SETORES DE TECNOLOGIA, PETRÓLEO E ENERGIA ESTÃO LIDERANDO AS TRANSAÇÕES DE FUSÕES E AQUISIÇÕES EM 2025

O mercado de óleo e gás está sujeito aos efeitos da instabilidade no cenário internacional, mas isso não tem sido capaz de frear o ritmo de fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês) no segmento. O levantamento mais recente do Institute for Mergers, Acquisitions & Alliances (IMAA), com dados consolidados até abril de 2025, foram 232 transações, movimentando um montante de  US$ 40,7 bilhões. Na avaliação dos analistas Leonardo Grisotto e Jefferson Nesello, sócios e diretores da Zaxo,, o relatório do IMAA reforça que, mesmo diante de um panorama internacional conturbado, as grandes corporações globais continuam investindo em fusões e aquisições como uma tática estratégica. Entre os fatores que influenciam esse contexto estão os conflitos armados na Ucrânia, no Oriente Médio e na África, além da imposição de tarifas comerciais por parte dos Estados Unidos, impactando sobretudo China e Europa.

As áreas de software e tecnologia da informação, além de energia e petróleo, lideraram em volume financeiro: juntas, responderam por aproximadamente metade do montante total analisado, somando US$ 115 bilhões. O setor de software e TI registrou US$ 74,3 bilhões em 805 negócios. O relatório da IMMA destaca algumas dessas movimentações relevantes. No campo de software e TI, aparece a compra da americana Dotmatics, desenvolvedora de softwares, pela multinacional alemã Siemens. Já no setor energético, empresas canadenses adquiriram companhias dos Estados Unidos — como foi o caso da Capital Power, que comprou a LS Power, e da Brookfield Infrastructure Partners, que adquiriu a Colonial Pipeline Company.

Os especialistas da Zaxo, empresa brasileira especializada em M&A, também chamam atenção para dois outros setores relevantes: saúde e o segmento combinado de farmácia e biotecnologia. Juntos, eles somaram 495 operações, movimentando US$ 35,6 bilhões. Entre os destaques estão a aquisição da norte-americana Regulus pela suíça Novartis e a compra da também americana SpringWorks pela alemã Merck. “Os setores de saúde e biotecnologia continuam dinâmicos no cenário de M&A. Embora os valores sejam mais baixos em comparação com os de energia e tecnologia, esses segmentos envolvem empresas de alcance internacional — muitas com atuação no Brasil”, destacam Grisotto e Nesello.

A própria Zaxo sente os efeitos positivos desse maior número de fusões e aquisições. No último ano, a empresa atingiu recorde de operações — com duas transações do lado comprador (buy side), uma do lado vendedor (sell side) e uma joint venture — e atualmente tem um pipeline de R$ 600 milhões em negócios sob assessoria. “Justamente por seu peso estratégico na economia global, os setores de tecnologia e de energia seguem atraindo altos volumes de investimento em M&A”, explicam os executivos.

O documento da IMAA aponta ainda para outros destaques. O setor de produtos de consumo e serviços, por exemplo, liderou em quantidade de operações, com 995 negócios — à frente dos 885 registrados em software e TI — totalizando US$ 33,5 bilhões. “Entre essas transações está a compra da grife italiana Versace por sua conterrânea Prada”, finalizam os analistas.

Confira o panorama global de M&A segundo o IMAA:

Software e TI: US$ 74,3 bilhões – 805 transações

Energia e petróleo: US$ 40,7 bilhões – 232 transações

Produtos de consumo e serviços: US$ 33,5 bilhões – 995 transações

Saúde: US$ 24,9 bilhões – 397 transações

Química: US$ 21,9 bilhões – 161 transações

Mídia e entretenimento: US$ 16,9 bilhões – 387 transações

Farmácia e biotecnologia: US$ 11,8 bilhões – 98 transações

Inteligência artificial: US$ 3,1 bilhões – 11 transações

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