotto, o setor de saúde tem características únicas que favorecem esse dinamismo. “Empresas com boa governança, tecnologia embarcada e visão de longo prazo se destacam. A antecipação de movimentos do mercado, especialmente em saúde, onde há pressão constante por escala e qualidade, pode ser decisiva”, afirma.

Já o sócio-fundador da Zaxo, Jefferson Nesello, ressalta que momentos de incerteza podem se tornar verdadeiras alavancas de crescimento para investidores preparados. “A saúde é essencial e resiliente. Em tempos de instabilidade, o Brasil se torna ainda mais estratégico. Quem sabe analisar bem os ativos consegue capturar valor futuro em operações que, à primeira vista, pareceriam arriscadas, conseguindo transformar esses momentos em oportunidades, especialmente em setores altamente competitivos”, avalia.

Um estudo da própria Zaxo, liderado pelo Senior Associate Ronaldo Rodrigues, analisou mais de 20 mil transações de M&A em 18 países, entre 1990 e 2023. A conclusão é de que a incerteza econômica pode reduzir em até 6,7% o valor de aquisição de uma empresa. No entanto, quando a companhia-alvo apresenta alto potencial de crescimento, com escalabilidade, inovação e diferenciais operacionais, essa perda é mitigada para cerca de 1%.

“Na saúde, isso é muito relevante. Negócios com modelos replicáveis, por exemplo, ou healthtechs que trazem soluções para redução de custo assistencial atraem múltiplos mais altos, mesmo em cenários adversos. O que parece risco para alguns pode ser uma vantagem competitiva para quem sabe o que está comprando”, explica Rodrigues.

Segundo ele, para cada 1% de incremento nas chamadas “opções de crescimento” da empresa-alvo, o valor do negócio pode subir até 16%. “Isso mostra como uma análise bem-feita é capaz de transformar incerteza em retorno real para o investidor”, completa.

A expectativa é que o ciclo positivo continue, e o setor deve continuar crescendo em 2025, impulsionado por lacunas nos portfólios, desafios logísticos e revisões regulatórias.

A Zaxo, por sua vez, fechou um recorde de deals em 2024 e projeta superar R$ 600 milhões em valores transacionados em 2025, consolidando-se como uma das principais assessorias do país em M&As no setor de saúde.

“Se há uma lição que aprendemos com o mercado global de M&A ao longo das últimas três décadas, é que a resiliência e a adaptabilidade são os maiores ativos. E, no Brasil, essas qualidades são essenciais para transformar o que muitos veem como risco em vantagem competitiva”, conclui Ronaldo Rodrigues.

Estudo realizado com mais de 20 mil transações entre 1990 e 2023 revela que, a cada 1% em crescimento potencial, o valor da aquisição aumenta em 16%, mesmo em meio às incertezas econômicas

Em meio a incertezas econômicas, pressões regulatórias e um cenário global de juros instáveis, o mercado de Fusões e Aquisições (M&A) na saúde não apenas resiste, mas evolui. Movimentado por grandes redes hospitalares, operadoras, laboratórios e farmacêuticas, o segmento acelera sua transformação por meio da consolidação, da diversificação e de uma corrida por escala e eficiência.

Segundo dados da PitchBook, o primeiro trimestre de 2025 apresentou uma desaceleração no número de transações de M&A, reflexo natural de um ambiente global mais cauteloso. Ainda assim, o setor de saúde se manteve como um dos protagonistas desse cenário, respondendo por 8% do volume global de fusões e aquisições e por 10,7% do valor total movimentado, o equivalente a US$ 112,6 bilhões.

Entre 2003 e 2023, o setor de saúde no Brasil registrou 817 transações de M&A, posicionando-se entre os dez segmentos mais ativos no país, é o que mostra o levantamentos realizados pela KPMG. Segundo estudos do setor, nos últimos anos, aproximadamente 500 dessas transações geraram um faturamento conjunto de quase R$ 90 bilhões. Essas operações foram lideradas por grupos como Rede D’Or, Intermédica, Dasa, DaVita, Hapvida, Fleury, Oncoclínicas, Sabin, Viveo e Hermes Pardini. A pesquisa “Fusões e Aquisições 2023 – 4º trimestre”, conduzida pela KPMG, apresenta um ranking setorial acumulado de transações por setor desde 2004. Assim, o setor de saúde tem se mantido entre os mais dinâmicos no mercado de fusões e aquisições no Brasil, com uma média de 1 transação a cada 9 dias. Em momentos específicos, como em 2021, chegou a ocupar o segundo lugar em volume de negócios.

Assim, o setor de saúde tem se mantido entre os mais ativos no mercado de fusões e aquisições no Brasil, com uma média de 1 transação a cada 9 dias. Em momentos específicos, como em 2021, chegou a ocupar o segundo lugar em volume de negócios.

De acordo com levantamento da Bain & Company, só em 2023, 70% das transações no setor de saúde envolveram prestadores de serviços assistenciais, com foco na ampliação da base de atendimento. A tendência para os próximos anos aponta para uma movimentação cada vez mais estratégica, voltada também à entrada em novos elos da cadeia e a modelos de atendimento mais integrados e digitais.

Entre os movimentos mais relevantes, está a fusão das operações hospitalares da Diagnósticos da América (Dasa) e da Amil, criando uma joint venture com receita próxima de R$ 10 bilhões. Outro destaque foi a proposta da EMS para fusão com a Hypera, mirando a liderança absoluta na produção de medicamentos no país.

Para o sócio da Zaxo M&A Partners, boutique de M&A (Mergers and Acquisitions) especializada em assessorar investidores e empresas em processos de Fusões e Aquisições, Leonardo Grisotto, o setor de saúde tem características únicas que favorecem esse dinamismo. “Empresas com boa governança, tecnologia embarcada e visão de longo prazo se destacam. A antecipação de movimentos do mercado, especialmente em saúde, onde há pressão constante por escala e qualidade, pode ser decisiva”, afirma.

Já o sócio-fundador da Zaxo, Jefferson Nesello, ressalta que momentos de incerteza podem se tornar verdadeiras alavancas de crescimento para investidores preparados. “A saúde é essencial e resiliente. Em tempos de instabilidade, o Brasil se torna ainda mais estratégico. Quem sabe analisar bem os ativos consegue capturar valor futuro em operações que, à primeira vista, pareceriam arriscadas, conseguindo transformar esses momentos em oportunidades, especialmente em setores altamente competitivos”, avalia.

Um estudo da própria Zaxo, liderado pelo Senior Associate Ronaldo Rodrigues, analisou mais de 20 mil transações de M&A em 18 países, entre 1990 e 2023. A conclusão é de que a incerteza econômica pode reduzir em até 6,7% o valor de aquisição de uma empresa. No entanto, quando a companhia-alvo apresenta alto potencial de crescimento, com escalabilidade, inovação e diferenciais operacionais, essa perda é mitigada para cerca de 1%.

“Na saúde, isso é muito relevante. Negócios com modelos replicáveis, por exemplo, ou healthtechs que trazem soluções para redução de custo assistencial atraem múltiplos mais altos, mesmo em cenários adversos. O que parece risco para alguns pode ser uma vantagem competitiva para quem sabe o que está comprando”, explica Rodrigues.

Segundo ele, para cada 1% de incremento nas chamadas “opções de crescimento” da empresa-alvo, o valor do negócio pode subir até 16%. “Isso mostra como uma análise bem-feita é capaz de transformar incerteza em retorno real para o investidor”, completa.

A expectativa é que o ciclo positivo continue, e o setor deve continuar crescendo em 2025, impulsionado por lacunas nos portfólios, desafios logísticos e revisões regulatórias.

A Zaxo, por sua vez, fechou um recorde de deals em 2024 e projeta superar R$ 600 milhões em valores transacionados em 2025, consolidando-se como uma das principais assessorias do país em M&As no setor de saúde.

“Se há uma lição que aprendemos com o mercado global de M&A ao longo das últimas três décadas, é que a resiliência e a adaptabilidade são os maiores ativos. E, no Brasil, essas qualidades são essenciais para transformar o que muitos veem como risco em vantagem competitiva”, conclui Ronaldo Rodrigues.

O setor de energias renováveis é o principal responsável pelo aumento no volume de fusões e aquisições (M&A) no Brasil em 2025, com participação estimada em 40% do total e movimentação de R$ 120 bilhões.

A informação é de um levantamento da Zaxo M&A Partners, divulgado com exclusividade para a EXAME. Essa alta reflete a atuação tanto de grandes usinas quanto de sistemas fotovoltaicos de pequeno porte.

A análise de mais de 20 mil operações globais, conduzida por Ronaldo Rodrigues, senior associate da Zaxo M&A Partners, mostra que, mesmo em contexto de volatilidade econômica, o setor de energia limpa atrai investimentos estratégicos.

A pesquisa revela que a instabilidade reduz em média 6,7% o valor das transações, mas, em negócios com opções claras de crescimento, esse impacto negativo quase desaparece.

Fusões e aquisições em energias limpas

No Brasil, o número de fusões e aquisições no setor solar cresceu 76% em 2024, segundo estudo da consultoria Greener, totalizando 51 transações que envolvem usinas com pelo menos 3,6 GWp de capacidade — quase o triplo do volume de 2023. Na geração centralizada, o número de negócios quadruplicou, enquanto a geração distribuída dobrou suas operações, com 14 transações.

A medida provisória 1.212, que prorrogou o prazo para empreendimentos renováveis entrarem em operação com direito a subsídios tarifários, foi um dos fatores que impulsionaram esse movimento, especialmente nos projetos solares “greenfield”, ainda em fase inicial.

Perspectivas e desafios no mercado de energias renováveis

A crescente demanda por fontes limpas tem impulsionado o mercado brasileiro, onde a energia solar já representa a segunda maior fonte da matriz elétrica, com mais de 50 GW de capacidade instalada.

Leonardo Grisotto, sócio-fundador da Zaxo M&A Partners, ressalta que “empresas preparadas conseguem transformar momentos desafiadores em oportunidades, especialmente em setores com apelo ambiental e e espaço para expansão”.

Jefferson Nesello, também sócio-fundador, acrescenta que “a instabilidade econômica torna o mercado brasileiro mais estratégico, atraindo investidores com visão de longo prazo”.

Ronaldo Rodrigues destaca que, em empresas com grande potencial de crescimento futuro, o chamado “growth options”, o prêmio pago em aquisições pode alcançar 19%, mesmo em momentos de instabilidade.

A Zaxo, que já concluiu mais de R$ 7,5 bilhões em transações e projeta ultrapassar R$ 600 milhões em 2025, atua tanto na intermediação quanto na antecipação de tendências, focando em clientes nacionais e internacionais.

Com oportunidades camufladas em risco, aumento foi impulsionado pelas grandes usinas e gerações fotovoltaicas de pequeno porte

Por trás da volatilidade econômica está o setor de energias renováveis. E não apenas pela natureza sustentável, mas pela capacidade de atrair investimentos estratégicos em tempos de incerteza. Uma análise com mais de 20 mil operações de M&A (fusões e aquisições), realizada por Ronaldo Rodrigues, da Zaxo M&A Partners, mostra que, longe de frear o mercado, a instabilidade tem criado janelas valiosas, e o setor de energia limpa é o epicentro dessa transformação. 

A pesquisa, que cruzou dados de 18 países entre 1990 e 2023, revelou que a incerteza política e econômica, embora reduza em média 6,7% o valor das transações, pode gerar ganhos expressivos quando há opções claras de crescimento no negócio. E é exatamente isso que tem acontecido com a energia solar no Brasil.

Segundo estudo da consultoria Greener, o volume de fusões e aquisições no setor solar cresceu 76% em 2024. Foram 51 transações que envolveram usinas com pelo menos 3,6 GWp de capacidade, quase o triplo do volume de 2023. Só na geração centralizada, a quantidade de deals quadruplicou.

O crescimento foi impulsionado tanto por grandes usinas (geração centralizada) quanto por sistemas de geração distribuída, como telhados solares. Na geração centralizada, foram 21 negócios de compra e venda, quatro vezes mais do que no ano anterior. Já na geração distribuída, as operações dobraram, somando 14 transações. Vários fatores contribuíram para esse aumento nas transações. A edição da Medida Provisória 1.212, pelo governo federal, que estendeu o prazo para que empreendimentos renováveis entrem em operação e garantam subsídios tarifários, estimulou transações, principalmente de projetos solares greenfield, que ainda não saíram do papel.

A busca por fontes de energia mais limpas, por parte de consumidores e empresas, tem impulsionado o mercado. A energia solar já é a segunda maior fonte da matriz elétrica brasileira, com mais de 50 GW de capacidade instalada. “A incerteza, em setores com alto potencial de crescimento como energias renováveis, deixa de ser uma barreira e passa a ser uma vantagem competitiva”, explica Ronaldo Rodrigues, senior associate da Zaxo. “Nestes contextos, investidores conseguem negociar prêmios atrativos e capturar valor futuro de forma estratégica”.

Leonardo Grisotto, sócio-fundador da Zaxo, acrescenta: “Empresas bem preparadas transformam momentos desafiadores em oportunidades. A energia renovável é um excelente exemplo: é um setor competitivo, com forte apelo ambiental e com margem para expansão em larga escala”. Jefferson Nesello, também sócio-fundador da Zaxo, reforça: “É nos momentos de instabilidade que o mercado brasileiro se torna ainda mais estratégico. Investidores com visão de longo prazo percebem que vale a pena entrar agora para colher os frutos mais adiante, principalmente em setores como o de energia limpa”.

A análise mostra que em empresas com altas growth options, isto é, com grande potencial de crescimento futuro, o impacto negativo da incerteza quase desaparece. “Em mercados mais competitivos, o prêmio pago nas aquisições pode chegar a 19%, mesmo em tempos de instabilidade”, destaca o pesquisador.

É o que o setor de energia renovável tem demonstrado na prática. O setor financeiro deve responder por 40% do volume total de fusões e aquisições no Brasil em 2025, com transações estimadas em R$ 120 bilhões, segundo projeções do banco suíço UBS BB. Parte desse movimento vem da corrida para consolidar players em geração distribuída, especialmente em regiões de alto consumo e com incentivos regulatórios. “Se há uma lição que aprendemos com o mercado global de M&A ao longo das últimas três décadas, é que a resiliência e a adaptabilidade são os maiores ativos. E, no Brasil, essas qualidades são essenciais para transformar o que muitos veem como risco em vantagem competitiva”, destaca Grisotto.

Transformação digital, competitividade e inovação. Esses são alguns dos principais motores que impulsionam o mercado de Fusões e Aquisições (M&A) no setor de alimentos e bebidas. Em um ambiente de consumo em constante mudança, onde novas tendências, desafios regulatórios e a busca por eficiência ditam o ritmo dos negócios, empresas recorrem a estratégias de consolidação para crescer, diversificar portfólios e garantir vantagem competitiva.

No Brasil, o varejo alimentar registrou um grande aumento nas transações de M&A. Segundo estudos, em 2022, houve um crescimento de 30% em relação ao ano anterior, marcando o terceiro ano consecutivo de alta e acumulando um incremento de 116% comparado ao período pré-pandemia de 2019. Esse movimento é impulsionado por fundos de private equity interessados em consolidar o setor e pela expansão agressiva de grandes redes.
O Grupo Carrefour, por exemplo, adquiriu o Grupo BIG Brasil por R$ 7,5 bilhões e as lojas da rede Makro por R$ 1,95 bilhão, visando ampliar sua presença nas regiões Nordeste e Sul e fortalecer o modelo de atacarejo.

Em janeiro de 2025, a JBS, uma das maiores processadoras de carne do mundo, adquiriu uma participação de 48,5% na Mantiqueira Alimentos, líder na produção de ovos no Brasil, por R$ 1,9 bilhão. Essa aquisição marca a entrada da JBS no setor de ovos, adicionando aproximadamente 4 bilhões de unidades anuais ao seu portfólio.

Além disso, em novembro de 2024, o empresário brasileiro Ricardo Faria comprou a produtora espanhola de ovos DAGU por €120 milhões. Essa transação posicionou o Hevo Group, pertencente a Faria, como o segundo maior produtor de ovos na Espanha, com uma produção anual de 80 milhões de dúzias.

Esse movimento ilustra como, mesmo em cenários desafiadores, empresas encontram oportunidades para expandir e se fortalecer no mercado.
Incertezas políticas e econômicas influenciam transações.

Contudo, a incerteza política e econômica, muitas vezes vista como um obstáculo para investimentos, pode, paradoxalmente, atuar como um catalisador para aquisições. Segundo um estudo conduzido por Ronaldo Rodrigues, Senior Associate na Zaxo M&A Partners, a instabilidade do cenário econômico impulsiona empresas a tomarem decisões mais rápidas, especialmente em setores altamente competitivos, onde a necessidade de capturar oportunidades estratégicas antes dos concorrentes se torna essencial.

“O que parece ser risco para muitos, para os estrategistas pode ser uma vantagem competitiva. No Brasil, esse fenômeno é ainda mais evidente, pois o mercado se torna mais atrativo para investidores que enxergam oportunidades mesmo em meio à instabilidade”, afirma Rodrigues.

Rodrigues explica que, após analisar mais de 20 mil transações realizadas entre 1990 e 2023, em 18 países, o estudo revelou que o que parece ser risco, pode ser capturado como uma vantagem competitiva. No Brasil, não é diferente. O país se destaca como um dos mercados mais promissores e desafiadores da América Latina nesse aspecto.

O estudo revelou ainda que a incerteza econômica pode reduzir em cerca de 6,7% o valor das aquisições. No entanto, a presença de Opções de Crescimento na empresa alvo moderam este efeito reduzindo-o para quase 1%. Além disso, a cada 1% de aumento nessas opções, ocorre uma elevação de 16% no Enterprise Value, demonstrando que investimentos estratégicos podem compensar os riscos inerentes a um cenário de incerteza.
No setor de alimentos e bebidas, os dados do estudo mostram que ele se mantém entre os dez mais ativos desde 1990, registrando inúmeras transações e consolidando-se como um dos segmentos mais ativos no mercado de M&A.

Foodtechs

Nos últimos anos, o setor de alimentos e bebidas tem passado por uma onda de consolidação, impulsionada por fatores como o avanço de startups foodtech, novas demandas por sustentabilidade e saudabilidade e a pressão para digitalização e eficiência logística. Grandes players estão adquirindo marcas inovadoras para expandir seus portfólios e atender a consumidores que buscam produtos mais naturais, orgânicos e sustentáveis.
Jefferson Nesello, sócio-fundador e diretor da Zaxo, destaca que “em momentos de instabilidade, o mercado brasileiro se torna ainda mais estratégico. Os investidores mais arrojados conseguem negociar prêmios atrativos e, ao mesmo tempo, capturar valor futuro em setores promissores como o de alimentos e bebidas”.

Para Leonardo Grisotto, também sócio da Zaxo, essas operações demonstram como empresas bem preparadas conseguem transformar momentos de incerteza em oportunidades. “A capacidade de antecipar movimentos do mercado e agir rapidamente é importante para o sucesso no setor de M&A, especialmente em segmentos onde a concorrência é intensa”, enfatiza.

Perspectivas para 2025

O mercado de M&A no setor de alimentos e bebidas deve continuar aquecido em 2025, impulsionado pela busca por eficiência operacional, inovação e sustentabilidade. A digitalização das cadeias produtivas, a adoção de tecnologias para redução de desperdícios e o fortalecimento de marcas voltadas ao bem-estar do consumidor estão entre os principais fatores de atração de investimentos.

Assim, contar com especialistas em fusões e aquisições torna-se fundamental para empresas que desejam maximizar seu valor e se posicionar estrategicamente no mercado. “Nosso papel é auxiliar as companhias a enxergarem além do óbvio e a transformarem incertezas em decisões estratégicas que geram valor duradouro”, afirma.

“Com um pipeline robusto para este ano, que deve superar R$ 600 milhões, a Zaxo Group se consolida como uma referência no mercado de M&A no Brasil, assessorando empresas de diversos setores, incluindo alimentos e bebidas, a navegarem com segurança e assertividade no dinâmico mundo das fusões e aquisições”, conclui.

Com 40% do mercado de M&A em 2025, setor atrai investidores mesmo em cenário de instabilidade econômica

O setor de energias renováveis é o principal responsável pelo aumento no volume de fusões e aquisições (M&A) no Brasil em 2025, com participação estimada em 40% do total e movimentação de R$ 120 bilhões.

A informação é de um levantamento da Zaxo M&A Partners, divulgado com exclusividade para a EXAME. Essa alta reflete a atuação tanto de grandes usinas quanto de sistemas fotovoltaicos de pequeno porte.

A análise de mais de 20 mil operações globais, conduzida por Ronaldo Rodrigues, senior associate da Zaxo M&A Partners, mostra que, mesmo em contexto de volatilidade econômica, o setor de energia limpa atrai investimentos estratégicos.

A pesquisa revela que a instabilidade reduz em média 6,7% o valor das transações, mas, em negócios com opções claras de crescimento, esse impacto negativo quase desaparece.

Fusões e aquisições em energias limpas

No Brasil, o número de fusões e aquisições no setor solar cresceu 76% em 2024, segundo estudo da consultoria Greener, totalizando 51 transações que envolvem usinas com pelo menos 3,6 GWp de capacidade — quase o triplo do volume de 2023. Na geração centralizada, o número de negócios quadruplicou, enquanto a geração distribuída dobrou suas operações, com 14 transações.

A medida provisória 1.212, que prorrogou o prazo para empreendimentos renováveis entrarem em operação com direito a subsídios tarifários, foi um dos fatores que impulsionou esse movimento, especialmente nos projetos solares “greenfield”, ainda em fase inicial.

Perspectivas e desafios no mercado de energias renováveis

A crescente demanda por fontes limpas tem impulsionado o mercado brasileiro, onde a energia solar já representa a segunda maior fonte da matriz elétrica, com mais de 50 GW de capacidade instalada.

Leonardo Grisotto, sócio-fundador da Zaxo M&A Partners, ressalta que “empresas preparadas conseguem transformar momentos desafiadores em oportunidades, especialmente em setores com apelo ambiental e espaço para expansão”.

Jefferson Nesello, também sócio-fundador, acrescenta que “a instabilidade econômica torna o mercado brasileiro mais estratégico, atraindo investidores com visão de longo prazo”.

Ronaldo Rodrigues destaca que em empresas com grande potencial de crescimento futuro, o chamado “growth options”, o prêmio pago em aquisições pode alcançar 19%, mesmo em momentos de instabilidade.

A Zaxo, que já concluiu mais de R$ 7,5 bilhões em transações e projeta ultrapassar R$ 600 milhões em 2025, atua tanto na intermediação quanto na antecipação de tendências, focando em clientes nacionais e internacionais.

Fonte: Exame

O primeiro trimestre de 2025 apresentou uma desaceleração no número de
transações de M&A, segundo dados da PitchBook. Ainda assim, o setor de saúde
se manteve como um dos protagonistas desse cenário, respondendo por 8% do
volume global de fusões e aquisições e por 10,7% do valor total movimentado, o
equivalente a 112,6 bilhões de dólares.

Entre 2003 e 2023, o setor de saúde no Brasil registrou 817 transações de M&A,
posicionando-se entre os dez segmentos mais ativos no país, é o que mostra o PMG. Segundo estudos do setor, nos últimos anos, aproximadamente 500 dessas transações geraram um faturamento
conjunto de quase 90 bilhões de reais, cum uma média de uma transação a cada
nove dias. Essas operações foram lideradas por grupos como Rede D’Or,
Intermédica, Dasa, DaVita, Hapvida, Fleury, Oncoclínicas, Sabin, Viveo e
Hermes Pardini.

Para o sócio da Zaxo M&A Partners, boutique de M&A, Leonardo Grisotto, o
setor de saúde tem características únicas que favorecem esse dinamismo.
“Empresas com boa governança, tecnologia embarcada e visão de longo prazo se
destacam. A antecipação de movimentos do mercado, especialmente em saúde,
onde há pressão constante por escala e qualidade, pode ser decisiva”, afirma.

Já o sócio-fundador da Zaxo, Jefferson Nesello, ressalta que momentos de
incerteza podem se tornar verdadeiras alavancas de crescimento para
investidores preparados. “A saúde é essencial e resiliente. Em tempos de
instabilidade, o Brasil se torna ainda mais estratégico. Quem sabe analisar bem
os ativos consegue capturar valor futuro em operações que, à primeira vista,
pareceriam arriscadas, conseguindo transformar esses momentos em
oportunidades, especialmente em setores altamente competitivos”, avalia

Um estudo da própria Zaxo analisou mais de 20 mil transações de M&A em 18
países, entre 1990 e 2023. A conclusão é de que a incerteza econômica pode
reduzir em até 6,7% o valor de aquisição de uma empresa. No entanto, quando a
companhia-alvo apresenta alto potencial de crescimento, com escalabilidade,
inovação e diferenciais operacionais, essa perda é mitigada para cerca de 1%.

Crescente demanda por fontes limpas tem impulsionado o mercado brasileiro (Jacobs Stock Photography Ltd/Getty Images)

Com 40% do mercado de M&A em 2025, setor atrai investidores mesmo em cenário de instabilidade econômica

O setor de energias renováveis é o principal responsável pelo aumento no volume de fusões e aquisições (M&A) no Brasil em 2025, com participação estimada em 40% do total e movimentação de R$ 120 bilhões.

A informação é de um levantamento da Zaxo M&A Partners, divulgado com exclusividade para a EXAME. Essa alta reflete a atuação tanto de grandes usinas quanto de sistemas fotovoltaicos de pequeno porte.

A análise de mais de 20 mil operações globais, conduzida por Ronaldo Rodrigues, senior associate da Zaxo M&A Partners, mostra que, mesmo em contexto de volatilidade econômica, o setor de energia limpa atrai investimentos estratégicos.

A pesquisa revela que a instabilidade reduz em média 6,7% o valor das transações, mas, em negócios com opções claras de crescimento, esse impacto negativo quase desaparece.

Fusões e aquisições em energias limpas

No Brasil, o número de fusões e aquisições no setor solar cresceu 76% em 2024, segundo estudo da consultoria Greener, totalizando 51 transações que envolvem usinas com pelo menos 3,6 GWp de capacidade  — quase o triplo do volume de 2023. Na geração centralizada, o número de negócios quadruplicou, enquanto a geração distribuída dobrou suas operações, com 14 transações.

A medida provisória 1.212, que prorrogou o prazo para empreendimentos renováveis entrarem em operação com direito a subsídios tarifários, foi um dos fatores que impulsionou esse movimento, especialmente nos projetos solares “greenfield”, ainda em fase inicial.

Perspectivas e desafios no mercado de energias renováveis

A crescente demanda por fontes limpas tem impulsionado o mercado brasileiro, onde a energia solar já representa a segunda maior fonte da matriz elétrica, com mais de 50 GW de capacidade instalada.

Jefferson Nesello, também sócio-fundador, acrescenta que “a instabilidade econômica torna o mercado brasileiro mais estratégico, atraindo investidores com visão de longo prazo”.

Ronaldo Rodrigues destaca que em empresas com grande potencial de crescimento futuro, o chamado “growth options”, o prêmio pago em aquisições pode alcançar 19%, mesmo em momentos de instabilidade.

A Zaxo, que já concluiu mais de R$ 7,5 bilhões em transações e projeta ultrapassar R$ 600 milhões em 2025, atua tanto na intermediação quanto na antecipação de tendências, focando em clientes nacionais e internacionais.

Bandeiras dos Estados Unidos e da China; guerra tarifária impacta mercado de fusões e aquisições.

Por REDAÇÃO | redacao@economiareal.com.br

A guerra tarifária entre Estados Unidos e China tem ampliado a incerteza econômica e pode reduzir em até 4% o volume de transações de fusões e aquisições (M&A) nos próximos 12 meses, segundo dados obtidos com exclusividade pelo Economia Real. O levantamento da boutique de M&A Zaxo aponta uma queda de até 7% no valor total dessas operações.

"Intervenções tarifárias comprometem a previsibilidade do ambiente econômico. Essa instabilidade era esperada diante da escalada na guerra tarifária", explicam Leonardo Grisotto e Jefferson Nesello, sócios-fundadores e diretores da Zaxo responsáveis pela análise.

As medidas protecionistas dos Estados Unidos e as retaliações da China criaram um ambiente de imprevisibilidade econômica global. A análise se baseia nos estudos do economista Frank Knight (1885–1972), conhecido por distinguir risco e incerteza nos modelos econômicos.

"O risco envolve eventos com probabilidade mensurável, como o lançamento de uma moeda. Já a incerteza ocorre quando não há como calcular probabilidades com precisão", detalham os diretores.

A incerteza econômica afeta tanto indicadores macroeconômicos, como o crescimento do PIB, quanto questões microeconômicas, como o desempenho individual de empresas. Eventos não econômicos, como guerras e mudanças climáticas, também contribuem para esse cenário volátil.

O mercado de M&A é particularmente vulnerável a essas incertezas, já que depende da projeção de fluxos de caixa futuros e do cálculo de sinergias entre companhias. "É uma decisão de investimento que requer confiança no cenário à frente", comentam.

Segundo a Zaxo, o índice Economic Policy Uncertainty, que mede o nível de incerteza sobre políticas econômicas, atingiu nas últimas semanas níveis comparáveis aos registrados durante a pandemia de Covid-19.

"Caso esse cenário se prolongue, podemos ver uma retração temporária nas operações de M&A, com adiamentos de cronogramas e renegociações de acordos", destacam os diretores.  

Guerra tarifária está no "pause”

Na semana passada, Estados Unidos e China concordaram em reduzir temporariamente as tarifas recíprocas por 90 dias. Produtos chineses vendidos em solo americano estão atualmente sujeitos a uma taxação de 30%, ante os 145% impostos anteriormente pelo governo de Donald Trump.

Do outro lado do mundo, produtos americanos que entram na China enfrentam uma tarifa de 10%, bem abaixo dos 125% aplicados anteriormente. Graças a esse acordo, a guerra tarifária encontra-se temporariamente contornada até agosto. O que acontecerá depois ainda é incerto.

Mesmo diante da instabilidade, a Zaxo acredita em uma retomada gradual, à medida que o mercado assimile os novos patamares tarifários. "É fundamental enxergar além dos riscos imediatos e identificar as oportunidades de longo prazo", ressaltam os especialistas.

Para negociações já em fase final, os consultores recomendam uma reavaliação estratégica. No médio prazo, o cenário pode abrir boas janelas de aquisição.

É preciso verificar se as novas tarifas alteram as sinergias projetadas e revisar as premissas do negócio", orientam.

"Empresas que pretendem investir nos próximos 12 a 24 meses devem aproveitar para sondar o mercado, se aproximar de alvos e encontrar ativos valiosos. A incerteza é parte da economia, e a competitividade segue essencial, mesmo em tempos turbulentos", concluem os executivos.

Operações minguaram, mas busca por oportunidades em alimentos e bebidas mantêm empresas bem posicionadas atentas. Zaxo estima movimentações de R$ 600 milhões em 2025

Nos setores varejista e industrial de alimentos e bebidas, as fusões e aquisições (M&A) seguem com algum vigor, se comparado ao marasmo no exterior desencadeado pela guerra tarifária entre Estados Unidos e China. Em um ambiente de consumo em constante mudança, empresas bem posicionadas podem manter estratégias de consolidação para garantir vantagens competitivas e diversificação de portfólios.

A expectativa é da movimentação de R$ 600 milhões a longo de 2025, com M&As no setor de alimentos e bebidas, aponta Ronaldo Rodrigues, da Zaxo M&A Partners. Ele analisou a curva de mais de 20 mil transações entre 1990 e 2023, em 18 países. A conclusão é foi que a incerteza econômica pode reduzir em quase 7% o valor das aquisições, de acordo com a lógica de comprar na baixa. No entanto, a presença de opções de crescimento na empresa alvo moderam este efeito reduzindo-o para quase 1%. Além disso, a cada 1% pode ocorrer uma elevação de 16% no enterprise value, o valor de uma empresa incluindo capitalização de mercado, dívidas e caixa.

Essa constatação pode demonstrar que investimentos estratégicos podem compensar os riscos do cenário incerteza. No Brasil não deve seria tão diferente. Assim, esse tipo de movimento pode perder força, mas sem cair na estagnação. Em janeiro, antes do tarifaço, a JBS adquiriu 48,5% de participação da Mantiqueira Alimentos, líder na produção de ovos no país, por R$ 1,9 bilhão. Essa operação marcou a entrada da processadora de carnes no setor de ovos, adicionando aproximadamente 4 bilhões de unidades anuais ao seu portfólio.

Neste mesmo ciclo, em novembro de 2024, o empresário brasileiro Ricardo Faria comprou a produtora espanhola de ovos Dagu por € 120 milhões (R$ 756 milhões). A transação posicionou o Hevo Group, de Faria, como o segundo maior produtor de ovos na Espanha, com uma produção anual de 80 milhões de dúzias.

Nada que se compare aos R$ 7,5 bilhões que o Carrefour colocou para adquirir o Big Brasil por R$ 7,5 bilhões, em 2022, e o R$ 1,95 bilhão para as lojas da rede Makro para ampliar sua presença nas regiões Nordeste e Sul e fortalecer o atacarejo.

Rodrigues considera que o cenário exige tomadas de decisão mais rápidas, especialmente em setores altamente competitivos, como em alimentos e bebidas. “O que parece ser risco para muitos, para os estrategistas pode ser uma vantagem competitiva. No Brasil, esse fenômeno é ainda mais evidente, pois o mercado se torna mais atrativo para investidores que enxergam oportunidades mesmo em meio à instabilidade”, afirma.

Diretor da Zaxo, Jefferson Nesello destaca que “investidores mais arrojados podem conseguir negociar prêmios atrativos e, ao mesmo tempo, capturar valor futuro nesse setor tão promissor”. Ainda mais com o avanço de foodtechs, demandas por sustentabilidade, saudabilidade e pressões pela digitalização e eficiência logística, que podem exigir mesmo de quem controle marcas e produtos de grande sucesso.

Com o apoio da Zaxo, Ronaldo Rodrigues, senior associate da empresa, desenvolveu uma pesquisa que revela o impacto da incerteza econômica no mercado de Fusões e Aquisições (M&A)

O mercado global de Fusões e Aquisições (M&A) é, por essência, uma engrenagem estratégica que movimenta trilhões de dólares e redefine setores inteiros. Contudo, sua dinâmica financeira não é uniforme, sendo profundamente influenciada por fatores como a incerteza sobre a condução da política econômica (EPU), que tem propensão em influenciar decisões de investidores e das empresas.

Assim, Ronaldo Rodrigues, senior associate da Zaxo, boutique de M&A (Mergers and Acquisitions) especializada em assessorar investidores e empresas em processos de Fusões e Aquisições, decidiu investigar esse cenário e realizou um estudo abrangente de como a incerteza da política econômica influencia a atividade de Fusões & Aquisições em diferentes setores competitivos.

Ronaldo Rodrigues, analista de M&A da Zaxo Group

Rodrigues explica que após analisar mais de 20 mil transações realizadas entre 1990 e 2023, nos 18 países com maior capitalização de mercado no mundo, o estudo revelou algo fascinante: a incerteza econômica, ao mesmo tempo em que causa fricções no mercado, pode gerar oportunidades em processos de M&A. “No Brasil, não é diferente. O país se destaca como um dos mercados mais promissores e desafiadores da América Latina nesse aspecto”, comenta.

Para Jefferson Nesello, sócio-fundador e diretor da Zaxo, o Brasil não é apenas mais um país emergente; é uma arena onde incertezas políticas frequentemente testam a coragem dos investidores. Mas é exatamente nesse cenário que brilham as melhores oportunidades. “Em momentos de instabilidade, o mercado brasileiro se torna ainda mais estratégico. É quando investidores mais arrojados conseguem negociar prêmios atrativos e, ao mesmo tempo, capturar valor futuro em setores promissores”, observa.

Leonardo Grisotto, também sócio-fundador e diretor da Zaxo, complementa: “Em mercados como o brasileiro, a incerteza frequentemente cria uma janela estratégica para negociações vantajosas. Empresas bem preparadas conseguem transformar esses momentos em oportunidades, especialmente em setores altamente competitivos”.

A pesquisa faz parte da tese de doutoramento de Ronaldo realizada no Programa de Pós-Graduação em Contabilidade da Universidade Federal do Paraná. Para o doutor Cláudio Marcelo Edwars, professor do departamento de Contabilidade da instituição e orientador do estudo, “a pesquisa aponta como a análise aprofundada de dados financeiros mostra como agentes econômicos decidem em cenário de incerteza no mercado de M&A”.

Incertezas movimentam M&A

O estudo apontou que a incerteza econômica exerce um efeito direto no Enterprise Value das aquisições, reduzindo-o em cerca de 6,7% ao ano na média geral. Entretanto, esse resultado pode ser amenizado pelas oportunidades de crescimento dos ativos adquiridos. Para as empresas que possuem maiores opções de crescimento (growth options) o impacto da incerteza da Política Econômica não chega a 1%. Isso demonstra que as oportunidades de crescimento presentes nos ativos são vistas como catalisadoras de valor e reduzem o impacto da incerteza na precificação.

Ao considerar o efeito das oportunidades de crescimento direto no Enterprise Value, para cada 1% de nas growth options em cenário de incerteza,  ocorre um aumento de aproximadamente 16% no valor do negócio, significando aumento no prêmio pago nas aquisições em cenários de elevada incerteza econômica.

Essa análise combinada dos fatores, indica que ao mesmo tempo que a incerteza reduz o valor dos negócios, há um aumento no prêmio pago nas aquisições. Rodrigues ainda explica que “em mercados mais competitivos, o efeito das oportunidades de crescimento é mais pronunciado, pois as empresas agem rapidamente devido ao nível de competitividade. Nestes mercados o prêmio pode chegar a 19%. Isso faz com que a incerteza econômica, ao invés de ser apenas um risco, seja percebida como uma oportunidade de criar valor por meio de aquisições estratégicas. Essa dinâmica tem impulsionado negócios importantes no Brasil e no exterior.”

Em tempos de incerteza econômica, contar com profissionais especializados na análise desses fatores se torna essencial para as transações. Segundo Rodrigues, “é nos momentos de maior complexidade que surgem as melhores oportunidades”. “Nosso trabalho é ajudar empresas a enxergarem além do óbvio, transformando incertezas em decisões estratégicas que geram valor duradouro”, afirma.

Ele ainda conclui: “Se há uma lição que aprendemos com o mercado global de M&A ao longo das últimas três décadas, é que a resiliência e a adaptabilidade são os maiores ativos. E, no Brasil, essas qualidades são essenciais para transformar o que muitos veem como risco em vantagem competitiva”.

Sobre a ZAXO

Com um histórico de mais de 120 projetos realizados e aproximadamente R$ 7,5 bi em transações concluídas, a Zaxo bateu seu recorde de deals em 2024, e projeta  superar R$ 600 milhões em valores transacionados em 2025, consolidando sua posição de  referência no mercado de M&A para o segmento de Middle Market no Brasil. A boutique  atua em setores estratégicos como saúde, tecnologia, energia, agronegócio, logística, educação, financeiro e serviços, entre outros, não apenas assessorando, mas também antecipando tendências e desenhando estratégias personalizadas para seus clientes, seja no buy-side (aquisição) ou no sell-side (venda), ou ainda em joint ventures.

Mais informações, acesse: https://www.zaxogroup.com/

Sobre o autor

Ronaldo possui experiência em análise financeira e avaliação de empresas de diversos setores, tendo já participado em +20 projetos de Fusões & Aquisições (Sell-side/Buy-side) e Gestão Estratégica que somam +R$2bi em valor agregado. Formado em Contabilidade (CRC SC-046714/O), possui doutorado em Contabilidade com ênfase em Contabilidade Financeira & Finanças pela Universidade Federal do Paraná.

https://www.linkedin.com/in/ronaldosarodrigues

https://www.linkedin.com/in/ronaldosarodrigues

Transformação digital, competitividade e inovação. Esses são alguns dos principais motores que impulsionam o mercado de Fusões e Aquisições (M&A) no setor de alimentos e bebidas. Em um ambiente de consumo em constante mudança, onde novas tendências, desafios regulatórios e a busca por eficiência ditam o ritmo dos negócios, empresas recorrem a estratégias de consolidação para crescer, diversificar portfólios e garantir vantagem competitiva.

No Brasil, o varejo alimentar registrou um grande aumento nas transações de M&A. Segundo estudos, em 2022, houve um crescimento de 30% em relação ao ano anterior, marcando o terceiro ano consecutivo de alta e acumulando um incremento de 116% comparado ao período pré-pandemia de 2019. Esse movimento é impulsionado por fundos de private equity interessados em consolidar o setor e pela expansão agressiva de grandes redes.

O Grupo Carrefour, por exemplo, adquiriu o Grupo BIG Brasil por R$ 7,5 bilhões e as lojas da rede Makro por R$ 1,95 bilhão, visando ampliar sua presença nas regiões Nordeste e Sul e fortalecer o modelo de atacarejo.

Em janeiro de 2025, a JBS, uma das maiores processadoras de carne do mundo, adquiriu uma participação de 48,5% na Mantiqueira Alimentos, líder na produção de ovos no Brasil, por R$ 1,9 bilhão. Essa aquisição marca a entrada da JBS no setor de ovos, adicionando aproximadamente 4 bilhões de unidades anuais ao seu portfólio.

Além disso, em novembro de 2024, o empresário brasileiro Ricardo Faria comprou a produtora espanhola de ovos DAGU por €120 milhões. Essa transação posicionou o Hevo Group, pertencente a Faria, como o segundo maior produtor de ovos na Espanha, com uma produção anual de 80 milhões de dúzias.

Esse movimento ilustra como, mesmo em cenários desafiadores, empresas encontram oportunidades para expandir e se fortalecer no mercado.

Incertezas políticas e econômicas influenciam transações

Contudo, a incerteza política e econômica, muitas vezes vista como um obstáculo para investimentos, pode, paradoxalmente, atuar como um catalisador para aquisições.  Segundo um estudo conduzido por Ronaldo Rodrigues, Senior Associate na Zaxo M&A Partners, a instabilidade do cenário econômico impulsiona empresas a tomarem decisões mais rápidas, especialmente em setores altamente competitivos, onde a necessidade de capturar oportunidades estratégicas antes dos concorrentes se torna essencial.

“O que parece ser risco para muitos, para os estrategistas pode ser uma vantagem competitiva. No Brasil, esse fenômeno é ainda mais evidente, pois o mercado se torna mais atrativo para investidores que enxergam oportunidades mesmo em meio à instabilidade”, afirma Rodrigues.

Rodrigues explica que, após analisar mais de 20 mil transações realizadas entre 1990 e 2023, em 18 países, o estudo revelou que o que parece ser risco, pode ser capturado como uma vantagem competitiva. No Brasil, não é diferente. O país se destaca como um dos mercados mais promissores e desafiadores da América Latina nesse aspecto.

O estudo revelou ainda que a incerteza econômica pode reduzir em cerca de 6,7% o valor das aquisições. No entanto, a presença de Opções de Crescimento na empresa alvo moderam este efeito reduzindo-o para quase 1%. Além disso, a cada 1% de aumento nessas opções, ocorre uma elevação de 16% no Enterprise Value, demonstrando que investimentos estratégicos podem compensar os riscos inerentes a um cenário de incerteza.

No setor de alimentos e bebidas, os dados do estudo mostram que ele se mantém entre os dez mais ativos desde 1990, registrando inúmeras transações e consolidando-se como um dos segmentos mais ativos no mercado de M&A.

Foodtechs

Nos últimos anos, o setor de alimentos e bebidas tem passado por uma onda de consolidação, impulsionada por fatores como o avanço de startups foodtech, novas demandas por sustentabilidade e saudabilidade e a pressão para digitalização e eficiência logística. Grandes players estão adquirindo marcas inovadoras para expandir seus portfólios e atender a consumidores que buscam produtos mais naturais, orgânicos e sustentáveis.

Jefferson Nesello, sócio-fundador e diretor da Zaxo, destaca que “em momentos de instabilidade, o mercado brasileiro se torna ainda mais estratégico. Os investidores mais arrojados conseguem negociar prêmios atrativos e, ao mesmo tempo, capturar valor futuro em setores promissores como o de alimentos e bebidas”.

Para Leonardo Grisotto, também sócio da Zaxo, essas operações demonstram como empresas bem preparadas conseguem transformar momentos de incerteza em oportunidades. “A capacidade de antecipar movimentos do mercado e agir rapidamente é importante para o sucesso no setor de M&A, especialmente em segmentos onde a concorrência é intensa”, enfatiza.

Perspectivas para 2025

O mercado de M&A no setor de alimentos e bebidas deve continuar aquecido em 2025, impulsionado pela busca por eficiência operacional, inovação e sustentabilidade. A digitalização das cadeias produtivas, a adoção de tecnologias para redução de desperdícios e o fortalecimento de marcas voltadas ao bem-estar do consumidor estão entre os principais fatores de atração de investimentos.

Assim, contar com especialistas em fusões e aquisições torna-se fundamental para empresas que desejam maximizar seu valor e se posicionar estrategicamente no mercado. “Nosso papel é auxiliar as companhias a enxergarem além do óbvio e a transformarem incertezas em decisões estratégicas que geram valor duradouro”, afirma.

“Com um pipeline robusto para este ano, que deve superar R$ 600 milhões, a Zaxo Group se consolida como uma referência no mercado de M&A no Brasil, assessorando empresas de diversos setores, incluindo alimentos e bebidas, a navegarem com segurança e assertividade no dinâmico mundo das fusões e aquisições”, conclui.

O setor de educação no Brasil tem vivenciado uma onda crescente de fusões e aquisições (M&A), tudo por conta da digitalização do ensino, da demanda por inovação e das mudanças no cenário econômico. Segundo a KPMG, o número de transações no setor aumentou 400% no segundo trimestre de 2024, em comparação ao mesmo período de 2023, passando de apenas 2 para 8 operações, refletindo um movimento estratégico de consolidação no ensino superior e na educação básica.

O mais interessante é que, mesmo diante do cenário de incerteza econômica, as características de competitividade influenciam diretamente a precificação dessas operações, abrindo espaço portanto para oportunidades de negócios estratégicos. Um estudo conduzido por Ronaldo Rodrigues, senior associate da Zaxo, boutique especializada em M&A, destacou a questão. “A incerteza econômica pode parecer um entrave, mas, na verdade, abre espaço para investidores estratégicos expandirem suas operações e aumentarem a competitividade. No setor de educação, temos visto grupos buscando aquisições não apenas para crescer em tamanho, mas para diversificar suas ofertas e atingir novos mercados”, explica.

Ronaldo Rodrigues, senior associate da Zaxo

O Grupo Positivo, por exemplo, adquiriu recentemente o Colégio St. James, enquanto o grupo internacional Cognita expandiu sua atuação no Brasil com a compra do Colégio Maxi, NeoDNA e NewMed. No ensino superior, a Kroton (atual Cogna) e a Yduqs (ex-Estácio) protagonizaram algumas das maiores transações do setor. Além de outros movimentos, tais como a aquisição do Colégio Maxi pela Guisto, compra da escola Mobile pela Nord Anglia, Colégio Pequeno Príncipe pela Rede Inspira, Colégio Ábaco pelo Grupo Salta, entre outros.

A pesquisa de Rodrigues analisou mais de 20 mil transações entre 1990 e 2023, em 18 países, e revelou que a incerteza econômica pode reduzir o Enterprise Value das aquisições em 6,7% ao ano, em média. No entanto, empresas que possuem maiores oportunidades de crescimento (growth options) conseguem minimizar esse impacto para menos de 1%.

Essa análise combinada dos fatores indica que, ao mesmo tempo em que a incerteza reduz o valor dos negócios, há um aumento no prêmio pago nas aquisições, que em alguns casos pode chegar a 19%, mesmo em cenários de incerteza. Rodrigues explica que, no setor educacional, esse efeito é ainda mais evidente, pois instituições bem posicionadas e com diferenciais competitivos tornam-se alvos estratégicos. “Em mercados mais competitivos, como o da educação, o impacto das oportunidades de crescimento é ainda mais expressivo. Escolas e universidades que conseguem inovar e expandir rapidamente atraem investidores dispostos a pagar prêmios mais altos”, destaca.

Além disso, a pesquisa evidenciou que nos últimos 20 anos as aquisições realizadas no setor de educação foram majoritariamente realizadas por outros setores. “Desde 1997 até 2023 cerca de 53% das aquisições que foram divulgadas, foram realizadas por empresas que operam em setores diferente do educacional, sendo aproximadamente ⅓ pertencentes ao setor financeiro, mostrando que nos últimos anos o setor foi alvo de consolidação e também de diversificação dos adquirentes”. 

Portanto, a incerteza econômica, em vez de ser apenas um risco, é também uma oportunidade de criar valor por meio de aquisições. “O crescimento da digitalização do ensino, aliado à busca por excelência acadêmica, tem impulsionado importantes transações no setor educacional, tanto no Brasil quanto no exterior”, complementa Rodrigues.

Apesar dos desafios, o cenário de M&A na educação segue promissor. “Empresas bem estruturadas estão aproveitando o momento para negociar condições vantajosas e capturar valor futuro no setor. Com a digitalização do ensino e o crescimento do ensino híbrido, muitas instituições estão buscando fusões estratégicas para ganhar escala e eficiência operacional”, comenta Leonardo Grisotto, sócio-fundador da Zaxo.

Rodrigues acrescenta que o Brasil, historicamente marcado por oscilações econômicas e políticas, é um terreno fértil para investidores com visão de longo prazo. “Se há algo que aprendemos com o mercado de M&A ao longo das últimas décadas, é que os períodos de incerteza frequentemente criam oportunidades. No setor de educação, isso é ainda mais evidente, pois a demanda por ensino de qualidade segue forte, independentemente do cenário macroeconômico”, finaliza.

O setor de educação no Brasil tem vivenciado uma onda crescente de fusões e aquisições (M&A), tudo por conta da digitalização do ensino, da demanda por inovação e das mudanças no cenário econômico.

Segundo a KPMG, o número de transações no setor aumentou 400% no segundo trimestre de 2024, em comparação ao mesmo período de 2023, passando de apenas 2 para 8 operações, refletindo um movimento estratégico de consolidação no ensino superior e na educação básica.

O mais interessante é que, mesmo diante do cenário de incerteza econômica, as características de competitividade influenciam diretamente a precificação dessas operações, abrindo espaço portanto para oportunidades de negócios estratégicos.

Um estudo conduzido por Ronaldo Rodrigues, senior associate da Zaxo, boutique especializada em M&A, destacou a questão.

“A incerteza econômica pode parecer um entrave, mas, na verdade, abre espaço para investidores estratégicos expandirem suas operações e aumentarem a competitividade. No setor de educação, temos visto grupos buscando aquisições não apenas para crescer em tamanho, mas para diversificar suas ofertas e atingir novos mercados”, explica.

O Grupo Positivo, por exemplo, adquiriu recentemente o Colégio St. James, enquanto o grupo internacional Cognita expandiu sua atuação no Brasil com a compra do Colégio Maxi, NeoDNA e NewMed.

No ensino superior, a Kroton (atual Cogna) e a Yduqs (ex-Estácio) protagonizaram algumas das maiores transações do setor. 

Além de outros movimentos, tais como a aquisição do Colégio Maxi pela Guisto, compra da escola Mobile pela Nord Anglia, Colégio Pequeno Príncipe pela Rede Inspira, Colégio Ábaco pelo Grupo Salta, entre outros.

A pesquisa de Rodrigues analisou mais de 20 mil transações entre 1990 e 2023, em 18 países, e revelou que a incerteza econômica pode reduzir o Enterprise Value das aquisições em 6,7% ao ano, em média.

No entanto, empresas que possuem maiores oportunidades de crescimento (growth options) conseguem minimizar esse impacto para menos de 1%.

Essa análise combinada dos fatores indica que, ao mesmo tempo em que a incerteza reduz o valor dos negócios, há um aumento no prêmio pago nas aquisições, que em alguns casos pode chegar a 19%, mesmo em cenários de incerteza.

Rodrigues explica que, no setor educacional, esse efeito é ainda mais evidente, pois instituições bem posicionadas e com diferenciais competitivos tornam-se alvos estratégicos.

“Em mercados mais competitivos, como o da educação, o impacto das oportunidades de crescimento é ainda mais expressivo. Escolas e universidades que conseguem inovar e expandir rapidamente atraem investidores dispostos a pagar prêmios mais altos”, destaca.

Além disso, a pesquisa evidenciou que nos últimos 20 anos as aquisições realizadas no setor de educação foram majoritariamente realizadas por outros setores.

“Desde 1997 até 2023 cerca de 53% das aquisições que foram divulgadas, foram realizadas por empresas que operam em setores diferente do educacional, sendo aproximadamente ⅓ pertencentes ao setor financeiro, mostrando que nos últimos anos o setor foi alvo de consolidação e também de diversificação dos adquirentes”. 

Portanto, a incerteza econômica, em vez de ser apenas um risco, é também uma oportunidade de criar valor por meio de aquisições. 

“O crescimento da digitalização do ensino, aliado à busca por excelência acadêmica, tem impulsionado importantes transações no setor educacional, tanto no Brasil quanto no exterior”, complementa Rodrigues.

Apesar dos desafios, o cenário de M&A na educação segue promissor.

“Empresas bem estruturadas estão aproveitando o momento para negociar condições vantajosas e capturar valor futuro no setor. Com a digitalização do ensino e o crescimento do ensino híbrido, muitas instituições estão buscando fusões estratégicas para ganhar escala e eficiência operacional”, comenta Leonardo Grisotto, sócio-fundador da Zaxo.

Rodrigues acrescenta que o Brasil, historicamente marcado por oscilações econômicas e políticas, é um terreno fértil para investidores com visão de longo prazo.

“Se há algo que aprendemos com o mercado de M&A ao longo das últimas décadas, é que os períodos de incerteza frequentemente criam oportunidades. No setor de educação, isso é ainda mais evidente, pois a demanda por ensino de qualidade segue forte, independentemente do cenário macroeconômico”, finaliza.

Com o apoio da Zaxo, Ronaldo Rodrigues, senior associate da empresa, conduziu uma pesquisa que analisa o impacto da incerteza econômica nas fusões e aquisições

O setor de educação no Brasil tem vivenciado uma onda crescente de fusões e aquisições (M&A), tudo por conta da digitalização do ensino, da demanda por inovação e das mudanças no cenário econômico. Segundo a KPMG, o número de transações no setor aumentou 400% no segundo trimestre de 2024, em comparação ao mesmo período de 2023, passando de apenas 2 para 8 operações, refletindo um movimento estratégico de consolidação no ensino superior e na educação básica.

O mais interessante é que, mesmo diante do cenário de incerteza econômica, as características de competitividade influenciam diretamente a precificação dessas operações, abrindo espaço portanto para oportunidades de negócios estratégicos. Um estudo conduzido por Ronaldo Rodrigues, senior associate da Zaxo, boutique especializada em M&A, destacou a questão. “A incerteza econômica pode parecer um entrave, mas, na verdade, abre espaço para investidores estratégicos expandirem suas operações e aumentarem a competitividade. No setor de educação, temos visto grupos buscando aquisições não apenas para crescer em tamanho, mas para diversificar suas ofertas e atingir novos mercados”, explica.

Ronaldo Rodrigues, senior associate da Zaxo

O Grupo Positivo, por exemplo, adquiriu recentemente o Colégio St. James, enquanto o grupo internacional Cognita expandiu sua atuação no Brasil com a compra do Colégio Maxi, NeoDNA e NewMed. No ensino superior, a Kroton (atual Cogna) e a Yduqs (ex-Estácio) protagonizaram algumas das maiores transações do setor. Além de outros movimentos, tais como a aquisição do Colégio Maxi pela Guisto, compra da escola Mobile pela Nord Anglia, Colégio Pequeno Príncipe pela Rede Inspira, Colégio Ábaco pelo Grupo Salta, entre outros.

A pesquisa de Rodrigues analisou mais de 20 mil transações entre 1990 e 2023, em 18 países, e revelou que a incerteza econômica pode reduzir o Enterprise Value das aquisições em 6,7% ao ano, em média. No entanto, empresas que possuem maiores oportunidades de crescimento (growth options) conseguem minimizar esse impacto para menos de 1%.

Essa análise combinada dos fatores indica que, ao mesmo tempo em que a incerteza reduz o valor dos negócios, há um aumento no prêmio pago nas aquisições, que em alguns casos pode chegar a 19%, mesmo em cenários de incerteza. Rodrigues explica que, no setor educacional, esse efeito é ainda mais evidente, pois instituições bem posicionadas e com diferenciais competitivos tornam-se alvos estratégicos. “Em mercados mais competitivos, como o da educação, o impacto das oportunidades de crescimento é ainda mais expressivo. Escolas e universidades que conseguem inovar e expandir rapidamente atraem investidores dispostos a pagar prêmios mais altos”, destaca.

Além disso, a pesquisa evidenciou que nos últimos 20 anos as aquisições realizadas no setor de educação foram majoritariamente realizadas por outros setores. “Desde 1997 até 2023 cerca de 53% das aquisições que foram divulgadas, foram realizadas por empresas que operam em setores diferente do educacional, sendo aproximadamente ⅓ pertencentes ao setor financeiro, mostrando que nos últimos anos o setor foi alvo de consolidação e também de diversificação dos adquirentes”. 

Portanto, a incerteza econômica, em vez de ser apenas um risco, é também uma oportunidade de criar valor por meio de aquisições. “O crescimento da digitalização do ensino, aliado à busca por excelência acadêmica, tem impulsionado importantes transações no setor educacional, tanto no Brasil quanto no exterior”, complementa Rodrigues.

Apesar dos desafios, o cenário de M&A na educação segue promissor. “Empresas bem estruturadas estão aproveitando o momento para negociar condições vantajosas e capturar valor futuro no setor. Com a digitalização do ensino e o crescimento do ensino híbrido, muitas instituições estão buscando fusões estratégicas para ganhar escala e eficiência operacional”, comenta Leonardo Grisotto, sócio-fundador da Zaxo.

Rodrigues acrescenta que o Brasil, historicamente marcado por oscilações econômicas e políticas, é um terreno fértil para investidores com visão de longo prazo. “Se há algo que aprendemos com o mercado de M&A ao longo das últimas décadas, é que os períodos de incerteza frequentemente criam oportunidades. No setor de educação, isso é ainda mais evidente, pois a demanda por ensino de qualidade segue forte, independentemente do cenário macroeconômico”, finaliza.

Mais informações: https://www.zaxogroup.com/

O prêmio em aquisições de empresas do setor de educação pode chegar a 19% em cenários de incerteza econômica, é o que aponta levantamento da boutique de M&A Zaxo. A pesquisa analisou mais de 20 mil transações entre 1990 e 2023, em 18 países, e revelou que a incerteza econômica pode reduzir o Enterprise Value das aquisições em 6,7% ao ano, em média. No entanto, empresas que possuem maiores oportunidades de crescimento conseguem minimizar esse impacto para menos de 1%. “Em mercados mais competitivos, como o da educação, o impacto das oportunidades de crescimento é ainda mais expressivo. Escolas e universidades que conseguem inovar e expandir rapidamente atraem investidores dispostos a pagar prêmios mais altos”, diz Ronaldo Rodrigues, senior associate da Zaxo.

Segundo a KPMG, o número de transações no setor aumentou 400% no segundo trimestre de 2024, em comparação ao mesmo período de 2023, passando de apenas 2 para 8 operações. “A incerteza econômica pode parecer um entrave, mas, na verdade, abre espaço para investidores estratégicos expandirem suas operações e aumentarem a competitividade. No setor de educação, temos visto grupos buscando aquisições não apenas para crescer em tamanho, mas para diversificar suas ofertas e atingir novos mercados”, explica Rodrigues.

O Grupo Positivo, por exemplo, adquiriu recentemente o Colégio St. James, enquanto o grupo internacional Cognita expandiu sua atuação no Brasil com a compra do Colégio Maxi, NeoDNA e NewMed. No ensino superior, a Kroton (atual Cogna) e a Yduqs (ex-Estácio) protagonizaram algumas das maiores transações do setor. Além de outros movimentos, como a aquisição do Colégio Maxi pela Guisto, compra da escola Mobile pela Nord Anglia, Colégio Pequeno Príncipe pela Rede Inspira, Colégio Ábaco pelo Grupo Salta e outros.

Leia mais em: https://veja.abril.com.br/coluna/radar-economico/premio-em-aquisicoes-de-empresas-de-educacao-pode-chegar-a-19

Pesquisa revela o impacto da incerteza econômica no mercado de Fusões e Aquisições (M&A)

O mercado global de Fusões e Aquisições (M&A) é, por essência, uma engrenagem estratégica que movimenta trilhões de dólares e redefine setores inteiros. Contudo, sua dinâmica financeira não é uniforme, sendo profundamente influenciada por fatores como a incerteza sobre a condução da política econômica (EPU), que tem propensão em influenciar decisões de investidores e das empresas.

Assim, Ronaldo Rodrigues, senior associate da Zaxo, boutique de M&A (Mergers and Acquisitions) especializada em assessorar investidores e empresas em processos de Fusões e Aquisições, decidiu investigar esse cenário e realizou um estudo abrangente de como a incerteza da política econômica influencia a atividade de Fusões & Aquisições em diferentes setores competitivos.

Rodrigues explica que após analisar mais de 20 mil transações realizadas entre 1990 e 2023, nos 18 países com maior capitalização de mercado no mundo, o estudo revelou algo fascinante: a incerteza econômica, ao mesmo tempo em que causa fricções no mercado, pode gerar oportunidades em processos de M&A. “No Brasil, não é diferente. O país se destaca como um dos mercados mais promissores e desafiadores da América Latina nesse aspecto”, comenta.

Para Jefferson Nesello, sócio-fundador e diretor da Zaxo, o Brasil não é apenas mais um país emergente; é uma arena onde incertezas políticas frequentemente testam a coragem dos investidores. Mas é exatamente nesse cenário que brilham as melhores oportunidades. “Em momentos de instabilidade, o mercado brasileiro se torna ainda mais estratégico. É quando investidores mais arrojados conseguem negociar prêmios atrativos e, ao mesmo tempo, capturar valor futuro em setores promissores”, observa.

Leonardo Grisotto, também sócio-fundador e diretor da Zaxo, complementa: “Em mercados como o brasileiro, a incerteza frequentemente cria uma janela estratégica para negociações vantajosas. Empresas bem preparadas conseguem transformar esses momentos em oportunidades, especialmente em setores altamente competitivos”.

A pesquisa faz parte da tese de doutoramento de Ronaldo realizada no Programa de Pós-Graduação em Contabilidade da Universidade Federal do Paraná. Para o doutor Cláudio Marcelo Edwars, professor do departamento de Contabilidade da instituição e orientador do estudo, “a pesquisa aponta como a análise aprofundada de dados financeiros mostra como agentes econômicos decidem em cenário de incerteza no mercado de M&A”.

Incertezas movimentam M&A

O estudo apontou que a incerteza econômica exerce um efeito direto no Enterprise Value das aquisições, reduzindo-o em cerca de 6,7% ao ano na média geral. Entretanto, esse resultado pode ser amenizado pelas oportunidades de crescimento dos ativos adquiridos. Para as empresas que possuem maiores opções de crescimento (growth options) o impacto da incerteza da Política Econômica não chega a 1%. Isso demonstra que as oportunidades de crescimento presentes nos ativos são vistas como catalisadoras de valor e reduzem o impacto da incerteza na precificação.

Ao considerar o efeito das oportunidades de crescimento direto no Enterprise Value, para cada 1% de nas growth options em cenário de incerteza,  ocorre um aumento de aproximadamente 16% no valor do negócio, significando aumento no prêmio pago nas aquisições em cenários de elevada incerteza econômica.

Essa análise combinada dos fatores, indica que ao mesmo tempo que a incerteza reduz o valor dos negócios, há um aumento no prêmio pago nas aquisições. Rodrigues ainda explica que “em mercados mais competitivos, o efeito das oportunidades de crescimento é mais pronunciado, pois as empresas agem rapidamente devido ao nível de competitividade. Nestes mercados o prêmio pode chegar a 19%. Isso faz com que a incerteza econômica, ao invés de ser apenas um risco, seja percebida como uma oportunidade de criar valor por meio de aquisições estratégicas. Essa dinâmica tem impulsionado negócios importantes no Brasil e no exterior.”

Em tempos de incerteza econômica, contar com profissionais especializados na análise desses fatores se torna essencial para as transações. Segundo Rodrigues, “é nos momentos de maior complexidade que surgem as melhores oportunidades”. “Nosso trabalho é ajudar empresas a enxergarem além do óbvio, transformando incertezas em decisões estratégicas que geram valor duradouro”, afirma.

Ele ainda conclui: “Se há uma lição que aprendemos com o mercado global de M&A ao longo das últimas três décadas, é que a resiliência e a adaptabilidade são os maiores ativos. E, no Brasil, essas qualidades são essenciais para transformar o que muitos veem como risco em vantagem competitiva”.

Com o apoio da Zaxo, Ronaldo Rodrigues, senior associate da empresa, desenvolveu uma pesquisa que revela o impacto da incerteza econômica no mercado de Fusões e Aquisições (M&A)

O mercado global de Fusões e Aquisições (M&A) é, por essência, uma engrenagem estratégica que movimenta trilhões de dólares e redefine setores inteiros. Contudo, sua dinâmica financeira não é uniforme, sendo profundamente influenciada por fatores como a incerteza sobre a condução da política econômica (EPU), que tem propensão em influenciar decisões de investidores e das empresas.

Assim, Ronaldo Rodrigues, senior associate da Zaxo, boutique de M&A (Mergers and Acquisitions) especializada em assessorar investidores e empresas em processos de Fusões e Aquisições, decidiu investigar esse cenário e realizou um estudo abrangente de como a incerteza da política econômica influencia a atividade de Fusões & Aquisições em diferentes setores competitivos.

Rodrigues explica que após analisar mais de 20 mil transações realizadas entre 1990 e 2023, nos 18 países com maior capitalização de mercado no mundo, o estudo revelou algo fascinante: a incerteza econômica, ao mesmo tempo em que causa fricções no mercado, pode gerar oportunidades em processos de M&A. “No Brasil, não é diferente. O país se destaca como um dos mercados mais promissores e desafiadores da América Latina nesse aspecto”, comenta.

Para Jefferson Nesello, sócio-fundador e diretor da Zaxo, o Brasil não é apenas mais um país emergente; é uma arena onde incertezas políticas frequentemente testam a coragem dos investidores. Mas é exatamente nesse cenário que brilham as melhores oportunidades. “Em momentos de instabilidade, o mercado brasileiro se torna ainda mais estratégico. É quando investidores mais arrojados conseguem negociar prêmios atrativos e, ao mesmo tempo, capturar valor futuro em setores promissores”, observa.

Leonardo Grisotto, também sócio-fundador e diretor da Zaxo, complementa: “Em mercados como o brasileiro, a incerteza frequentemente cria uma janela estratégica para negociações vantajosas. Empresas bem preparadas conseguem transformar esses momentos em oportunidades, especialmente em setores altamente competitivos”.

A pesquisa faz parte da tese de doutoramento de Ronaldo realizada no Programa de Pós-Graduação em Contabilidade da Universidade Federal do Paraná. Para o doutor Cláudio Marcelo Edwars, professor do departamento de Contabilidade da instituição e orientador do estudo, “a pesquisa aponta como a análise aprofundada de dados financeiros mostra como agentes econômicos decidem em cenário de incerteza no mercado de M&A”.

Incertezas movimentam M&A

O estudo apontou que a incerteza econômica exerce um efeito direto no Enterprise Value das aquisições, reduzindo-o em cerca de 6,7% ao ano na média geral. Entretanto, esse resultado pode ser amenizado pelas oportunidades de crescimento dos ativos adquiridos. Para as empresas que possuem maiores opções de crescimento (growth options) o impacto da incerteza da Política Econômica não chega a 1%. Isso demonstra que as oportunidades de crescimento presentes nos ativos são vistas como catalisadoras de valor e reduzem o impacto da incerteza na precificação.

Ao considerar o efeito das oportunidades de crescimento direto no Enterprise Value, para cada 1% de nas growth options em cenário de incerteza,  ocorre um aumento de aproximadamente 16% no valor do negócio, significando aumento no prêmio pago nas aquisições em cenários de elevada incerteza econômica.

Essa análise combinada dos fatores, indica que ao mesmo tempo que a incerteza reduz o valor dos negócios, há um aumento no prêmio pago nas aquisições. Rodrigues ainda explica que “em mercados mais competitivos, o efeito das oportunidades de crescimento é mais pronunciado, pois as empresas agem rapidamente devido ao nível de competitividade. Nestes mercados o prêmio pode chegar a 19%. Isso faz com que a incerteza econômica, ao invés de ser apenas um risco, seja percebida como uma oportunidade de criar valor por meio de aquisições estratégicas. Essa dinâmica tem impulsionado negócios importantes no Brasil e no exterior.”

Em tempos de incerteza econômica, contar com profissionais especializados na análise desses fatores se torna essencial para as transações. Segundo Rodrigues, “é nos momentos de maior complexidade que surgem as melhores oportunidades”. “Nosso trabalho é ajudar empresas a enxergarem além do óbvio, transformando incertezas em decisões estratégicas que geram valor duradouro”, afirma.

Ele ainda conclui: “Se há uma lição que aprendemos com o mercado global de M&A ao longo das últimas três décadas, é que a resiliência e a adaptabilidade são os maiores ativos. E, no Brasil, essas qualidades são essenciais para transformar o que muitos veem como risco em vantagem competitiva”.

Sobre a ZAXO

Com um histórico de mais de 120 projetos realizados e aproximadamente R$ 7,5 bi em transações concluídas, a Zaxo bateu seu recorde de deals em 2024, e projeta  superar R$ 600 milhões em valores transacionados em 2025, consolidando sua posição de  referência no mercado de M&A para o segmento de Middle Market no Brasil. A boutique  atua em setores estratégicos como saúde, tecnologia, energia, agronegócio, logística, educação, financeiro e serviços, entre outros, não apenas assessorando, mas também antecipando tendências e desenhando estratégias personalizadas para seus clientes, seja no buy-side (aquisição) ou no sell-side (venda), ou ainda em joint ventures.

Mais informações, acesse: https://www.zaxogroup.com/

Sobre o autor

Ronaldo possui experiência em análise financeira e avaliação de empresas de diversos setores, tendo já participado em +20 projetos de Fusões & Aquisições (Sell-side/Buy-side) e Gestão Estratégica que somam +R$2bi em valor agregado. Formado em Contabilidade (CRC SC-046714/O), possui doutorado em Contabilidade com ênfase em Contabilidade Financeira & Finanças pela Universidade Federal do Paraná.

https://www.linkedin.com/in/ronaldosarodrigues

Com o apoio da Zaxo, Ronaldo Rodrigues, senior associate da empresa, desenvolveu uma pesquisa que revela o impacto da incerteza econômica no mercado de Fusões e Aquisições (M&A)

O mercado global de Fusões e Aquisições (M&A) é, por essência, uma engrenagem estratégica que movimenta trilhões de dólares e redefine setores inteiros. Contudo, sua dinâmica financeira não é uniforme, sendo profundamente influenciada por fatores como a incerteza sobre a condução da política econômica (EPU), que tem propensão em influenciar decisões de investidores e das empresas.

Assim, Ronaldo Rodrigues, senior associate da Zaxo, boutique de M&A (Mergers and Acquisitions) especializada em assessorar investidores e empresas em processos de Fusões e Aquisições, decidiu investigar esse cenário e realizou um estudo abrangente de como a incerteza da política econômica influencia a atividade de Fusões & Aquisições em diferentes setores competitivos.

Ronaldo Rodrigues, analista de M&A da Zaxo Group

Rodrigues explica que após analisar mais de 20 mil transações realizadas entre 1990 e 2023, nos 18 países com maior capitalização de mercado no mundo, o estudo revelou algo fascinante: a incerteza econômica, ao mesmo tempo em que causa fricções no mercado, pode gerar oportunidades em processos de M&A. “No Brasil, não é diferente. O país se destaca como um dos mercados mais promissores e desafiadores da América Latina nesse aspecto”, comenta.

Para Jefferson Nesello, sócio-fundador e diretor da Zaxo, o Brasil não é apenas mais um país emergente; é uma arena onde incertezas políticas frequentemente testam a coragem dos investidores. Mas é exatamente nesse cenário que brilham as melhores oportunidades. “Em momentos de instabilidade, o mercado brasileiro se torna ainda mais estratégico. É quando investidores mais arrojados conseguem negociar prêmios atrativos e, ao mesmo tempo, capturar valor futuro em setores promissores”, observa.

Leonardo Grisotto, também sócio-fundador e diretor da Zaxo, complementa: “Em mercados como o brasileiro, a incerteza frequentemente cria uma janela estratégica para negociações vantajosas. Empresas bem preparadas conseguem transformar esses momentos em oportunidades, especialmente em setores altamente competitivos”.

A pesquisa faz parte da tese de doutoramento de Ronaldo realizada no Programa de Pós-Graduação em Contabilidade da Universidade Federal do Paraná. Para o doutor Cláudio Marcelo Edwars, professor do departamento de Contabilidade da instituição e orientador do estudo, “a pesquisa aponta como a análise aprofundada de dados financeiros mostra como agentes econômicos decidem em cenário de incerteza no mercado de M&A”.

Incertezas movimentam M&A

O estudo apontou que a incerteza econômica exerce um efeito direto no Enterprise Value das aquisições, reduzindo-o em cerca de 6,7% ao ano na média geral. Entretanto, esse resultado pode ser amenizado pelas oportunidades de crescimento dos ativos adquiridos. Para as empresas que possuem maiores opções de crescimento (growth options) o impacto da incerteza da Política Econômica não chega a 1%. Isso demonstra que as oportunidades de crescimento presentes nos ativos são vistas como catalisadoras de valor e reduzem o impacto da incerteza na precificação.

Ao considerar o efeito das oportunidades de crescimento direto no Enterprise Value, para cada 1% de nas growth options em cenário de incerteza,  ocorre um aumento de aproximadamente 16% no valor do negócio, significando aumento no prêmio pago nas aquisições em cenários de elevada incerteza econômica.

Essa análise combinada dos fatores, indica que ao mesmo tempo que a incerteza reduz o valor dos negócios, há um aumento no prêmio pago nas aquisições. Rodrigues ainda explica que “em mercados mais competitivos, o efeito das oportunidades de crescimento é mais pronunciado, pois as empresas agem rapidamente devido ao nível de competitividade. Nestes mercados o prêmio pode chegar a 19%. Isso faz com que a incerteza econômica, ao invés de ser apenas um risco, seja percebida como uma oportunidade de criar valor por meio de aquisições estratégicas. Essa dinâmica tem impulsionado negócios importantes no Brasil e no exterior.”

Em tempos de incerteza econômica, contar com profissionais especializados na análise desses fatores se torna essencial para as transações. Segundo Rodrigues, “é nos momentos de maior complexidade que surgem as melhores oportunidades”. “Nosso trabalho é ajudar empresas a enxergarem além do óbvio, transformando incertezas em decisões estratégicas que geram valor duradouro”, afirma.

Ele ainda conclui: “Se há uma lição que aprendemos com o mercado global de M&A ao longo das últimas três décadas, é que a resiliência e a adaptabilidade são os maiores ativos. E, no Brasil, essas qualidades são essenciais para transformar o que muitos veem como risco em vantagem competitiva”.

Sobre a ZAXO

Com um histórico de mais de 120 projetos realizados e aproximadamente R$ 7,5 bi em transações concluídas, a Zaxo bateu seu recorde de deals em 2024, e projeta  superar R$ 600 milhões em valores transacionados em 2025, consolidando sua posição de  referência no mercado de M&A para o segmento de Middle Market no Brasil. A boutique  atua em setores estratégicos como saúde, tecnologia, energia, agronegócio, logística, educação, financeiro e serviços, entre outros, não apenas assessorando, mas também antecipando tendências e desenhando estratégias personalizadas para seus clientes, seja no buy-side (aquisição) ou no sell-side (venda), ou ainda em joint ventures.

Mais informações, acesse: https://www.zaxogroup.com/

Sobre o autor

Ronaldo possui experiência em análise financeira e avaliação de empresas de diversos setores, tendo já participado em +20 projetos de Fusões & Aquisições (Sell-side/Buy-side) e Gestão Estratégica que somam +R$2bi em valor agregado. Formado em Contabilidade (CRC SC-046714/O), possui doutorado em Contabilidade com ênfase em Contabilidade Financeira & Finanças pela Universidade Federal do Paraná.

https://www.linkedin.com/in/ronaldosarodrigues

Mercado de M&A no setor de alimentos e bebidas continua aquecido

O mercado de M&A no setor de alimentos e bebidas continua aquecido. Grandes redes e investidores têm acelerado aquisições para expandir operações e diversificar portfólios.

O Carrefour, por exemplo, adquiriu o Grupo BIG Brasil por 7,5 bilhões de reais, enquanto a JBS entrou no setor de ovos ao comprar 48,5% da Mantiqueira Alimentos por 1,9 bilhão de reais. Já o empresário Ricardo Faria expandiu sua atuação internacional ao adquirir a espanhola DAGU por 120 milhões de euros.

Apesar da instabilidade econômica, o setor segue atrativo. Estudo da Zaxo M&A Partners aponta que, embora a incerteza possa reduzir em 6,7% o valor das

aquisições, empresas com forte potencial de crescimento mitigam esse impacto e aumentam seu valor de mercado. “Empresas bem preparadas conseguem transformar a volatilidade do mercado em vantagem competitiva”, destaca Leonardo Grisotto, sócio da Zaxo.

Para 2025, a expectativa é de crescimento contínuo, com mais investimentos em digitalização, eficiência e expansão de marcas voltadas ao bem-estar do consumidor.

Com o apoio da Zaxo, Ronaldo Rodrigues, senior associate da empresa, desenvolveu uma pesquisa que revela o impacto da incerteza econômica no mercado de Fusões e Aquisições (M&A) O mercado global de Fusões e Aquisições (M&A) é, por essência, uma engrenagem estratégica que movimenta trilhões de dólares e redefine setores inteiros. Contudo, sua dinâmica financeira não é uniforme, sendo profundamente influenciada por fatores como a incerteza sobre a condução da política econômica (EPU), que tem propensão em influenciar decisões de investidores e das empresas. Assim, Ronaldo Rodrigues, senior associate da Zaxo, boutique de M&A (Mergers and Acquisitions) especializada em assessorar investidores e empresas em processos de Fusões e Aquisições, decidiu investigar esse cenário e realizou um estudo abrangente de como a incerteza da política econômica influencia a atividade de Fusões & Aquisições em diferentes setores competitivos. Ronaldo Rodrigues, analista de M&A da Zaxo Group Rodrigues explica que após analisar mais de 20 mil transações realizadas entre 1990 e 2023, nos 18 países com maior capitalização de mercado no mundo, o estudo revelou algo fascinante: a incerteza econômica, ao mesmo tempo em que causa fricções no mercado, pode gerar oportunidades em processos de M&A. “No Brasil, não é diferente. O país se destaca como um dos mercados mais promissores e desafiadores da América Latina nesse aspecto”, comenta. Para Jefferson Nesello, sócio-fundador e diretor da Zaxo, o Brasil não é apenas mais um país emergente; é uma arena onde incertezas políticas frequentemente testam a coragem dos investidores. Mas é exatamente nesse cenário que brilham as melhores oportunidades. “Em momentos de instabilidade, o mercado brasileiro se torna ainda mais estratégico. É quando investidores mais arrojados conseguem negociar prêmios atrativos e, ao mesmo tempo, capturar valor futuro em setores promissores”, observa. Leonardo Grisotto, também sócio-fundador e diretor da Zaxo, complementa: “Em mercados como o brasileiro, a incerteza frequentemente cria uma janela estratégica para negociações vantajosas. Empresas bem preparadas conseguem transformar esses momentos em oportunidades, especialmente em setores altamente competitivos”. A pesquisa faz parte da tese de doutoramento de Ronaldo realizada no Programa de Pós-Graduação em Contabilidade da Universidade Federal do Paraná. Para o doutor Cláudio Marcelo Edwars, professor do departamento de Contabilidade da instituição e orientador do estudo, “a pesquisa aponta como a análise aprofundada de dados financeiros mostra como agentes econômicos decidem em cenário de incerteza no mercado de M&A”. Incertezas movimentam M&A O estudo apontou que a incerteza econômica exerce um efeito direto no Enterprise Value das aquisições, reduzindo-o em cerca de 6,7% ao ano na média geral. Entretanto, esse resultado pode ser amenizado pelas oportunidades de crescimento dos ativos adquiridos. Para as empresas que possuem maiores opções de crescimento (growth options) o impacto da incerteza da Política Econômica não chega a 1%. Isso demonstra que as oportunidades de crescimento presentes nos ativos são vistas como catalisadoras de valor e reduzem o impacto da incerteza na precificação. Ao considerar o efeito das oportunidades de crescimento direto no Enterprise Value, para cada 1% de nas growth options em cenário de incerteza, ocorre um aumento de aproximadamente 16% no valor do negócio, significando aumento no prêmio pago nas aquisições em cenários de elevada incerteza econômica. Essa análise combinada dos fatores, indica que ao mesmo tempo que a incerteza reduz o valor dos negócios, há um aumento no prêmio pago nas aquisições. Rodrigues ainda explica que “em mercados mais competitivos, o efeito das oportunidades de crescimento é mais pronunciado, pois as empresas agem rapidamente devido ao nível de competitividade. Nestes mercados o prêmio pode chegar a 19%. Isso faz com que a incerteza econômica, ao invés de ser apenas um risco, seja percebida como uma oportunidade de criar valor por meio de aquisições estratégicas. Essa dinâmica tem impulsionado negócios importantes no Brasil e no exterior.” Em tempos de incerteza econômica, contar com profissionais especializados na análise desses fatores se torna essencial para as transações. Segundo Rodrigues, “é nos momentos de maior complexidade que surgem as melhores oportunidades”. “Nosso trabalho é ajudar empresas a enxergarem além do óbvio, transformando incertezas em decisões estratégicas que geram valor duradouro”, afirma. Ele ainda conclui: “Se há uma lição que aprendemos com o mercado global de M&A ao longo das últimas três décadas, é que a resiliência e a adaptabilidade são os maiores ativos. E, no Brasil, essas qualidades são essenciais para transformar o que muitos veem como risco em vantagem competitiva”. Sobre a ZAXO Com um histórico de mais de 120 projetos realizados e aproximadamente R$ 7,5 bi em transações concluídas, a Zaxo bateu seu recorde de deals em 2024, e projeta superar R$ 600 milhões em valores transacionados em 2025, consolidando sua posição de referência no mercado de M&A para o segmento de Middle Market no Brasil. A boutique atua em setores estratégicos como saúde, tecnologia, energia, agronegócio, logística, educação, financeiro e serviços, entre outros, não apenas assessorando, mas também antecipando tendências e desenhando estratégias personalizadas para seus clientes, seja no buy-side (aquisição) ou no sell-side (venda), ou ainda em joint ventures. Mais informações, acesse: https://www.zaxogroup.com/ Sobre o autor Ronaldo possui experiência em análise financeira e avaliação de empresas de diversos setores, tendo já participado em +20 projetos de Fusões & Aquisições (Sell-side/Buy-side) e Gestão Estratégica que somam +R$2bi em valor agregado. Formado em Contabilidade (CRC SC-046714/O), possui doutorado em Contabilidade com ênfase em Contabilidade Financeira & Finanças pela Universidade Federal do Paraná. https://www.linkedin.com/in/ronaldosarodrigues/

O mercado global de Fusões e Aquisições (M&A) é, por essência, uma engrenagem estratégica que movimenta trilhões de dólares e redefine setores inteiros. Contudo, sua dinâmica financeira não é uniforme, sendo profundamente influenciada por fatores como a incerteza sobre a condução da política econômica (EPU), que tem propensão em influenciar decisões de investidores e das empresas.

Assim, Ronaldo Rodrigues, senior associate da Zaxo, boutique de M&A (Mergers and Acquisitions) decidiu investigar esse cenário e realizou um estudo abrangente de como a incerteza da política econômica influencia a atividade de Fusões & Aquisições em diferentes setores competitivos.

Rodrigues explica que após analisar mais de 20 mil transações realizadas entre 1990 e 2023, nos 18 países com maior capitalização de mercado no mundo, o estudo revelou algo fascinante: a incerteza econômica, ao mesmo tempo em que causa fricções no mercado, pode gerar oportunidades em processos de M&A. “No Brasil, não é diferente. O país se destaca como um dos mercados mais promissores e desafiadores da América Latina nesse aspecto”, comenta.

Para Jefferson Nesello, sócio-fundador e diretor da Zaxo, o Brasil não é apenas mais um país emergente; é uma arena onde incertezas políticas frequentemente testam a coragem dos investidores. Mas é exatamente nesse cenário que brilham as melhores oportunidades. “Em momentos de instabilidade, o mercado brasileiro se torna ainda mais estratégico. É quando investidores mais arrojados conseguem negociar prêmios atrativos e, ao mesmo tempo, capturar valor futuro em setores promissores”, observa.

A pesquisa faz parte da tese de doutoramento de Ronaldo realizada no Programa de Pós-Graduação em Contabilidade da Universidade Federal do Paraná. Para o doutor Cláudio Marcelo Edwars, professor do departamento de Contabilidade da instituição e orientador do estudo, “a pesquisa aponta como a análise aprofundada de dados financeiros mostra como agentes econômicos decidem em cenário de incerteza no mercado de M&A”.

Incertezas movimentam M&A

O estudo apontou que a incerteza econômica exerce um efeito direto no Enterprise Value das aquisições, reduzindo-o em cerca de 6,7% ao ano na média geral. Entretanto, esse resultado pode ser amenizado pelas oportunidades de crescimento dos ativos adquiridos. Para as empresas que possuem maiores opções de crescimento (growth options) o impacto da incerteza da Política Econômica não chega a 1%. Isso demonstra que as oportunidades de crescimento presentes nos ativos são vistas como catalisadoras de valor e reduzem o impacto da incerteza na precificação.

Ao considerar o efeito das oportunidades de crescimento direto no Enterprise Value, para cada 1% de nas growth options em cenário de incerteza, ocorre um aumento de aproximadamente 16% no valor do negócio, significando aumento no prêmio pago nas aquisições em cenários de elevada incerteza econômica.

Essa análise combinada dos fatores, indica que ao mesmo tempo que a incerteza reduz o valor dos negócios, há um aumento no prêmio pago nas aquisições. Rodrigues ainda explica que “em mercados mais competitivos, o efeito das oportunidades de crescimento é mais pronunciado, pois as empresas agem rapidamente devido ao nível de competitividade. Nestes mercados o prêmio pode chegar a 19%. Isso faz com que a incerteza econômica, ao invés de ser apenas um risco, seja percebida como uma oportunidade de criar valor por meio de aquisições estratégicas. Essa dinâmica tem impulsionado negócios importantes no Brasil e no exterior.”

Em tempos de incerteza econômica, contar com profissionais especializados na análise desses fatores se torna essencial para as transações. Segundo Rodrigues, “é nos momentos de maior complexidade que surgem as melhores oportunidades”. “Nosso trabalho é ajudar empresas a enxergarem além do óbvio, transformando incertezas em decisões estratégicas que geram valor duradouro”, afirma.

Ele ainda conclui: “Se há uma lição que aprendemos com o mercado global de M&A ao longo das últimas três décadas, é que a resiliência e a adaptabilidade são os maiores ativos. E, no Brasil, essas qualidades são essenciais para transformar o que muitos veem como risco em vantagem competitiva”.

Dois levantamentos recentes mostram que o movimento de fusões e aquisições no Brasil esteve
aquecido no último ano e que a tendência em 2025 é desse mercado seguir em expansão.
A análise é do time de especialistas da Zaxo, boutique de M&A (sigla para Mergers & Acquisitions)
que realiza assessoria customizada para organizações interessadas em adquirir outros negócios,
captar recursos com investidores ou realizar a venda integral da empresa. O cofundador e diretor
da Zaxo, Leonardo Grisotto, considera que as condições conjunturais são favoráveis à
concretização de fusões e aquisições.
Além disso, explica ele, o M&A se configura no mercado como uma ferramenta das corporações na
busca por crescimento e resultados. Ou seja, falar de fusões e aquisições é mais do que abordar
movimentos de compras e vendas de empresas; é tratar de uma verdadeira estratégia adotada
pelas organizações como ferramenta para expandir e perpetuar as atividades econômicas em que
atuam.
M&A também é uma excelente alternativa quando o assunto é a busca por inovações. Por vezes,
para incorporar soluções tecnológicas de ponta aos processos, o caminho se torna adquirir
empresas que estejam nesse estágio mais avançado. “É trazer a tecnologia, a inovação, o
conhecimento, para dentro de casa”, compara o especialista da Zaxo.
Grisotto cita os levantamentos da PwC e da KPMG, sobre o primeiro semestre de 2024, indicando o
momento importante para o setor de M&A no Brasil. O da PwC apontava um aumento de 2% no
volume de transações no primeiro semestre deste ano, em comparação com igual período do ano
passado. “É um resultado, pode-se dizer, na contramão dos resultados globais, já que a mesma
PwC apurou queda de 14% nas transações internacionais”, pontua o especialista da Zaxo.
Já o levantamento da KPMG constata que o trimestre de abril a junho últimos registrou 426
operações de M&A no país, o maior número para um trimestre dos últimos dois anos. “Com esse
desempenho, o primeiro semestre terminou com 776 transações, um incremento de 5% em relação
ao mesmo período de 2023, segundo a KPMG”, cita Grisotto.


Recursos para M&A constituem-se em um item que deve ser previsto pelas corporações, em seus
orçamentos anuais. “Setembro, outubro e novembro, principalmente, é um período em que as
empresas elaboram seus orçamentos. Notamos que a expectativa é que fusões e aquisições se
destaquem na economia brasileira em 2025”, avalia o especialista da Zaxo.

Com o Copom beirando a Selic em 15% e o Fed discutindo cortes nas taxas de juros, o cenário de
M&A para 2025 promete grandes mudanças. No Brasil, o aumento das taxas pressiona o custo de
capital, forçando empresas a buscar fusões para otimizar recursos e garantir liquidez. Nos EUA, a
expectativa de corte nas taxas pode acelerar aquisições, já que o crédito se tornará mais barato.
Tendência clara: em 2025, empresas focarão na eficiência e crescimento não orgânico, tanto para
enfrentar desafios de financiamento quanto para aproveitar oportunidades de mercado.

O mercado global de Fusões e Aquisições (M&A) movimenta trilhões de dólares, mas sua dinâmica financeira não é uniforme, sendo profundamente influenciada por fatores como a incerteza sobre a condução da política econômica (EPU), que tem propensão em influenciar decisões de investidores e das empresas. Foi com base nestas características que Ronaldo Rodrigues, senior associate da Zaxo, boutique de M&A (Mergers and Acquisitions) empresa especializada em assessorar investidores e companhias em processos de Fusões e Aquisições, decidiu investigar esse cenário de maneira global.

Rodrigues explica que após analisar mais de 20 mil transações realizadas entre 1990 e 2023, nos 18 países com maior capitalização de mercado no mundo, o estudo revelou algo fascinante: a incerteza econômica, ao mesmo tempo em que causa fricções no mercado, pode gerar oportunidades em processos de M&A. “No Brasil, não é diferente. O país se destaca como um dos mercados mais promissores e desafiadores da América Latina nesse aspecto”, comenta.

A pesquisa faz parte da tese de doutoramento de Ronaldo realizada no Programa de Pós-Graduação em Contabilidade da Universidade Federal do Paraná. Para o doutor Cláudio Marcelo Edwars, professor do departamento de Contabilidade da instituição e orientador do estudo, “a pesquisa aponta como a análise aprofundada de dados financeiros mostra como agentes econômicos decidem em cenário de incerteza no mercado de M&A”.

Para Jefferson Nesello, sócio-fundador e diretor da Zaxo, o Brasil não é apenas mais um país emergente; é uma arena onde incertezas políticas frequentemente testam a coragem dos investidores. Mas é exatamente nesse cenário que brilham as melhores oportunidades. “Em momentos de instabilidade, o mercado brasileiro se torna ainda mais estratégico. É quando investidores mais arrojados conseguem negociar prêmios atrativos e, ao mesmo tempo, capturar valor futuro em setores promissores”, observa.

Leonardo Grisotto, também sócio-fundador e diretor da Zaxo, complementa: “Em mercados como o brasileiro, a incerteza frequentemente cria uma janela estratégica para negociações vantajosas. Empresas bem preparadas conseguem transformar esses momentos em oportunidades, especialmente em setores altamente competitivos”.

Incertezas

O estudo apontou que a incerteza econômica exerce um efeito direto no Enterprise Value das aquisições, reduzindo-o em cerca de 6,7% ao ano na média geral. Entretanto, esse resultado pode ser amenizado pelas oportunidades de crescimento dos ativos adquiridos. Para as empresas que possuem maiores opções de crescimento (growth options) o impacto da incerteza da Política Econômica não chega a 1%. Isso demonstra que as oportunidades de crescimento presentes nos ativos são vistas como catalisadoras de valor e reduzem o impacto da incerteza na precificação.

Ao considerar o efeito das oportunidades de crescimento direto no Enterprise Value, para cada 1% de nas growth options em cenário de incerteza, ocorre um aumento de aproximadamente 16% no valor do negócio, significando aumento no prêmio pago nas aquisições em cenários de elevada incerteza econômica.

Essa análise combinada dos fatores, indica que ao mesmo tempo que a incerteza reduz o valor dos negócios, há um aumento no prêmio pago nas aquisições. Rodrigues ainda explica que “em mercados mais competitivos, o efeito das oportunidades de crescimento é mais pronunciado, pois as empresas agem rapidamente devido ao nível de competitividade. Nestes mercados o prêmio pode chegar a 19%. Isso faz com que a incerteza econômica, ao invés de ser apenas um risco, seja percebida como uma oportunidade de criar valor por meio de aquisições estratégicas. Essa dinâmica tem impulsionado negócios importantes no Brasil e no exterior.”

Segundo Rodrigues, “é nos momentos de maior complexidade que surgem as melhores oportunidades”. “Nosso trabalho é ajudar empresas a enxergarem além do óbvio, transformando incertezas em decisões estratégicas que geram valor duradouro”, afirma.