Estruturas de Transação em M&A

As transações de fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês) são complexas e requerem uma cuidadosa consideração das estruturas de transação.

Cada transação é única e exige uma abordagem personalizada para atender aos interesses das partes envolvidas.

Neste artigo, vamos explorar os tipos mais comuns de estruturas de transação em M&A, incluindo a vista, parcelado, earnout, upside sharing, mútuo conversível, swap de ações e outros mecanismos utilizados.

Também analisaremos as estruturas mais adequadas para empresas de diferentes portes ou perfis.

1. Transação à Vista

A estrutura de transação à vista é a forma mais simples e direta de M&A.

Nessa modalidade, o comprador adquire todas as ações ou ativos da empresa-alvo imediatamente, pagando o valor acordado no momento do fechamento da transação.

Essa estrutura oferece certeza de pagamento e liquidez imediata aos vendedores, o que é atraente para empresas em situações financeiras estáveis.

Ela é amplamente utilizada em transações menores ou em casos em que não há incertezas significativas em relação ao valor ou desempenho futuro da empresa.

2. Transação Parcelada

Na transação parcelada, o pagamento é dividido em várias parcelas ao longo do tempo.

Essa estrutura é frequentemente utilizada quando o comprador não tem capacidade financeira para pagar todo o valor da aquisição de uma só vez.

As parcelas podem estar condicionadas ao cumprimento de determinadas metas ou marcos, garantindo assim a continuidade do desempenho da empresa-alvo após a transação.

Essa estrutura é comum em transações de médio porte, onde o comprador busca uma abordagem mais cautelosa para mitigar riscos.

3. Earnout

O earnout é um mecanismo utilizado para alinhar os interesses dos compradores e vendedores em relação ao desempenho futuro da empresa-alvo.

Nessa estrutura, uma parte do preço de compra é diferida e condicionada ao cumprimento de metas específicas, como receita, lucro ou crescimento de clientes.

Se as metas forem alcançadas, o valor do earnout é pago ao vendedor.

Essa estrutura é particularmente útil quando há incertezas em relação ao desempenho futuro da empresa-alvo ou quando há sinergias significativas esperadas após a aquisição.

O earnout é comumente utilizado em transações de empresas de tecnologia ou startups, onde o valor futuro é difícil de ser estimado com precisão.

4. Upside Sharing

A estrutura de upside sharing é uma variação do earnout, onde as partes compartilham o valor adicional gerado pela empresa-alvo além de determinado limite pré-definido.

Por exemplo, o comprador pode oferecer um preço base fixo e concordar em dividir uma porcentagem do crescimento de lucro acima de um determinado patamar com o vendedor.

Essa estrutura é frequentemente usada quando o comprador vê um grande potencial de crescimento na empresa-alvo e deseja incentivar os vendedores a maximizarem seus esforços para impulsionar esse crescimento.

Essa estrutura é mais comum em transações envolvendo empresas de médio porte que possuem um histórico sólido e perspectivas promissoras de crescimento futuro.

5. Mútuo Conversível

O mútuo conversível é uma estrutura de transação na qual o comprador fornece um empréstimo à empresa-alvo, que pode ser convertido em ações em uma data futura determinada.

Essa estrutura permite ao comprador obter exposição aos benefícios futuros da empresa-alvo, enquanto oferece à empresa-alvo um financiamento imediato.

O mútuo conversível é frequentemente utilizado em transações envolvendo startups ou empresas em estágio inicial, onde a necessidade de capital é alta e a avaliação é mais desafiadora de ser determinada.

6. Swap de Ações

O swap de ações é uma estrutura de transação na qual as ações do comprador são trocadas pelas ações da empresa-alvo.

Nesse caso, o pagamento é feito através da transferência de participação acionária em vez de dinheiro.

Essa estrutura é comumente usada quando o comprador e o vendedor acreditam que a combinação de empresas resultará em sinergias significativas e em um aumento de valor para ambas as partes.

O swap de ações é mais comum em transações de empresas de porte semelhante ou quando há um forte alinhamento estratégico entre as partes.

7. Outros Mecanismos de Transação

Além das estruturas mencionadas acima, existem outros mecanismos utilizados em transações de M&A, como opções de compra de ações, acordos de earn-in e earn-down, entre outros.

Esses mecanismos são adaptados de acordo com as necessidades específicas de cada transação e podem ser combinados com outras estruturas mencionadas anteriormente.

Em conclusão, as transações de fusões e aquisições (M&A) podem ser estruturadas de várias maneiras para atender às necessidades e objetivos das partes envolvidas.

Ao considerar as estruturas de transação, é fundamental analisar cuidadosamente fatores como liquidez, riscos, potencial de crescimento e sinergias.

As estruturas mais comuns em M&A incluem a transação à vista, parcelada, earnout, upside sharing, mútuo conversível e swap de ações.

Cada uma delas apresenta vantagens e desafios distintos, sendo adequada para diferentes circunstâncias e perfis de empresas.

Empresas de pequeno porte tendem a optar por transações à vista ou parceladas, garantindo liquidez imediata ou pagamentos escalonados ao longo do tempo.

Empresas de médio porte frequentemente utilizam earnout e upside sharing para alinhar os interesses das partes e impulsionar o crescimento futuro. Já em transações envolvendo empresas de grande porte, o swap de ações é comumente usado para combinar empresas e criar sinergias.

É importante ressaltar que a seleção da estrutura de transação deve ser baseada em análises cuidadosas, avaliando os objetivos estratégicos, a saúde financeira, o setor de atuação e as perspectivas de crescimento das empresas envolvidas.

Compreender os diferentes tipos de estruturas de transação em M&A e suas aplicações é fundamental para alcançar o sucesso nas negociações e garantir a criação de valor a longo prazo para todas as partes envolvidas.

A escolha da estrutura adequada requer uma análise criteriosa das características e objetivos de cada empresa, bem como uma abordagem estratégica para maximizar o potencial de sucesso da transação.

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