Relatório internacional revela US$ 230 bilhões em M&A até abril, com destaque para setores estratégicos e presença brasileira entre as operações

Mesmo com a instabilidade global, o mercado de aquisições segue aquecido

Apesar de guerras em diversas regiões, tarifas agressivas dos Estados Unidos e tensão geopolítica crescente, o mercado mundial de fusões e aquisições (M&A) não esfriou em 2025. Segundo o relatório publicado em abril pelo Institute for Mergers, Acquisitions & Alliances (IMAA), as operações de M&A somaram US$ 230 bilhões apenas nos quatro primeiros meses do ano.

Setores de tecnologia, petróleo e energia dominam o topo dos investimentos

Conforme o levantamento internacional, os setores de software, tecnologia da informação, energia e petróleo concentraram quase metade dos valores totais negociados no período. Enquanto software e TI movimentaram US$ 74,3 bilhões em 805 transações, o setor de energia e petróleo registrou US$ 40,7 bilhões em 232 negócios fechados. Esses dois setores, juntos, responderam por 50% do volume total de negociações registradas até abril de 2025. Além disso, os dados mostram que as grandes corporações continuam apostando em tecnologia e energia como pilares para expansão em 2025.

Aquisições reforçam o movimento de gigantes globais

Nesse cenário, a gigante Siemens (Alemanha) adquiriu a Dotmatics (EUA) no setor de tecnologia, o que ilustra claramente a corrida por inovação. Do mesmo modo, empresas canadenses avançaram sobre o mercado energético dos Estados Unidos: a Capital Power comprou a LS Power, enquanto a Brookfield Infrastructure levou a Colonial Pipeline. Com isso, fica evidente que, mesmo com pressões externas, a busca por ativos estratégicos continua firme entre os líderes do setor.

Consultoria brasileira entra no radar e cresce com força

Enquanto grandes corporações se movimentam globalmente, o Brasil também entrou no jogo com destaque. A Zaxo, consultoria nacional especializada em M&A, concluiu três operações em 2024: duas compras, uma venda e uma joint venture.

Leonardo Grisotto e Jefferson Nesello, diretores da empresa, explicam que a estratégia de crescimento via aquisição vem se intensificando, mesmo diante de tantas incertezas. Além disso, eles revelam que a empresa alcançou um pipeline de R$ 600 milhões em valores assessorados, o que posiciona a Zaxo entre os principais players do setor no país.

“As fusões e aquisições seguem como uma estratégia fundamental para quem deseja crescer, mesmo em tempos difíceis”, afirmou Grisotto.

Setor de consumo surpreende com o maior número de negócios

Embora os valores tenham sido mais baixos, o setor de produtos de consumo e serviços registrou o maior volume de transações no período. Foram 995 operações, que juntas somaram US$ 33,5 bilhões.

Nesse contexto, destaca-se a aquisição da Versace pela Prada, dois ícones italianos da moda de luxo. Ou seja, o setor de consumo segue relevante, mesmo quando comparado a setores de alto valor como petróleo e tecnologia.

Biotecnologia e saúde mantêm crescimento constante

Além do consumo, os segmentos de saúde, farmácia e biotecnologia também mostraram forte atividade em M&A. Esses setores totalizaram 495 transações, com US$ 35,6 bilhões movimentados entre janeiro e abril.

Entre os casos mais notórios, a Novartis (Suíça) comprou a Regulus (EUA), e a Merck (Alemanha) adquiriu a também americana SpringWorks. Com isso, observa-se que o campo da saúde continua atraente para investidores globais.

Expectativas continuam otimistas para o segundo semestre de 2025

Segundo o IMAA, mesmo com conflitos armados na Ucrânia, no Oriente Médio e na África, e apesar do protecionismo comercial dos EUA contra a China e a Europa, as fusões continuam acontecendo. Portanto, a tendência é que setores como tecnologia, energia, saúde e consumo mantenham o ritmo intenso de negociações ao longo de todo o ano. Além disso, analistas apontam que o apetite corporativo deve crescer ainda mais, caso o cenário econômico melhore no segundo semestre.

E você, acha que esse movimento vai continuar forte até o fim do ano ou que os riscos globais podem frear as negociações?

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